Autor: Juarez Marcondes Filho
A longanimidade, como Fruto do Espírito, não deve ser vista como um gesto de mera passividade. Longânimo não é aquele que deixa as coisas acontecerem sem se importar. A longanimidade descreve a atitude que um homem deve ter para com o seu próximo no sentido de se chegar a bom termo num eventual impasse. E, isto, implica em muita ação.
Longanimidade é a tolerância demonstrada por aquele que, tendo sido ofendido, resolve não reagir com ira ou vingança. Ao contrário, sua reação é marcada pela paciência para aguardar um momento melhor para o esclarecimento das coisas.
Temos tendência à precipitação. Mas quando os ânimos estão muito aquecidos podemos perder a própria razão. De fato, há os que chegam a advogar que, passado o momento crítico, nem adianta voltar ao caso; como se diz, passou a raiva. Pois bem, a longanimidade vem em nosso socorro para que justamente a raiva não presida o nosso comportamento.
A longanimidade deve ser marca essencial do ministério cristão. Esta é uma característica que não pode faltar naqueles que foram chamados para liderar o povo de Deus.
O Apóstolo Paulo destaca que ele foi objeto da longanimidade de Cristo, com o fito de tornar-se um exemplo aos que viessem a crer no Evangelho (I Timóteo 1.16). Ou seja, seu ministério deveria estar permeado pela longanimidade em prol da conversão de muitos.
Muitos obreiros operosos deixam de frutificar abundamente em função de abandonarem o caráter longânimo. Todo seu esforço em prol do Reino parece se perder pelo modo como reagem às ofensas e perseguições. No sentido inverso, se encontram aqueles servos de Deus que são paradigmas da longanimidade, atraindo muitas almas ao Evangelho de Cristo.
A longanimidade é vista como uma carta de recomendação, escrita com a vida e as atitudes. Assim, a Palavra de Deus afirma: “em tudo recomendando-nos a nós mesmos como ministros de Deus: na muita paciência, nas aflições, nas privações, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, no saber, na longanimidade…” (II Coríntios 6.4-10). Entre a paciência e a longanimidade (paciência espichada) encontram-se 11 realidades que somente são suportáveis justamente por causa do fruto do Espírito, que se caracteriza pela longanimidade.
Entre as atitudes que um obreiro cristão deve deixar como exemplo está incluída a longanimidade. Paulo dirigindo-se ao seu discípulo Timóteo, afirma: “Tu, porém, tens seguido de perto, o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança” (II Timóteo 3.10). É o maior legado espiritual que podemos deixar.
Faça um comentário