Autor: Antônio Carlos de Oliveira Silva
(Tiago 1.19; 3.1-12; Provérbios 6.16-19)
INTRODUÇÃO
Uma grande necessidade hoje está no cuidado que devemos ter com aquilo que falamos; pois como diz o talmude: “a língua do homem é como abelha; tem mel e tem ferrão”.
Oremos, para que através do ensino deste estudo o Espirito Santo venha nos ajudar a manter a nossa língua sob freio do temor do Senhor. Que o Senhor nos ajude a viver na pratica da palavra de Deus para não cairmos em descredito daqueles que nos rodeiam. Por isso precisamos vigiar, santificando a língua, para que não venhamos a tropeçar por palavras. Uma certa pessoa diante de um líder cristão disse: “Eu admiro vosso Cristo, e não vosso cristianismo”.
I – Deus conclama a cada crente que seja pronto para ouvir.
1- Prontos para ouvir (Tg 1: 19b)
Em Jó 36. 11 está escrito: “Se o ouvirem, e o servirem, acabarão seus dias em bens e seus anos em delicias”.
A Bíblia dá mais valor a quem sabe ouvir do que quem sabe falar. O sábio Salomão nos aconselha: “inclina-te mais a ouvir” (Ec.5.1); quando falamos sempre nos arriscamos a errar, e isto é natural. Mas, quando ouvimos sempre podemos aprender com os nossos interlocutores, tanto o que é certo quanto o que é errado. A Bíblia ensina que todo crente seja pronto para ouvir. O profeta Isaias ratifica essa verdade “inclinai os ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma vivera” (Is 55..3ª). O próprio Jesus advertiu aos crentes das sete igrejas da Asia menor: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espirito diz às igrejas” (Ap. 2.17). “As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas” (Ec 9.17; Jó 42. 4-5). Habacuque em sua oração disse: “ouvir, Senhor, a tua palavra e temi” (Hc 3.2). Deus advertiu o povo de Israel. “agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes o meu concerto, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos” Ex.19.5; Dt 4.10; 5.1; Sl 49.1-4; Is.1.2-3; Ap. 1.3. Em Eclesiastes 7. 5, está escrito: “Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que ouvir alguém a canção do tolo”. Há um provérbio popular que diz: “Se alguém quer ser um bom juiz, ouve o que o outro diz”.
2- Tardio para falar (Tg 1: 19c)
Tiago recomenda que todo homem deve ser “tardio para falar”. Salomão nos adverte: “Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estais sobre a terra; pelo que sejam poucas as tuas palavras” (Ec 5.. 2-3, 6,7).
O velho adágio popular diz: “Quem muito fala muito erra”. E a Bíblia assevera solenemente em Provérbios 11.12: “O homem de entendimento cala-se”. E mais: “Até o tolo, quando se cala, será reputado por sábio; e o que serra os seus lábios, por sábio” (Pv. 17. 28).
“O que possui o conhecimento retém, as suas palavras. Os que são sábios refreiam a língua e são cautelosos quanto aquilo que dizem. Não exageram a verdade, e nem lesam o próximo enquanto falam; pelo contrario, tomam cuidado em falar com exatidão e na edificação do próximo” (Sl 39. 1-2). Em Provérbio 10.19 esta escrito: “na multidão de palavras não falta transgressão”.
3 – Tardio para se irar (Tg 1: 19c.)
Por causa da ira, amizades são perdidas, muitos ficam doentes, deprimidos, acidentes acontecem, crimes são praticados, e tantos outros males. A Bíblia tem razão quando diz: “que todo homem seja tardio para se irar”. Em Efésios 4.26-32 está escrito: “irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira…”
Por causa dessa tendência de pecar com a língua Tiago exorta a todo o ser humano a está pronto para ouvir e tardio para falar, tardio para se irar. (Tg 1.19).
a) A ira priva o crente da graça de Deus
A ira se não for controlada, se transforma em cólera cega, e incontrolavel (Hb 12.15). O salmista nos aconselha no salmo 37.8 “Deixa a ira e abandona o furor; não te indignes, para fazer o mal”. (Pv 14.17; 19.3, 19;.25.23; 29.22; 30.33; Lv 19. 17-18). “Não te apresses no teu Espirito a irar-te, porque a ira abriga-se no seio dos tolos” (Ec. 7.9;)
b) A ira é fruto da carne (Gl 5.19-21).
Paulo nos ensina que todo crente deve ter vida santa, sem ira nem contenda (I Tm 2.8). Em Provérbios 15. 1-2 está escrito: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. A língua dos sábios adorna a sabedoria, mas a boca dos tolos derrama estultícia”.
O nosso irmão Lucas inspirado pelo Espirito Santo nos ensina no seu evangelho cap. 17.3-4. “Olhai por vós mesmo. E, se teu irmão pecar conta ti, repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe”.
No tocante à declaração de Jesus a respeito do perdão ao próximo, observamos o que se segue:
A – Jesus deseja que o crente queira sempre perdoar e ajudar os que o ofendem, em vez de abrigar um espirito de vingança e ódio (Mt 5.44-48).
B – O ofendido deve esta disposto a continuar perdoando, se o culpado se arrepender sinceramente. Quanto a perdoar “sete vezes no dia” , Jesus não esta justificando a prática do pecado habitual. Nem está Ele dizendo que o crente deve permitir que alguém o maltrate ou abuse dele indefinidamente. Seu ensino é que devemos estar sempre dispostos a ajudar e a perdoar o ofensor .
O escritor aos Hebreus escreve: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb12.14)
4 – Cada crente deve saber refrear a sua língua (Tg 1: 26)
Para alguém ser verdadeiro religioso precisa saber dominar a língua, do contrário “A religião desse é vã”. É o tipo de religiosidade sem valor, sem vida, sem poder, sem salvação, visto que a pessoa é conhecida pelo que expressa com a língua, pois Jesus disse que: “da abundância do coração fala a boca” (Lc 6.45).
Como crentes, nossas palavras, no dia a dia, tem causado mais benefícios ou malefícios a quem nos ouve? Cada crente deve se auto-examinar. Em Tiago 1. 22 esta escrito: “E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos com falso discursos”.
No salmo 141.3 o salmista na sua oração pediu a Deus. “põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios”. Em Provérbios 13.3 esta escrito: “O que guarda a sua boca conserva a sua alma”.
A conversa descuidada e a língua desenfreada podem estragar nossa motivação pela retidão, leva-nos a pecar (Ec 5.6) e afeta nosso relacionamento com Deus (Ec 5.7). Um crente com total maturidade deve controlar com cuidado as suas palavras (Pv 8.6-8). Devemos orar para que Deus nos ajude a controlar nossa língua (Pv. 10.14,19;18,7;Tg 3.2-13; Sl 17.3-5; Sl 39.1-2,9; Jó 40.4; Pv. 30.32,33). Não te precipites em falar desenfreadamente, “põe a mão na boca guarda a tua língua do mal e teus lábios de falarem enganosamente” (Sl 34.11-16).
Que Deus nos ajude a disciplinarmos a nossa língua para que sirva de instrumento à sua exaltação. “põe ò Senhor, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios Sl.141.3).
II – Os males provenientes da língua (Tg 3.3-6)
1 – A língua é um fogo (v.6)
Tiago usa esta figura para mostrar que, assim, como um pequeno fogo podo incendiar um grande bosque (v.5). “a língua também é um fogo” (Pv 16.27). “Como um mundo de iniquidade, posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno”. Realmente, na vida cotidiana, vemos que a língua serve de instrumento para propagação de mentiras, das falsas doutrinas, da intriga, da inveja, das agressões verbais, da fofoca, que tantos males tem causado às igrejas.
“A boca do tolo é a sua própria destruição, e seus lábios, um laço para a sua alma”. (Pv. 18.7). A Bíblia diz que “a língua do ímpio intenta o mal, como uma navalha afiada, traçando enganos. Tu amas mais o mal do que o bem; e mais a mentira do que o falar conforme a retidão. Amas todas as palavras devoradoras, ò língua fraudulenta” (Sl 52.2-4). Que Deus nos guarde de tal coisa.
2 – A dubiedade da língua ( Tg 3.9-10)
“A sua garganta é um sepulcro aberto; com a língua tratam enganosamente; peçonha de áspides esta debaixo de seus lábios; cuja boca esta cheia de maldição e amargura” (Rm 3.13-14), por isso é preciso muito cuidado no falar, pois com a mesma língua com que “bendizemos a Deus e pai” “amaldiçoamos os homens, feito a semelhança de Deus”(v.9). “Ainda que de uma mesma fonte não saia água doce e água amargosa” (Tg 3.11) ou “de uma figueira sair azeitona, ou da videira sair figos” (Tg 3.12). Infelizmente, da mesma língua pode sair a benção e a maldição. Não nos esqueçamos de que um dia cada um prestará conta a Deus, porque por suas palavras será justificado e por tuas palavras será condenado (Mt 12.36-37; Rm 14.12; II Co 5.10; Ec 12.14).
A mensagem final do livro de Eclesiastes faz-nos lembrar de uma verdade solene e inalterável: a prestação de contas do ser humanos perante Deus, por todos os seus atos. O Senhor julgará a todos nós, crentes e incrédulos, isto é todos os nossos atos, bons e maus. Jesus advertiu: “seja, porem, o vosso falar: sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna” ( Mt 5.37;Tg 5.12).
3 – O justo aborrece a palavra de mentira (Pv 13.5)
Prefere sofrer por falar a verdade do que evitar o sofrimento usando de mentira (Dn 3.16-18), tais pessoas sabem que mentir por hábitos é pecar contra o Senhor (Pv12.22), que viver desse modo é excluir-se do reino de Deus. No evangelho segundo São João 8.44 esta escrito: “O diabo é mentiroso e pai da mentira e não se firmou na verdade”. A mentira é uma destacada característica do diabo. Ele é a fonte geradora de toda a falsidade (At 5.3-5; II Ts 2.9-11; Pv 12.22; 14.5; 18.21; Sl 5.4-6; 109.2; 119.69; Jr 9..5-8; Sl 101.7; Ap 22.15 ). “Qualquer que ama e comete a mentira”. Note como os dois últimos capítulos da Bíblia destacam o caso da mentira. Os praticantes da mentira são mencionados três vezes:
A – Todos os mentirosos, “a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre ” (Ap 21.8).
B – Os que cometem mentira não entrarão na cidade eterna de Deus (Ap. 21.27).
C – Os que amam e comentem mentira estarão fora do reino eterno de Deus.
A mentira é o pecado final condenado na Bíblia, possivelmente porque foi uma mentira que levou à queda da raça humana (Gn 3.1-5). Estas palavras solene devem servir de advertência a todos que, inclusive na igreja, acham que Deus tolera a mentira e o engano.
Oremos ao Senhor para que o querido Espirito Santo santifique e controle a nossa língua, para abençoar os que nos ouve, (Gn 12.3).
4- A difamação. (Lv 19.16; Pv 16.28-30;Pv 25.18)
A difamação, é crime contra a honra, previsto no código penal brasileiro. É perigoso o tropeço na palavra, falar contra a honra de alguém. Se alguém fuma é cortado da comunhão. Fumar é pecado contra o corpo, mas será isto mais grave do que difamar alguém?
Uma jovem contou que seu pastor a excluiu da igreja porque, um irmão disse que ela estava namorando com um incrédulo, quando isto não era verdade. Nem sequer teve oportunidade de defesa. Enquanto isso o difamador ficou normalmente nas atividades da congregação. A Bíblia diz: ” Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; ora, se julgas a lei, não és observador da lei, mas juiz. Há um só legislador e juiz, aquele que pode salvar e destruir; tu, porém, quem és, que julgas ao próximo?” (Tg 4.11-12). É desprezar a lei declinar do amor em relação a uma pessoa que esta sendo acusada de algo:
1º – Não procurar conhecer os detalhes da situação;
2º – Não falar com a própria pessoa que esta sendo acusada; e
3º – Difamar essa pessoa.
O salmista nos adverte: “Aquele que difama o seu próximo às escondidas, eu o destruirei; aquele que tem olhar altivo e coração soberbo, não o suportarei.” (Sl 101.4-8). E continua o mesmo salmista: “Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda sinceramente, e pratica a justiça, e fala verazmente segundo o seu coração”; “É aquele que não difama com a sua língua, nem faz mal a seu próximo, nem aceita nenhuma afronta contra o seu próximo” (Sl 15.1-3; Jo 15.5-6).
Em Provérbios (16.27-30) esta escrito: “O homem vão cava o mal, e nos seus lábios se acha como que um fogo ardente. O homem perverso levanta a contenda, e o difamador separa os maiores amigos. O homem violento persuade o seu companheiro e guia-o por caminho não bom, fecha os olhos para imaginar perversidade; mordendo os lábios, efetua o mal”.
Jesus também nos advertiu no seu sermão da mantenha: “Qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno” ( Mt 5.22- 23, 44-48). E continua o nosso mestre: “não julgueis” (Mt 7.1-6). Jesus condena o hábito de criticar os outros, sendo nós mesmo faltosos. O crente deve primeiramente submeter-se ao justo padrão de Deus, antes de pensar em examinar e influenciar a conduta de outros cristãos.
Em muitas igrejas só são punidos aqueles que adulteram ou roubam, mais ficam totalmente impunes os caluniadores os injuriadores e os difamadores. Alguém responderá pois no juízo de Deus!.
III – Os crimes cometidos com a língua.
1. A calunia (Lv 19.11; Pv 30.10; II Tm 3.3).
A calunia pode ser feita através da mentira, falsidade e invenção contra alguém. O código penal brasileiro prevê penas contra os caluniadores.
Não é de admirar que, em muitas igrejas, quem calunia não sofre qualquer ação disciplinar, e por isso o mal se avoluma, pois o caluniador é assim estimulado na sua tarefa maligna e destruidora dos valores alheios. Outros da mesma índole tem prazer em relembrar, comentar e espalhar fraqueza, imperfeições e pecados a outros, servindo-se da língua.
A Bíblia condena a calunia (Ex 20.16). “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”. O novo mandamento protege o nome e a reputação do próximo. Ninguém deve fazer declarações falsas a respeito do caráter ou dos atos de outra pessoa. Devemos falar de modo justo e honesto a respeito de quem quer que seja (Ex 23. 1-2,7). “A falsa testemunha não ficará impune; e o que profere mentira perecerá” ( Pv 6.16-19;19.9).
Cada crente deve estar todo o dia vigiando e orando e pedindo ao Senhor a sua graça para ser instrumento de benção e não de maldição.
Outros tropeços na palavra (Pv 24. 28; Lv. 19.16; Sl 5.5-6,9; II Co 12.20).
2 – O boato
Originalmente boato vem do latim, significando “mugido ou berro de boi”. Hoje significa “notícia anônima que corre publicamente sem confirmação; balela, rumor, zunzunzum”. Há um demônio espalhando esse tipo de coisa em muitas igrejas.
É o “ouvir dizer” “o disse-me-disse” sinônimo de mexerico (Lv 19.16). Em Provérbios 24.28 está escrito: “não sejas testemunhas sem causa contra o teu próximo; porque enganarias com os teus lábios”?
O salmista também condena este tipo de gente, quando disse: “porque não há retidão na boca deles; o seu intimo são verdadeiras maldades; a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua língua” (Sl 5.9).
Já é conhecida a história do homem que espalhou boato contra outro. Este, abatido, ficou doente, depois, ficou provado que o fato não era verdade. O boateiro foi pedi perdão ao atingido pela má notícia. Este lhe disse: “eu perdôo se você fizer duas coisas”. O outro indagou: “O que?” “Primeiro que você pegue este saco de penas suba a um monte bem alto e deixe o vento leva-las”. O boateiro disse: ” Sim, isto é fácil. Faço logo”. E o fez. Ao retornar a homem ofendido lhe disse. ” A gora peço que faça a segunda coisa: vá e junte todas as penas que espalhou”. O mentiroso disse: Há! Isso é impossível!. A palavra de Deus condena este tipo de mal uso da língua. (Ex 23:1). Tenhamos cuidado com esse mugido de boi do diabo.
Paulo avisou os crentes de corinto do seu receio a esta má conduta (II Co 12:20).
– Mexeriqueiros. A Bíblia condena os pecados da língua que prejudica o próximo, como sendo ofensas graves contra a lei cristã do amor.
Qualquer tipo de conversar que rebaixa o próximo ou que difama seu caráter deve ser reprovada. A conversa ou menção de delitos do próximo deve ser feitos somente com o motivo sincero de ajudar tal pessoa, ou de proteger os outros e o reino de Deus. Pedro nos adverte desta má conduta (I Pe 2.1).
3 – A murmuração: (Rosnar) (Ex16.2,7-8;Nm 14.2; 10.33; 14.28-38)
Murmurar significa “Dizer em voz baixa, censurar disfarçadamente; conversar, difamando ou desacreditando”.
a) O povo de Israel murmurou contra Moisés, (Ex 16. 2,7–8; Nm 10.33;14:2).
Depois de apenas três dias de viagem o povo começou a murmurar e a queixar-se porque as condições não eram excelentes. Quão rapidamente se esqueceram do livramento do Egito e dos atos poderosos de Deus em seu favor. Não quiseram confiar em Deus e deixar com ele sua vida e seu futuro.
b) A nação de Israel murmurou contra o próprio Deus. (Nm 14.27).
“Ate quando sofrerei esta má congregação, que murmura contra mim? Tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel, com que murmuram contra mim” (Nm 14.27). Apesar de ter sido redimido e alvo da graça de Deus, o povo murmurou contra Ele (Nm 14.3,27); endureceu o coração (Hb. 3.8), rebelou-se contra o Senhor; desconsiderou o Senhor e recusou-se a ouvir a sua voz (Nm 14.11,23); tentou ao Senhor (Nm 14.22), deixou de obedecer aos seus mandamentos (Nm 14.24) e desviou-se de seguir o Senhor (Nm 14. 43).
c) Os murmuradores não vão entrar no céu (Nm 14:28-38)
Por conseqüência da desobediência dos israelitas, veio sobre eles a ira de Deus (I Co 10.5-10; Hb 3.10,17), a morte e a destruição (Nm 14.29,35), deixaram de entrar na terra de Canaã (Nm 14. 22,23), perderam o direito ao repouso com Deus (Sl 95.7-11; Hb. 3.11,18).
O Novo Testamento declara explicitamente que Deus ordenou seu julgamento sobre Israel por sua desobediência e incredulidade, para que isso servisse de advertência a todos os crentes (I Co 10.11), considerando o fracasso de Israel no deserto, temos para os crentes em Cristo a seguinte advertência: “vede, irmão, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo e verdadeiro” (Hb 3.12). Rogamos ao Senhor a sua graça e misericórdia sobre as nossas vidas, para que satanás não venha corromper os nossos sentidos e nos apartar da simplicidade que há em Cristo (II. Co 11.1-3; Rm 12:1-2; Fp 2.5-11).
d) Nunca se levante contra um líder constituído por Deus. Alguém pode até morrer se assim proceder (Nm 12.2,8-10; 21.4-9; 16.11,42,48-49; II Sm 1.5-16).
O pecado de Míriam e de Arão ao questionarem a autoridade de Moisés foi falta de temor de Deus e desacato à sua Palavra através do profeta de Deus. Moisés foi o mediador do antigo concerto, assim como Jesus é o mediador do novo( Hb 3.2-6). Deus falava diretamente com Moisés (Nm 12. 8), e a palavra que Moisés transmitia ao povo era a palavra autêntica de Deus. Embora Míriam e Arão fossem líderes de Israel, não tinham o direito de contestar a autoridade de Moisés. Assim como Deus lhes mostrou que não tinham o mesmo grau de autoridade de Moisés.
Coré e aqueles demais homens Datã, Abirão e 250 homens maiorais dos filhos de Israel pensavam que poderiam escolher por contra própria os dirigentes do povo. Deus, porém, deixou claro que Ele estava no governo. Segundo o Novo Te stamento, é Deus quem continua decidindo que tipo de pessoas devem pastorear a sua igreja(I Tm.3.1-12;Tt 1.5-9; At 13.1-3).
Quando os membros de uma igreja deixam de lado os padrões divinos para o ministério pastoral e procuram eles mesmos dirigir esse assunto, desprezando a Palavra de Deus, estão manifestando a atitude rebelde de Coré e dos demais que se ajustaram a ele. A direção da obra de Deus deve basear-se na sua vontade revelada à Igreja.
IV – A postura ideal de um verdadeiro cristão.
1 – A sua palavra seja temperada com sal (Cl 4.6)
Paulo escrevendo aos nossos irmãos colosenses aconselhou-os: “a vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um” (Cl 4.6). A conversa do crente deve ser agradável, cativante, amável e graciosa. Deve ser uma linguagem originada na graça de Deus operando em nosso coração, que contem a verdade com amor (Ef 4.15). “temperada com sal” que significa conversa apropriada e marcada pela pureza. O salmista disse: “o meu coração ferve com palavras boas…” (Sl 45 .1-2). Jesus disse a seus discípulos. “vós sois o sal da terra” (Mt 5.13-16) . Os cristão são “o sal da terra”; Dois dos valores do sal são: o sabor e o poder de preservar da corrupção.
2 – O crente tem que Ter cuidado com as suas palavras e comportamento (I Tm 4.11-13; Mt 4.14-16; II Rs 4.8)
Paulo advertiu os crentes de Corinto dizendo: “Antes subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” ( I Co 9.27). O crente precisa ter muito cuidado naquilo que vai se expressar tanto para os de dentro como para os de fora (I Tm 4.12; II. Rs 4. 8-9; Pv 24.25-27).
3 – O cristão maduro deve manter a sua língua sobre o controle do Espírito Santo ( IICo 10.5)
Mediante a ajuda do Espírito Santo que leva cativo todo o entendimento a obediência de Cristo (II Co 10.5). Cada cristão deve vigiar controlando a sua língua e pensamentos (Fp 4.8-9; II Ts 2.17). A boca do crente é para falar da justiça e louvar a Deus todo dia (Sl 35. 28). “O cristão sábio retém as suas palavras, e o que possuir o conhecimento são sábios” (Pv 17.27). Não exageram a verdade, nem lesam o próximo enquanto falam; pelo contrário, tomam cuidado em falar com exatidão e na edificação do próximo (Sl 39.1). Salomão inspirado pelo Espírito de Deus escreveu: “como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita no seu tempo certo”(Pv 25.11-13)
“A boca do justo é manancial de vida” (Pv 10.11ª ). “O justo profere a verdade ama a justiça, em todas as suas palavras” (Pv 8.6-14).
O salmista Davi orou ao Senhor e com muita alegria disse: “E pois um novo cântico em minha boca um hino em minha boca (Sl 40.3; 96.1; Cl 3.16)
Devemos orar para que Deus nos ajude a controlar nossa língua. Que possamos dizer como o salmista Davi: “sonda-me , ò Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo o caminho eterno (Sl 139.23-24). O mesmo salmista continua a sua oração e pediu ao Senhor: “põe, ò Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios” (Sl 141.3).
Que possamos dizer como disse Davi: “Bendize, ó minha alma ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome” (Sl 103.1;Ec 12.13).
CONCLUSÃO:
Diante do que temos visto, o crente só pode combater o tropeço na palavra, lendo a Palavra de Deus,(Sl 1.1-2;Js1.8). Deixando-se dominar pelo Espírito Santo, vigiando e disciplinando o falar. Usemos a língua para o bem(Fp 4:19) pois somos cidadãos dos Céus e não devemos descer a linguagem ao nível diabólico. Devemos usar a língua para encorajar outros, louvar a Deus (Cl 3:16) e levar a mensagem do evangelho aos perdidos.
Assim fazendo, dificilmente tropeçaremos em palavras. Que Deus nos ajude a manter a nossa língua no controle do Espírito Santo. “Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4:15).
Fonte. www.eucreio.com
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