Autor: Antônio de Carvalho*
Não basta ser tecnicamente bem preparado e qualificado, com cursos disso e daquilo, é preciso ter habilidade para se relacionar com gente. Cada dia mais, o profissional tem de se conscientizar da importância dessa habilidade, pois, em princípio, os clientes sempre são pessoas, ainda que representando empresas.
Hoje, não tenho dúvida de que um investimento profissional certeiro é acreditar em quem sabe lidar bem com gente, já que quem gosta de gente leva uma vantagem muito grande tanto na vida pessoal como na profissional. Assim, apesar de o bom profissional precisar de preparo técnico, de caráter e de respeito, nenhum quesito tem sido tão imprescindível para o sucesso profissional como a sensibilidade para interagir de forma agradável com as pessoas.
Se alguém pensa em ser veterinário, por exemplo, só para fugir das pessoas está enganado, pois terá de ser tecnicamente habilidoso no trato com os animais, mas, antes disso, terá de atender bem e conquistar a confiança dos donos de seus pacientes que sozinhos não procuram ajuda médica.
Todas as pessoas gostam de ser bem tratadas, logo, no trabalho não é diferente, quem naturalmente sabe e gosta de lidar com gente relaciona-se melhor com os colegas, subordinados, chefes e, principalmente, com os clientes. Portanto, tratar bem as pessoas é um investimento no trabalho, na família e na qualidade da própria vida.
Para evidenciar a importância de se saber lidar com o ser humano, cito dois exemplos, sendo que o primeiro é de um amigo que, após ter sido submetido a uma bem sucedida cirurgia no coração, demonstra mais gratidão a um auxiliar de enfermagem do que aos médicos cirurgiões. A alegação é de que o rapaz não se limitou a lhe servir ou aplicar medicamentos, enquanto que os médicos, durante os contatos com ele, demonstraram maior preocupação com os procedimentos padrões e regras do hospital do que com o seu bem-estar. Há um paradoxo, pois os médicos foram tecnicamente perfeitos, já que “retificaram” o coração do paciente, mas infelizmente, por falta de tempo ou de senso humanitário, não conquistaram aquele tão vital órgão que esteve nas mãos deles.
Outro aconteceu comigo, que ao pedir um produto em uma loja, uma das atendentes me informou que não o tinha e sugeriu que tentasse em outra loja vizinha, ao retornar para o carro e passar na frente da loja anterior, veio a boa surpresa, pois vendo que eu tinha comprado o que precisava, a atendente disse: “que bom que o senhor achou.
Ficamos chateados quando não temos exatamente aquilo que o cliente precisa, mas prometo que, na próxima vez, não o frustraremos”. Sinceramente, nem lembro da pessoa que me vendeu o produto, mas não há como me esquecer de quem, ainda que teoricamente, demonstrou mais interesse pela minha necessidade do que pela venda.
O profissional que não consegue aliar sensibilidade para lidar com pessoas à habilidade técnica exigida por sua atividade dificilmente satisfaz plenamente o cliente, pois, em regra, as pessoas só se encantam por quem as compreende e respeita. Portanto, ouça atentamente o seu cliente, seja sensível às suas expectativas, deixe-o falar e explicar porque está precisando do produto ou serviço que pretende comprar ou contratar.
Desta forma, ser uma pessoa agradável e que sabe lidar com as demais é mais que um privilégio, é uma virtude essencial e muito valiosa para a vida pessoal e, em especial, para a profissional, pois os bons gestores sabem que investir em quem gosta e tem habilidade para lidar com gente é lucro certo.
* Antônio de Carvalho é consultor e palestrante sobre motivação, atendimento ao cliente e qualidade de vida no ambiente de trabalho
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