Autor: Bruce L. Schelley
As alianças eram o meio comum das pessoas chegarem num acordo no mundo antigo. Uma aliança ligava amigo a amigo ou expressava termos de paz. A Aliança, um ato praticado por Deus na história, resulta num relacionamento íntimo entre o Senhor e seu povo.
A Aliança de Deus era de caráter pessoal. Deus disse a Israel no Sinai: “Vos levei sobre asas de águias, e vos cheguei a mim”(Ex. 19:4). Esse é o âmago da aliança. Idéias e leis não falam. Elas não podem nos atrair. Só uma Pessoa viva pode fazer isso!
Na igreja, o caráter pessoal da aliança é retido pela fé pessoal dos membros na morte e ressurreição de Jesus. Não existe cristianismo por procuração. Cada um de nós deve render-se ao Senhor pessoalmente por reconhecer nossa escravidão ao pecado e nossa necessidade de redenção. Uma menininha atravessou certa vez uma poça de água e ficou com as meias sujas. Depois de examinar o desastre com olhos críticos, ela perguntou à mãe: “Para que serve a lama?” A mãe encontrou uma resposta rápida: “Para fazer tijolos, querida.”
“E os tijolos para que servem?”
“Para fazer casas, meu bem.”
“E as casas?”
“Para as pessoas.”
A menina parou um momento e depois fez uma pergunta para qual a mãe não teve resposta:
“E as pessoas para que servem?”
A idéia básica por trás da aliança com Deus tem a resposta para essa pergunta. A aliança, primeiro com Israel e depois com a igreja, diz: “Essas pessoas são para Deus!”
Outro aspecto da aliança foi sua origem. Ela foi estabelecida por Deus e depois recebida pelos homens. Não se tratava de um acordo entre iguais e nem uma aliança do homem com o Todo-Poderoso. Deus tomou a iniciativa e apresentou-lhes o acordo. Ele os escolheu como seu povo antes que eles O escolhessem como seu Deus.
Aprendemos que a igreja é uma comunidade de pessoas – o povo de Deus – escolhidas por Deus para refletir sua glória e espalhar o evangelho a todos os povos. A Escritura não sugere em nenhum ponto que eleito signifique “favorito”. Se for o caso, eleito representa “instrumento”, porque Deus escolheu Israel para um “reino de sacerdotes”, isto é um povo que servia de mediador das misericórdias divinas àqueles que não tem esperança de misericórdia.
Se a igreja é a companhia dos eleitos – e ela o é – não tem motivo para vangloriar-se, pois a verdade e a graça de Deus são nossas para passar adiante e não para guardar. O convite para receber o evangelho é também uma tarefa para passá-lo adiante. Pedro nos lembra em I Pe 2.9 que somos “povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.
Aleluia! Somos Seu povo!
Faça um comentário