Autor: Osmir Aparecido Cruz
“Ser velho é preconceito”. Estas são as palavras da revista “Viver Mais e Melhor” (Ministério da Saúde). Quando pensamos em alguém, ou melhor, num ser humano, e damos a ele a característica de “velho”, estamos sendo totalmente preconceituosos, pois velho é aquilo que não usamos mais, ou aquilo que precisa ser trocado por um novo. Não podemos dar essa característica a um ser humano, que tanto tem a nos oferecer, seja em sabedoria, conhecimento, experiência, prática e muito mais. Devemos entender que, a velhice é um período de crises, e sendo assim, muitas vezes, leva o idoso a procurar ajuda nas pessoas que o rodeia. Talvez essas pessoas sejam seus filhos, netos, amigos ou quem sabe a própria igreja.
A velhice é construída cognitivamente durante a vida, através de experiências e assimilação de valores que o ambiente tenta impor. Muitas vezes esses valores são colocados de forma pejorativa, fazendo com que a chegada a esta fase se torne complicada.
Quando pensamos em um idoso, devemos pensar em sua carência emocional, e afetiva e também física. Nós como cristãos, devemos ter a preocupação com o bem estar do nosso idoso. Pois dizem que o “jovem é o futuro de amanhã”, concordo com essa afirmação, mas não podemos deixar de pensar que o idoso é o futuro que se tornou presente.
No livro de 1 Reis, no capítulo 1 a Bíblia registra a velhice de Davi. Diz o texto que “Davi era já velho de idade avançada”, e quando eles olham para Davi, reconheceram o seu estado de necessidade física, então mandaram que buscassem uma jovem virgem (Abisague), para que o “senhor se aqueça”. Então essa jovem cuida do rei e o servia diariamente. Muitos idosos adorariam essa idéia. Mas não é esse o propósito principal que o texto quer mostrar, e sim, a preocupação por alguém já cansado e fadigado pela vida. Deveríamos termos o mesmo princípio de preocupação com os nossos idosos, pois há muitos deles em nosso meio que necessita muito mais do que um simples aquecimento, e sim, carinho, solidariedade, afeto, amizade, confiança, ou até mesmo um diálogo.
Há muitos deles que luta desesperadamente contra a velhice, para se manter jovens. Atitudes de desanimo e desejo de morte são freqüentes e, cabe ao cristão, estimular e reforçar positivamente a potencialidade do individuo, com o objetivo de amenizar seu sofrimento.
A perda de pessoas queridas também pode ser um fator que pode causar muito sofrimento, levando a possíveis isolamentos e depressões. Conforme uma pesquisa feita por uma estudante de psicologia da PUC, em Campinas, os fatores responsáveis pelas dificuldades enfrentadas pelos idosos são: “pressão; preconceitos sociais; problemas de saúde; problemas familiares (como por exemplo a saída dos filhos de casa ); perda de pessoas queridas; etc”. Todo esse processo deve ter como objetivo: ajudá-lo a superar a influência de preconceitos sociais e a sua auto imagem; fornecer subsídios para que possa melhor lidar com seus problemas diários; orientar e facilitar a mudança de comportamento.
Talvez assim poderemos ter um idoso com saúde e perseverança em viver mais, e que se orgulhe da idade que tem, e lembre-se, que envelhecimento é uma conquista, e não uma derrota. Para que então, mesmo sendo envelhecido, possa nos dar conselhos tão edificantes, como aquele que Davi deu a Salomão, antes da sua morte: “Guarda as ordenanças do senhor teu Deus, para andares nos seus caminhos, para guardares os seus estatutos e os seus mandamentos, os seus juízos e os seus testemunhos, como está escrito na lei de Moisés, para que prospere em tudo o que fizeres e por onde quer que vá” (1Rs 2:3 ). Que Deus abençoe os nossos idosos.
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