Glória e Paz

Autor: Juarez Marcondes Filho

Se tivéssemos oportunidade de escolher dois presentes de Natal, certamente deveríamos optar por estes dois que dão título a esta mensagem: Glória e Paz. Podem parecer estranhos, mas não são inéditos. Não esperemos recebê-los num belo pacote de presente, com fitas e laços. Da mesma forma, não corramos para o shopping center ou supermercado, pois lá eles não serão encontrados.

Quem trouxe, pela primeira vez, estes presentes foi o coro de anjos, a milícia celestial, quando Jesus nasceu; o refrão da melodia que entoavam, dizia: “glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem” (Lucas 2.14).

Compreender estas duas realidades como presentes natalinos vai muito além de imaginá-los como lembrancinhas de amigo secreto, ou presentinhos para os parentes, ou mesmo, bens duráveis comprados a duras penas.

Por outro lado, não devem ser simplesmente pensados como expressões litúrgicas, que se coadunam tão perfeitamente na celebração de Natal. De alguma forma, nos acostumamos tanto com as frases que nem lhes damos o devido valor.

Falar de “Glória” e de “Paz”, é falar de artigos de primeira necessidade. São aspectos essencias da fé e da vida. São pontos fundamentais de nossa teologia e doutrina. São pilares de nossa práxis e de nossos relacionamentos. Efetivamente, são os presentes mais imprescindíveis de que a humanidade precisa.

Glória a Deus. O fim principal da homem, a razão pela     qual ele foi criado, o motivo pelo qual ele foi redimido por Cristo, é o de glorificar a Deus eternamente. Não há outro sentido para a nossa existência se não o de vivermos para o louvor da glória de Deus (Efésios 1.6). Ou seja, toda a vez que a nossa vida não se presta para glorificar a Deus ela perde o sentido.

O termo glória está vinculado à idéia de brilho, esplendor, apontando para a manifestação excepcional de Deus. A glória de Deus, portanto, sintetiza o ser de Deus. Ora, Deus tem o seu próprio brilho, a sua própria glória, diante da qual nada podemos acrescentar. Ao glorificarmos a Deus não estamos aumentando absolutamente nada ao brilho da sua glória. Estamos, apenas, reconhecendo a intensidade do seu esplendor.

Ao declarar a glória de Deus, os anjos estavam reconhecendo a sua maravilhosa presença, iluminando todo o universo. Se há uma coisa que precisamos com a máxima urgência é da luz de Deus para iluminar as densas trevas em que se encontra a humanidade. Jesus declarou ser a luz do mundo, confiando aos seguidores serem luz do mundo, refletindo a sua luz. A glória de Deus é esparzida por toda a parte quando os filhos de Deus glorificam a Deus através de suas vidas. Sem dúvida é um bom e necessário presente.

Paz entre os homens. Enquanto o primeiro presente nos coloca diante de Deus, o segundo nos põe diante do nosso próximo. Se glorificar a Deus dá sentido à vida, viver em paz com os homens cria o ambiente decisivo para a alegria e o amor.

Pensamos na paz em contraste com a ameaça de guerra e toda a violência que nos cerca. Isto nos levaria a um longo comentário. Mas vamos nos deter em apenas duas coisas. Primeiro, a paz é possível, pois Cristo a conquistou e nos outorgou a missão de proclamá-la. Em segundo lugar, vamos pensar no tipo de contribuição que nós podemos dar para que haja paz no mundo todo, a começar de cada um de nós.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*