Globalização e Interconfessionalidade

Autor: Airton S. Schroeder

Há quem afirme que a globalização chegou às igrejas e teologias. Isto é verdade em alguns aspectos. A vida diária de diversas comunidades urbanas, por incrível que possa parecer, assemelha-se às rurais. A globalização dos sentimentos, das mensagens devocionais, e, principalmente, da forma de “consumir” o Evangelho está presente na maioria de nossas igrejas. O cotidiano dos fiéis é idêntico nas direfentes igrejas.
Entretanto, é preciso reconhecer que vivemos numa sociedade caracterizada pela gritante diferença social promovida também pela globalização. Este é um desafio à Igreja em sua Missão.
Comunidades pequenas e limitadas em seus recursos humanos e financeiros, com o objetivo claro de anunciar o evangelho devem, neste contexto, encarar a interconfessionalidade como uma possibilidade para o desenvolvimento de ações conjuntas, indicando uma maneira madura e solidária de enfrentamento à globalização e às suas conseqüências sociais.
A interconfessionalidade pressupõe a manutenção da própria identidade confessional teológica e prática da igreja. No entanto, é verdade que ao assumir o estilo da vida interconfessional nossas igrejas devem encarar alguns desafios, dentre os quais citamos: a insegurança com a própria identidade; a falta de conhecimento da doutrina e praxe das demais igrejas participantes das relações; a necessidade de sempre absorver inovações, sem dominar a real compreensão; o preconceito para com o outro; o orgulho de ser o único a possuir a confissão de fé bíblica; e a intolerância com o diferente.
Vencendo estas e outras barreiras, indicamos a formação de uma rede de ação solidária num mundo em que “globalizar” traz consigo o significado de isolamento e exclusão. Como também porta-voz da justiça divina, a igreja cristã é instrumento para “globalizar” os direitos, o acesso e as oportunidades a cada cidadão.

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