Filhos que cooperam em tempos de crise

Autor: Pr. Wagner Tenorio de Almeida
Introdução

A família moderna está mergulhada numa crise sem precedentes e a cada dia mais se tem agravado. São casais que se separam, conflitos entre pais, filhos e irmãos, insubordinações, desrespeito, imoralidade, espancamento, filhos que abandonam seu lar, ausência dos pais na educação dos filhos, dificuldade financeira, a influência do fenômeno da globalização etc. Será que o “Projeto Família” está em extinção? Será que não dá mais para viver em família?

Que força tem estado por trás dos constantes ataques à família? Para Karl Marx existe uma “Ideologia” que domina a todos, onde o povo pensa que tem o controle sobre suas ações, sentimentos, desejos e realizações, mas desconhece a força invisível de um poder que é social, que atua em nossa consciência sem que saibamos e nos força a pensar como pensamos e agir como agimos. Já Freud disse que seria o nosso “Inconsciente”, um poder que domina a nossa vida consciente. Mas Jesus nos ensina acerca do “príncipe deste mundo”, sua influência, força e domínio, mas que quando viesse o Espírito da Verdade, convenceria o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8, 11,13) e esse Espírito já veio! A Bíblia nos ensina que “o mundo inteiro jaz no Maligno” (I Jo 5:19). Estaria a família sendo alvo dos ataques do Maligno?

Em tempos de crise, a família precisa estar unida e cada membro deve desempenhar o seu papel da melhor forma, a fim de que se estabeleça o equilíbrio e pleno desenvolvimento familiar. Hoje, mais do que nunca, é imprescindível a cooperação dos filhos. Não dá mais para permitir que os filhos fiquem alienados das crises e dificuldades da sua família.

Que filho é você na sua família? Qual tem sido o seu papel como filho? Você é um filho que coopera em tempos de crise?

1. Cooperando em tempos de crise financeira (Gênesis 45:1-15)

Você sabe quanto é a renda financeira da sua família? A sua família mantêm um orçamento financeiro? Você participa na elaboração do orçamento financeiro da sua família? Qual tem sido a sua cooperação no equilíbrio financeiro da sua família?

Dada a necessidade econômica ou mesmo o desejo de ter uma carreira profissional, muitas mães trabalham fora de casa, deixando seus filhos sobre os cuidados de babás, creches, escolas de tempo integral ou mesmo sozinhos. Surge assim a necessidade de que os filhos entendam a ausência dos pais e procurem cooperar na economia do lar, muitas vezes executando tarefas domésticas.

Conhecendo o orçamento familiar
Contribuindo na contenção de despesas
Valorizando a sua mesada

2. Cooperando em tempos de crise educacional (Lucas 15:11-32)

A família é o centro estratégico educacional, onde seus membros recebem toda a formação básica para absorver outros ensinamentos que a sociedade oferece, capacitando-os, inclusive, a avaliar novos ensinamentos. Mas se a família falha na sua tarefa de bem educar, a probabilidade de desajustes sociais dos seus membros é muito grande.

O que temos observado é que na maioria dos lares, a televisão assume o papel de educadora. Geralmente é o primeiro aparelho a ser ligado pela manhã e o último a ser desligado à noite. Por melhor que seja a sua programação, jamais conseguirá substituir ou superar a educação dada pelos pais, desde que os mesmos estejam aptos e dispostos a assumir a sua responsabilidade educacional.

Os filhos precisam entender, cooperar e aceitar em amor a orientação educacional dos seus pais, a fim de que haja um relacionamento de confiança entre ambos e assim o filho poderá ser ouvido nas suas contribuições e cooperação na educação. Não devemos nos esquecer que os pais também são gente e muitos deles já estiveram sob a autoridade dos seus pais.

Que tipo de orientação educacional você tem em seu lar? Quais são as disciplinas e/ou regras do bem viver estabelecidas em comum acordo na sua família?

Educação “permissiva”
Educação “autoritária/diretiva”
Educação “centrada no diálogo”

3. Cooperando em tempos de crise conjugal (Malaquias 2:15-16/Marcos 10:1-12)

No Brasil, 21% dos casamentos acabam em divórcio e esse percentual tem aumentado consideravelmente. O divórcio provoca traumas profundos na família, afetando todas as áreas da vida: financeira, social, emocional e espiritual. Os traumas do divórcio alcançam também os filhos, que geralmente são os mais prejudicados.

Como os filhos podem cooperar em tempos de crise conjugal? Qual seria a postura correta do filho em meio a uma crise conjugal dos seus pais? Devem ficar calados, fazer de conta que não está sabendo de nada ou procurar ajudar? E quando os próprios filhos são os geradores da crise conjugal? Que tal avaliarmos a participação dos filhos na crise conjugal?

Falar ou não falar, eis a questão
De que lado se posicionar
Promovendo a pacificação

4. Cooperando em tempos de crise espiritual (I Samuel 2:22-25, 27-30)

O ritmo acelerado da família moderna, as múltiplas atividades dos seus membros, muitas vezes inviabiliza o desenvolvimento de determinadas atividades em conjunto. Alguns dessas atividades às vezes bem simples como um “bate-papo” em redor da mesa, alguma brincadeira ou jogo recreativo, etc. Outras importantíssimas e necessárias para o bem estar da família deixam de ser realizadas, como as atividades espirituais/devocionais.

A sua família realiza o culto doméstico? Qual a periodicidade do culto doméstico em sua família? Que tipo de atividade espiritual você desenvolve diariamente?

Exatamente pela falta da prática constante de atividades espirituais é que a família moderna tem mergulhado numa crise espiritual profunda com conseqüências drásticas para todos os seus membros. Poucas são as famílias hoje que podem dizer como disse Josué: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24:15).

Qual tem sido a sua cooperação na realização das práticas devocionais/espirituais em sua família? Por que muitos filhos que mesmo sendo criados pelos pais na igreja, que receberam toda a orientação espiritual desde a infância, hoje estão distantes dos caminhos do Senhor? Como podemos entender o texto bíblico que diz: “Ensina o menino no caminho em que deve andar e até quando envelhecer jamais se desviará dele”? (Pv 22:6).

A importância da vida devocional
A importância do culto doméstico
A importância da participação na igreja

Conclusão

“A família é o jardim da personalidade humana, o principal lugar em que as pessoas são formadas, deformadas e transformadas” (Clinebell).

Os filhos, para que possam cooperar em tempos de crise, precisam encarar a realidade de que não existe família perfeita, não existe família que não tenha enfrentado ou esteja enfrentando algum tipo de problema.

Os filhos devem ter a consciência de que fazem parte de um todo, ou seja, da família, e tudo o que afeta uma parte do corpo/família, automaticamente afeta todas as outras partes, da mesma forma como uma unha infeccionada influencia o corpo inteiro.

Assim como os pais receberam de Deus as suas responsabilidades e atribuições para o desenvolvimento da família, os filhos também possuem as suas próprias responsabilidades e devem cooperar para o bom, agradável e perfeito funcionamento da família. E filhos que cooperam em tempos de crise são grandemente abençoados por Deus!

fonte: http://www.terceira.org.br/filhos.htm
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