Autor: Frei José Antão, OASB
“Guardando a Deus, tudo é graça. Tudo, com exceção de Deus, tudo é vaidade” (St. Terezinha do Menino Jesus) .
Por nossa natureza, temos uma sede insaciável de felicidade, de um amor sem medida que nenhuma criatura conseguirá aplacar e só pode ser atendida pelo próprio Deus. O famoso teólogo Reginald Garrigou-Lagrange – O.P. na obra La vie étemelle et la profundeur de l’âme, explica: “A profundidade de nossa vontade é tal, que só Deus pode preenche-la e atraí-la irresistivelmente”.
A este propósito, exclama Santo Agostinho: “Infeliz quem conhece todas essas coisas (terrenas) e não Vos conhece, ó meu Deus! Feliz quem Vos conhece, embora ignore todo o resto. Quanto a quem Vos conhece e conhece também as coisas terrenas, não é mais feliz por conhece-las, mas é unicamente o conhecimento que tem de Vós que o faz feliz, contanto que, conhecendo-Vos como Deus, glorifique-Vos também como Deus e Vos dê graças por Vossos dons, e não se perca na vaidade de seus próprios pensamentos”.
Deus pôs no coração do homem a eternidade (Ecl 3,11). O homem foi criado para adorar a Deus e ser feliz. Todo desejo humano é realizado plenamente no Bom Deus. São Bernardo de Claraval disse: “Deus fez de ti um ser de desejo, e o teu desejo é o próprio Deus”.
Enquanto o ser humano procurar nas vaidades o seu prazer carnal, mais vazio ficará o seu ser. O romancista russo Fiódor Dostoievski disse: “Há um vazio no coração do homem do tamanho de Deus”. A verdadeira felicidade só existe em Deus, Pai de Nosso senhor Jesus Cristo.
Escreveu Santo Agostinho: “Fizeste-nos Senhor, para Ti, e nosso coração está inquieto, enquanto não descansar em Ti”.
O engano da indústria da auto-ajuda, das terapias alternativas, do espiritualismo, do hedonismo e do narcisismo, tem causado a infelicidade mortal de muita gente.
“Tudo, com exceção de Deus, tudo é vaidade”. Tudo sem a fé, sem a graça e sem o conhecimento do Bom Deus, tudo é desgraça e infelicidade.
É para Deus, pois, que é mister orientar todas as nossas ações e pensamento. Conhecê-lo, amá-lo, servi-lo, e assim glorificá-lo, eis o fim da vida, a fonte de toda a felicidade.
“Quem ama a Deus, encontrará alegria em todas as coisas; quem não ama a Deus, em nenhuma coisa encontrará verdadeiro prazer”. Santo Afonso de Ligório
Ordem Anglicana de São Bento
Professor de história da Teologia e da Igreja
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