Autor: Adão Carlos Nascimento
O texto básico é Tiago 2.14-26, destacando o v. 17: “Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta.”
A reflexão sobre tema tão importante nos leva, inicialmente, a três perguntas: (1) Qual é o lugar das boas obras na vida do crente? (2) O crente deve guardar a lei? (3) Em que sentido o crente é liberto da lei?
Quanto à primeira pergunta, todo crente deve praticar boas obras como testemunho de sua fé, para a glória de Deus (Tiago 2.18-22; Mateus 5.16). Todo crente deve praticar as boas obras que Deus “de antemão preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2.10). No entanto, devemos estar plenamente conscientes de que somos salvos pela graça, mediante a fé, e não pelas obras, “para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8, 9). As boas obras são a conseqüência e não a causa da nossa salvação.
A resposta à pergunta “se o crente deve guardar a lei” deve começar com um esclarecimento.
Na Bíblia encontramos três tipos de lei: (a) Lei Cerimonial – ordenanças que tinham como finalidade orientar, disciplinar e dirigir a vida religiosa do povo de Israel, servindo-lhe de instrumento de comunhão com Deus e de preparação para a vinda do Salvador. (b) Lei Civil – que disciplinava a vida do cidadão perante o Estado. (c) Lei Moral – que revela a natureza e a vontade de Deus, bem como o dever de cada ser humano para com o Senhor. A lei cerimonial e a lei civil, do Antigo Testamento, foram todas abrogadas pelo Novo Testamento. Mas a lei moral, que se encontra resumida nos dois mandamentos citados por Cristo (Mateus 19.16-22; 22.34-40), deve ser ainda obedecida por todos os homens, especialmente por todos os crentes.
Mas, em que sentido o crente é liberto da lei?
No sentido de não ser justificado nem condenado pela lei (Romanos 3.28; 7.4-6; Gálatas 2.16). Mas o crente tem o dever de pautar a sua vida segundo a retidão estabelecida pela lei moral, que o Novo Testamento mantém como norma de conduta. Tiago lançou-nos o seguinte desafio: “Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé” (Tiago 2.18). E este também é o desafio do mundo: Mostra-me a tua fé com as tuas obras!
A vida do verdadeiro crente precisa ser uma vida de fé, mas também de obras – que provem a sinceridade de sua fé.
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