Autor: Marta Carriker
SUGESTÕES PARA SABER SE HÁ FALTA DE CUIDADO DOS MISSIONÁRIOS
Missionário, você sabe que há falta de cuidado pastoral em sua vida quando…
– Você sente que acode bem aos outros em seus problemas, mas o “seu problema” parece não ter solução, seja problema de saúde, crise espiritual ou problema de relacionamento.
– Você passa cada vez menos tempo com as pessoas no campo e nem percebe que está se isolando.
– Você mergulhou no trabalho com tudo, e acha que é só por isso que não tem tempo para sua família.
– Você se vê com “abandonado no campo”.
Igreja, vocês sabem que seu missionário está sem cuidado pastoral no campo quando…
– Você não sabe se sua igreja sustenta missionários.
– O missionário só é lembrado na conferência de missões.
– Ele parou de mandar notícias.
– Ele teve um filho há um ano e ninguém sabe o nome.
Agência missionária ou secretaria de missões ou comitê de missões, vocês sabem que há falta de cuidado pastoral dos missionários quando…
– Seu relacionamento com ele é administrativo, acham que sua vida pessoal (emocional ou espiritual) é responsabilidade dele.
– Nunca visitaram o missionário, nem pretendem fazê-lo (afinal, é muito caro, certo?)
– Vocês recebem relatórios do missionário, mas muito raramente gastam tempo em oração por ele.
– Se o missionário apresenta problemas no campo, a primeira solução em que pensam é a de dispensá-lo.
O cuidado pasotral de missionários não é tarefa fácil, assim como não é fácil pastorear uma igreja. A comunicação precisa ser boa. Quais são as necessidades? É possível ou recomendável visitar o missionário? Há confiança mútua? E se há mais de um missionário, como levar em conta fatores culturais e pessoais?
Como já ouvi a Márcia Tostes dizendo, o missionário é estratégico, e por isso devemos cuidar bem dele. Ilustrando isso, o missionário é parte do nosso corpo, corpo de Cristo, e quem abriria mão dos próprios pés?
Para mim, a carta de II Timóteo é muito inspiradora com relação a esse assunto. Paulo cuidava pastoralmente de Timóteo, com muito amor. Ele se lembrava dele nas orações (1:3); queria vê-lo (1:4) e o admoestava a permanecer firme na fé (1:6 e 7). Essa é minha sugestão para que haja cuidado pastoral de missionários: Precisamos ter um amor que cuida. O missionário não deve ser visto como “um profissional realizando uma tarefa necessária”, mas sim como “um irmão querido, enviado para participar naquilo que Deus espera que façamos juntos aqui na Terra”. E que Deus nos ajude e nos aperfeiçoe em seu amor, para que entendamos como fazer isso melhor.
ENTREVISTA COM MISSIONÁRIOS QUE SENTEM FALTA DE CUIDADO PASTORAL
A e B são missionários aqui no Brasil, realizando um trabalho de implantação de igrejas.
VOCÊS SENTEM FALTA DE CUIDADO PASTORAL?
A e B – Todo dia, toda hora. O pastor mais próximo mora muito longe, e não nos encontramos quase. Nós o vemos de cinco em cinco meses, mais ou menos, quando ele vem dar a ceia. Nossas visitas são burocráticas.
E QUANTO À SUA IGREJA DE ORIGEM?
A e B – Temos um vínculo com nossa igreja. Eles telefonam de vez em quando. São amigos. Quando precisamos descansar é com eles mesmo. São nosso porto seguro.
EM QUE ÁREA VOCÊS MAIS SENTEM A FALTA DE CUIDADO PASTORAL?
A e B – Quando não sabemos fazer alguma coisa. A prática é muito diferente da teoria. Encontramos muitas dificuldades. Às vezes não sabemos o que devemos fazer por muita liberdade. Quando há liberdade demais, ficamos desorientados. Acabamos nos responsabilizando para com Deus e um para com o outro. Essa é nossa solução para isso. Não temos acompanhamento pastoral. Nossa questão é “Como posso me expor?” “Daria para me abrir com um membro da igreja?” Sentimos que não.
NUM MUNDO IDEAL, O QUE VOCÊS GOSTARIAM EM TERMOS DE CUIDADO PASTORAL?
A e B – De uma visita pastoral e de um encontro onde pudéssemos discutir nossos problemas com outros missionários.
QUE TIPO DE PROBLEMA VOCÊS TÊM ENFRENTADO NO CAMPO?
A e B – Nosso problema são influências. Há uma pessoa influenciando para o mal. Sentimos que investimos muito com pouco retorno. Visitamos muito e nada acontece. Também temos problemas financeiros, é como se estivéssemos pagando para trabalhar, o salário não chega. Gostaríamos que houvesse mais pesquisa sobre o custo de vida nas diferentes regiões, para que isso não acontecesse mais aos missionários. Na nossa região, tudo é muito caro. Se queremos dar folhetos, por exemplo, temos que tirar do próprio bolso. Às vezes também, nossa liderança não explica bem nossos direitos. Por exemplo, parece que temos alguma cobertura para a saúde e nem sabíamos.
AGRADECEMOS A PARTICIPAÇÃO DE “A” E “B”, E ESPERAMOS QUE AS COISAS MELHOREM PARA ELES. CONVIDAMOS AOS PARTICIPANTES DESTE FÓRUM A ORAREM POR ELES, QUE ESSA PESSOA QUE TEM DESVIADO OS NOVOS CONVERTIDOS (INFLUÊNCIA) PARE DE FAZER ISSO E QUE ELES RECEBAM O CUIDADO DE QUE PRECISAM PARA CONTINUAREM FIRMES EM SEU CAMPO DE TRABALHO.
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