Estou afastado da igreja. A culpa é daquele irmão

Autor: Neucir Valentim
Este é um dos maiores argumentos de quem abandona a fé cristã. Diz sempre que se decepcionou com algum caso ou com algum irmão da igreja. Ocorre que esse tipo de argumento, via de regra, encerra uma grande desculpa para quem abandonou a fé cristã e sobretudo a Jesus. Mesmo o tal argumento que o abandono foi somente no tocante à igreja, pois o amor a Jesus, segundo ele, permanece. Isto é um sofisma! Um argumento cujo princípio é verdadeiro, mas com uma conclusão falsa, enganosa e ludibriante. Até porque quem ama a Jesus esta comprometido com os seus mandamentos “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos.” (Jo 14:15). É o próprio Senhor Jesus quem estabeleceu, fundou e edificou a igreja. Logo, ser seguidor de Jesus, amá-lo de verdade, é também viver naquilo que ele fundou e porque se entregou. Caso contrário, o amor não é verdadeiro e a sinceridade neste caso, não passa de um blefe. Nos ensinamentos bíblicos, inspirados por Deus (e quem o ama segue os seus ensinos), existe uma advertência bem clara: “não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” (Hb 10:25.) O autor da carta aos Hebreus está dizendo que o fiel amante de Deus, não abandona a congregação a qual pertence, pois ela é lugar de admoestação, de aprendizado, ainda que esse aprendizado seja produto do erro alheio. Diz também que, tal compromisso com a congregação (igreja aonde congregamos), deve ser maior ainda quando percebemos que estamos perto do fim dos tempos!

Ouço muita gente repetindo como realejo que se aborreceu com aquele irmão, aquela irmã, etc. e por isso não vai mais a igreja. : Este tipo de comportamento, revela uma profunda arrogância espiritual. Primeiro porque, quem diz tal coisa, não tem a humildade suficiente para perdoar aquele ou aquela que lhe causou alguma importunação, e por isso, entra em dívida com Deus, no tocante aos seus próprios pecados, como nos diz a oração ensinada por Jesus: “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores.” (Mt 6:12).

Em segundo lugar, quem procede assim, valoriza mais aquele que o atingiu e o magoou do que a toda comunidade que lhe ama e lhe confere apreço. Isso mesmo, o que usa esse tipo de argumento ignora todo mundo porque está magoado com uma só pessoa, revelando que na verdade não ama a ninguém, e pouco está se incomodando com o que os outros sentem acerca dele. Importa, para ele, a sua rixa, a sua briga e a sua rivalidade e o amor por todos é desprezado de forma banal. Em terceiro lugar, quem procede assim, desconsidera que a igreja, é uma instituição criada pelo Senhor Jesus para amparar gente doente, e por isso não é uma comunidade perfeita, onde todo mundo é santinho. Afinal, alguém já disse, com muita precisão, que igreja não é hotel para crentes e sim hospital para doentes! Isto posto, quem não deseja estar na igreja por causa de um dano sofrido, não considera com carinho a comunidade admoestadora que ela é. É isto o que o apóstolo fala aquela gente carnal da igreja de Corinto: ” Na verdade já é uma completa derrota para vós o terdes demandadas uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes a fraude?” (I Co 6:7). Por último, julgo que quem usa este argumento, está no caminho de um seguidor de Cristo chamado Demas, a quem Paulo faz a seguinte referência: “pois Demas me abandonou, tendo amado o mundo presente, e foi para Tessalônica…” (II Tm 4:10). Isso mesmo, quem argumenta dessa maneira, não está preocupado com o evangelho ou em seguir a Jesus, está usando uma boa desculpa para amar o mundo presente. Mas para essa gente existe uma outra consideração feita por João em sua carta: ” Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.”

Quer saber de uma verdade, meu querido irmão? Quem age assim, e porque o amor do Pai não existe em seu coração há muito tempo!

Palavras duras essas, não? Mas verdadeiras!

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