Distorção do evangelho

Autor: Edidélcio Prado da Rocha

Na tentativa de ajustar o evangelho a uma sociedade pós-moderna, alguns líderes religiosos distorcem as verdades fundamentais da fé cristã. Fazem hoje o que os líderes do séc. XVII fizerem para moldar o evangelho a uma sociedade intelectualizada (iluminismo).

Estes se utilizam do Evangelho para obter seus fins. Os valores estão neste mundo – prestígio social, boa conta no banco, etc. A base desse evangelho é o positivismo. Tudo o que produzir resultados favoráveis, algum tipo de lucro, isso passa a ser referendado. Aponta para as necessidades materiais do ser humano. Possui uma teologia utilitarista: “preciso de Jesus porque Ele me é útil para suprir as necessidades essencialmente materiais”. Exemplo: quebra de maldições, decretos, correntes, promessas e votos, etc. Sujeitando Deus aos desejos e caprichos humanos. Submete as escrituras a uma constante censura. Só são proclamadas as passagens que lhe são favoráveis, para tornar o evangelho agradável ao pecador. Os aspectos negativos são postos de fora tais como: ira de Deus, depravação total, inferno. Para alguns, o conceito de pecado é depreciativo para a pessoa, e não algo que desonra a Deus. A salvação, para esses, é uma manifestação externa que beneficia sua vida, sempre apresentada como um meio para receber apenas o que Cristo oferece, sem, contudo, obedecer o que ele ordena e sem aceitar o seu Senhorio.

O verdadeiro Evangelho é a boa nova que partiu do Messias, filho encarnado de Deus; Cristo, o Cordeiro de Deus, que morreu pelos nossos pecados; Cristo, o Senhor ressurreto; Cristo o perfeito salvador. Não está locado neste mundo; não tem nada neste mundo que se assemelhe a ele – “O meu reino não é deste mundo”.

A base do evangelho do reino de Deus é o arrependimento, reconhecimento do pecado, da graça, da obra expiatória; Contrição, insatisfação causada pelo sentimento de violação da lei e da conduta moral, que resulta na livre aceitação do castigo e disposição de evitar futuras violações. O meio para que entremos é a confissão de pecado, senso da própria completa corrupção e perversidade aos olhos de Deus, necessidade de um “novo nascimento”. A teologia do reino de Deus nos serve como uma coordenada a ser seguida, fundamentada como referencial para aferirmos a trajetória da existência.

Durante o curso da existência, seguir o referencial nem sempre é agradável ou até mesmo favorável. Muitas vezes durante a nossa trajetória sofreremos reveses (tempestades, tribulações, aflições, perseguições), e nem por isso devemos alterar a rota e nem mudar o curso para uma situação favorável que nos desvirtue do objetivo sagrado a seguir – “No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16:33). A despeito de estarem por ai alardeando e propagando as facilidades e até mesmo a pavimentação do caminho da salvação, através do enlarguecimento de propostas, favores e ofertas, o caminho da salvação continua sendo um desafio duro, estreito, espinhoso, cheio de inimigos dispostos a sabotar o curso sagrado para aqueles que querem ser fiéis aos princípios de nosso Senhor Jesus que diz: “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida”. O objetivo primário do reino de Deus, não é a necessidade das carências do homem, mas a busca sincera de um relacionamento íntimo com a pessoa de Deus, onde o Cristão sente uma profunda alegria de estar agradando a Deus e buscando os interesses do seu reino. “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”. (Mt 6:33). “Venha o teu reino”. Portanto, este evangelho produz no homem verdadeiramente arrependido um profundo desejo insaciável de relacionar-se com a pessoa de Jesus, em espírito e em verdade, independentemente da conjuntura (Se é positiva ou negativa).

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