Autor: Juarez Marcondes Filho
Temos nos acostumado a falar sobre Missões e viver este tema. Nossa compreensão é que Missões não é mais um assunto a ser tratado, quase que um apêndice nas preocupações da Igreja. Missões é essencial, é vital, é a razão de ser da Igreja. E neste aspecto, todos nós estamos envolvidos. Não é missionário somente aquele que vai para muito longe, para outro país, outra língua. Todo o trabalho que cada crente realiza para o Senhor tem uma dimensão missionária.
Em Lucas 10.1-20 vemos o Senhor Jesus enviando 70 discípulos para realizarem um trabalho missionário (v. 1); Jesus faz algumas recomendações e eles partem; por fim, retornam, extasiados com o trabalho que puderam realizar e Jesus conclui de modo brilhante (v. 17-20). Cremos que nesta passagem há algumas orientações básicas para que o trabalho missionário que realizamos seja eficiente e traga excelentes resultados.
É curioso que, mesmo reconhecendo serem poucos os trabalhadores e recomendando aos discípulos que rogassem ao Pai pedindo mais companheiros, Jesus os tenha enviado de dois em dois. Numa lógica utilitária seria mais abrangente enviá-los individualmente a 70 lugares diferentes. No entanto, Jesus comissionou 35 duplas, apontando para a importância do trabalho em equipe. Há muita solidão no trabalho que realizamos para Cristo. Em vez de solitários deveríamos ser solidários, aprender a trabalhar juntos, não sermos egoístas ou pensarmos que as coisas só vão sair bem se dependerem de nós. Lembremo-nos das sábias palavras das Escrituras: “melhor é serem dois” (Eclesiastes 4.9-12).
A segunda lição que podemos tirar desta passagem é que mesmo sendo enviados para o meio de lobos (v. 3) e totalmente despojados (v. 4), para enfrentar tanto a indiferença (v. 6), como a oposição (v. 10), devemos manter uma atitude altamente positiva. Jesus recomendou: “onde vocês chegarem, levem a paz” (v. 5). O servo de Deus não foi chamado para julgar ninguém, muito menos para condenar. A sua tarefa é comunicar o grande amor de Deus. Ao enfrentar as vicissitudes próprias do trabalho missionário não podemos nos deixar levar por elas, perdendo o foco.
O último aspecto que desejamos levantar exige nossa máxima atenção para o verdadeiro objetivo do trabalho missionário. No v. 9 vemos Jesus recomendando aos discípulos que curassem os enfermos, quando necessário; e quando eles retornam, relatam maravilhados suas experiências no mundo espiritual, libertando pessoas das mãos do Maligno (v. 17). Especialmente em nossos dias, é muito fácil pensar que a tarefa da Igreja é fazer milagres, curar, ter sinais e prodígios. Mas não é. Jesus foi claro: o que nós temos que fazer é anunciar o Reino de Deus. Isto é, anunciar que Jesus é Senhor, que Deus é soberano sobre tudo o que existe e, conseqüentemente, viver debaixo desta compreensão.
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