Autor: MEP – Movimento Evangélico Progressista
2) Mantenha uma atitude crítica, com relação a todos os partidos políticos. Os partidos não têm dado respostas aos problemas fundamentais de nossa época, pois nenhum partido político é capaz de realizar um projeto perfeito de sociedade. Coloque-se acima das intrigas partidárias e aprenda a duvidar e desconfiar de todos os que se apresentam com ar de santo no período das eleições. Reconheça que no campo da política só aprende quem duvida e desconfia, enquanto aqueles que acreditam em tudo que ouvem são sempre enganados.
3) Procure saber quem está financiando a candidatura. Quanto mais seguro e preparado for o candidato, mais claras e objetivas são as suas idéias. Mas, lembre-se que essas idéias precisam ser trabalhadas para que se transformem em projetos, que deverão ser executados. Isto significa que não devemos nos enganar com projetos de eleição, elaborados pelos publicitários, vendidos aos candidatos comprometidos com seus financiadores e não com a população votante que os elege.
4) Tente aprender com outras pessoas, pois assim você dará uma demonstração de inteligência, visto que, em tudo temos que aprender uns dos outros, principalmente na política. Reconheça que apenas os desinformados e os tolos caem no conto da varinha mágica com que alguns políticos prometem solucionar os problemas sociais, caso sejam eleitos. A classe política, valendo-se da ingenuidade política e religiosa do povo, não pode continuar enganando as pessoas, no campo do profano e do sagrado, para somar dividendos políticos.
5) Entenda que os truques e conchavos políticos, mais cedo ou mais tarde mandam as contas, as quais, serão pagas sempre pelos inocentes. Essas contas virão sempre na forma de novos impostos, acompanhadas de belas e humanísticas justificativas, a exemplo do imposto sobre movimentação financeira (CPMF), supostamente destinado a solucionar os problemas da saúde.
6) Evite a condição de objeto, de massa de manobra, nas mãos dos “inteligências” da sociedade. Torne-se sujeito responsável por seus atos, inclusive o ato de votar. Reconheça que o voto é a arma do cidadão, enquanto o poder é a arma do político. Se você não usar o seu voto contra o mau político, ele vai usar o poder contra você, criando leis que exploram seu bolso, destruindo a sua imagem de ser racional e privando você de sua liberdade. Os “inteligências” da política são uma espécie de camaleões que desenvolvem uma matemática política, fundamentada nos pontos fracos da vida cotidiana, apresentando soluções teóricas que jamais são alcançadas na prática. As pessoas as quais tais promessas são feitas ficam de tal maneira enfraquecida que se contentam apenas em ouvi-las. Enquanto isso, os camaleões vão mudando de acordo com as conveniências.
7) Trabalhe para que as eleições sejam decididas pela população votante e não pela mídia. Geralmente os meios de comunicação estão a serviço das elites dominantes, procurando manter o cidadão como mero espectador. Por isso o Brasil é conhecido com um País sem cérebro, sem consciência filosófica e política, sem direção espiritual, cujo povo analfabeto ou semi-analfabeto está entregue à manipulação dos meios de comunicação de massa – o rádio, a televisão, a serviço dos interesses de empresas multinacionais. Não podemos mais aceitar esta imagem que é construída, direta ou indiretamente, pelos políticos, jornalistas, artistas e intelectuais comprometidos com as conveniências dos interesses internacionais, completamente indiferentes aos graves problemas que ameaçam a população.
8) Negue seu voto a políticos profissionais. Estes estão no poder durante anos favorecendo apenas a parentes e correligionários, sem nenhuma realização em benefício da população, gastando dinheiro com atores e artistas, que apresentam discursos enganadores em virtude dos favores que recebem. A população, além de ser lesada pelo governo, ainda é enganada por esses atores – tudo por causa de um voto mal dado.
9) Evite iludir-se com a ideologia de que irmão vota em irmão, elaborada no âmbito protestante como rede para colher voto de crente. Na prática esta ideologia tem servido para colocar no poder pessoas inescrupulosas, que durante as campanhas discursam em nome de Deus, com ar de piedade religiosa, mas quando no poder, trocam seu voto por favores, subservientes aos que usam o poder em benefício próprio. Cobre dos candidatos evangélicos algo mais do que falácia. Exija discurso de cunho político, que expresse a crítica diante do que está estabelecido, no lugar dos arrumadinhos que resultam em mútuo favorecimento. É inadmissível que o crente seja um eleitor ingênuo, ludibriado em seu voto e nossas igrejas colocadas na condição do que se denomina “currais eleitorais” .
10) Vote em quem tem mensagem profética para pregar e obras de justiça a realizar. Os protestantes no Brasil iniciaram este século pregando contra os católicos, a partir da segunda metade do século pregaram contra os comunistas e contra os liberais, estão terminando o século pregando contra eles próprios, sem conseguir resolver as divergências doutrinárias. Por terem perdido de vista a dialética da história os evangélicos estão ameaçados de se tornarem subproduto da mídia, comprometidos com as ideologias de denominação e exploração. Dessa forma, sustenta-se o fundamentalismo religioso, que substitui a mensagem profética (mensagem que denuncia as injustiças) pela mensagem apologética (mensagem que tenta defender ou justificar alguém). Com isso prejudica-se os domésticos da fé, tornando-se coniventes com as injustiças sociais.
PARA PENSAR E DEBATER:
- Você conhece pessoas que reconheceram seu erro e nas eleições seguintes mudaram seu voto?
- Há pessoas que afirmam: “Em tal eleição eu perdi meu voto porque o meu candidato não ganhou”. O que você acha disso?
- O que você achou dos critérios acima? Qual deles você julga mais importante?
PS. Favor publicar em boletins das igrejas.
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