Autor: Isaías Lobão Jr.
Salmo 131: Calma em Deus
Este salmo expressa a confiança de um relacionamento pessoal íntimo com Deus.O primeiro verso fala do orgulho. Uma tríplice negação do orgulho. No coração, nos olhos e nas ações. Ele fala que seu coração não é orgulhoso, nem seu olhar arrogante, muito menos busca coisas além de sua capacidade. Ele conhece seus limites.
A humildade é representada no salmo pela atitude da criança. Calmamente alojada no colo de sua mãe. Calada, sossegada e quieta. Ciente que Deus pode suprir sua necessidade. Sua alma encontra paz em Deus. Ele não anda desabaladamente atrás de outras coisas, mas se aquieta nos braços de Deus.
O orgulho afasta o homem de Deus. Deus resiste aos soberbos, contudo dá graça aos humildes, Tiago 4:6. O orgulho tem sido a marca do ministério hoje. Vivemos um momento de tensão. A vocação da igreja foi redefinida, mas segundo os valores deste mundo e não conforme os padrões bíblicos.
O padrão da mídia, do mercado influenciam os pastores e líderes da igreja. Muitos olham para a igreja como se ela fosse uma agência humana. E as pessoas buscam avidamente na igreja o que elas não encontraram na mídia e no shopping center.
Os pastores se destacam neste mercado religioso, e espera-se que inventem produtos para satisfazer o consumidor.Gastam o tempo, pensando em como exibir de maneira atraente os produtos divinos. A fé torna-se mais um produto de mercado.
A tendência é para que os pastores oscilarem entre a atitude do gerente e a do messias.
Como gerente ele somente organiza as programações a atividades eclesiásticas. A vida da igreja é medida em termos que atividade que seus membros realizam. Um ativismo intenso e sufocante.
Como messias, ele busca ajudar e resolver os problemas das pessoas. Utilizando para isto as regras e preceitos que o mercado impõe. O que Larry Crabb chama de Teologia da Receita.
Problema: quando estou ajudando os outros, sou o mais forte, eles são os mais fracos. Sou o competente em relação a sua incompetência. A busca é pela saúde perfeita. Como se fosse na academia de ginástica.
Eugene Peterson, assim define o chamado pastoral: “anunciar a palavra de Deus corretamente, para que os crentes possam manter contato com as realidades básicas da existência de Deus e da experiência cristã. Invocamos a Deus, lado a lado, com os crentes nas circunstâncias reais das suas vidas”.
Palavras de comunhão. São usadas para contar histórias, mostrar amor, nutrir intimidade e desenvolver confiança.
Palavras de comunicação. São usadas para comprar ações, vender alface, dirigir o trânsito e ensinar matemática.
Jonathan Edwards, viveu um grande avivamento (1735-1742) e escreveu vários sermões sobre o tema da experiência religiosa. Para ele o avivamento afeta nossas afeições religiosas. Passamos a amar intensamente a Deus. A buscar intimidade.
Salmo 25:14. A intimidade do SENHOR é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança
Estamos envolvidos em muitas atividades na igreja, trabalhamos com amor, oramos e pregamos, mas pode-se correr o risco de não sermos íntimos de Deus.
A vocação cristã é essencialmente relacional. O convite ao Discipulado é um convite à comunhão com Deus e com a família da fé.Ao se revelar ao mundo como um Deus de amor. Ele se revela como um Deus pessoal que nos convida a nos relacionarmos com Ele da mesma forma como Ele se relaciona conosco, amando.
Uma vez que nosso relacionamento com Deus obedece à mesma lógica dos nossos relacionamentos humanos.O problema é que as nossas relações no mundo moderno deixaram de ser pessoais e afetivas para serem funcionais e impessoais. A realização humana hoje se dá muito mais em termos de conquistas profissionais e espirituais do que de relacionamentos pessoais.
Precisamos reavivar nosso amor por Deus.
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