Autor: Carolina de Souza Lino
A idade do culto em nosso planeta é a idade do homem. Todas as pessoas cultuam, diz a antropologia. Está na natureza do homem cultuar, todos os povos, em todas as épocas revelaram uma sensibilidade religiosa e uma tendência ao sobrenatural. O homem primitivo temia os relâmpagos e os trovões pois julgavam ser, os mesmos, manifestações do desagrado por parte dos deuses. O medo do desconhecido e a necessidade de dar sentido ao mundo que o cerca, impulsionou o homem a criar diversos sistemas de crenças, cerimônias e cultos. Segundo Billy Grahan: “Há um vazio com a forma de Deus em nossos corações, porém muitas pessoas tentam enchê-lo com outras coisas.”
Culto
Em nossos dicionários encontramos como sinônimo de culto as palavras: veneração, adoração ou um conjunto de atos que os homens utilizam para render homenagens à divindade. Sendo o culto, interno ou externo, individual ou coletivo. Das raízes do hebraico e do grego, encontramos diversos termos para designar o vocábulo culto. No Velho Testamento, a palavra chatah, ou seja, inclinar-se, como registrado em Ex.4.31: “… inclinaram-se e adoraram.” Em II Cr.29.29 encontramos shahah, significando prostrar-se: “…o rei e todos os que estavam com ele prostraram-se e adoraram.” Em o Novo Testamento, destacamos a palavra latréia, traduzida do hebraico para o grego pela Septuaginta. Outra designação para culto muito usada no NT é proskunéo significando literalmente jogar beijos para alguém ou prostrar-se em reverência (Jesus usou este termo no diálogo com a samaritana, registrado em João 4.24).
O Pastor Damy Ferreira em seu livro Louvor à Deus escreve assim: “Culto ( latréia ) é todo o processo pelo qual a pessoa se aproxima de Deus principalmente com adoração (proskunéo) e louvor (ainéo – grego).
Liturgia
O termo liturgia vem do grego Leitos Tergon usada no NT como ação do povo ou ação pública; ministério, serviço religioso. Segundo William Barclay no seu livro Palavras Chaves do NT a palavra é usada de três maneiras: 1ª Serviço – de ajuda aos outros, exemplo: II Co.9.12; Gl.6.1. Nossa obra na igreja é uma liturgia que Deus impõe ao cidadão do Reino. 2ª Serviço Religioso – nossa obra na igreja é um serviço que Deus nos impõe também, por exemplo: Lc.1.23; At.13.2. 3ª Magistrado – Barclay diz que a palavra leitourgos é usada por Paulo para designar magistrado ou quem detém o poder e que ele, o apóstolo era o leitourgos de Jesus aos gentios (Rm.15.16). Posteriormente, no grego, a palavra veio significar “trabalhador”. Todo o trabalho seria uma liturgia imposta por Deus, sobre os homens, sendo essa tarefa mais gloriosa por ser realizada para Ele. O termo liturgia nos dias atuais assumiu uma nova conotação relativa à ordem de culto no que se refere à sua formalidade.
Outros conceitos
“Culto não é uma invenção humana, é uma oferta divina. Deus oferece a si próprio em relacionamento pessoal e o homem responde. A visão de Deus requer uma resposta em culto. Porque Deus é digno de ser cultuado.” Frank Segler Neste pensamento de Frank Segler vemos o culto como uma divina oferta, uma ação de Deus e uma reação do homem. O profeta Isaías viveu esta experiência (Is.6). Ao entrar no templo viu a majestade e a santidade do Ser Supremo, viu o trono excelso e elevado, viu os serafins que em altas vozes clamavam uns para os outros: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos, toda a terra está cheia da sua glória.” Os antigos viam na sua tríplice aclamação (chamada à grega triságio) uma alusão á trindade das pessoas em Deus. O profeta reconhece a sua pequenez, bem como a de seu povo e clama “Ai de mim, estou perdido!” Mas Deus, em sua infinita misericórdia, providencia a purificação. Isaías recebe o perdão e ouve o apelo do Senhor, consagrando a sua vida: ” Eis-me aqui, envia-me a mim.” De Karl Barth: ” O culto da igreja é o Opus Dei, ou seja, o trabalho de Deus que é feito por si só. Quando tentamos cultuar por causa dos benefícios que receberíamos, o ato deixa de ser culto, porque começa a tentar usar Deus como um meio para conseguir alguma coisa.
Nós cultuamos a Deus unicamente por causa de cultuar a Deus.” Cultuamos a Deus pelo que Ele é, pelos seus atos poderosos, pelos seus atributos eternos, pelo seu grande amor por nós demonstrado em Jesus Cristo, o nosso eterno Salvador. O culto não é barganha para receber bênçãos. Deus está pronto a nos conceder bênçãos, a operar milagres em nossas vidas, porque ele é o mesmo de ontem, de hoje e será eternamente, mas Ele age de acordo com a sua vontade, soberania e a vontade dele é o nosso bem. Deus não age por nossa pressão ou determinação. De William Temple: ” Cultuar é despertar a consciência para a santidade de Deus, alimentar a mente com a verdade de Deus, abrir o coração ao amor de Deus e dedicar a vontade ao propósito de Deus.” Finalmente, de Jesus, o mestre por excelência: ” Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito e importa que os que o adoram o adorem em espírito e e em verdade. Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele servirás.” (João 4.23,24; Mt.4.10)
Modelo de Culto Cantado Processional – Instrumental Convocação ao Culto – Hino 382 CC ” Vamos a Igreja”
A Igreja em Ação Recepção aos Visitantes Prelúdio “Tu és Fiel, Senhor” (Runyan) – Piano
Oração Invocatória Recitativo Bíblico: Hebreus 12.1,2 Cântico Congregacional “Grande ao Senhor” (Steven Mac Ewan) A Visão de Isaías (Isaías 6.1-8) A consciência da presença de Deus nos convida ao louvor e adoração Dirigente: No ano em que morreu o Rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo. Todos: Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas, com duas cobria o rosto, e com duas cobria os pés e com duas voava. Dirigente: E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. Hino Congregacional 9 CC “Santo” (John D.) A consciência da presença de Deus nos leva a confessar os nossos pecados Dirigente: E as bases dos limiares moveram-se á voz do que clamava, e a casa se enchia de fumaça. Todos: Então disse eu: Ai de mim! pois estou perdido, porque sou homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos. Solo “Perdoa-me” (Hiram Rollo Jr)
Dirigente: Então voou para mim um dos serafins trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; Dueto “Purifica-me” (Kléber Lucas) A consciência da presença de Deus nos dá alegria do perdão Todos: E com a brasa tocou-me a boca, e disse: Eis que isto te tocou os teus lábios, e a tua iniquidade foi tirada, e perdoado o teu pecado.
Hino Congregacional 403 CC ” Alegre” (Winfield – Arthur) A consciência da presença de Deus nos impulsiona a ouvir a voz do Senhor Todos: Depois disto ouvi a voz do Senhor que dizia: Dirigente: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Todos: Então disse eu: Eis-me aqui, Senhor, envia-me a mim.
Hino Congregacional 478 HCC “Tua voz escuto a convocar-me” (Hiram Rollo Jr) Reflexão Pastoral Oração Poslúdio “O Senhor te abençoe e te guarde” (Edith Ayres) PianoRecessional: Instrumental
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