Crônica Natalina

Autor: Saulo Veronesi
Jingle bell, jingle bell e o bell jingles e também os barulhos das máquinhas registradoras (se é que posso chamar aquelas supermáquinas assim), moedas dançando pra lá e pra cá, num compasso cada vez mais rápido. Por outro lado, pessoas com coração, se bem que todas tem um, mas com amor dentro dele, se preocupam em dar um momento de alegria, algum momento especial para alguém poder comemorar o que para eles é o Natal.
Nas minhas últimas compras natalinas, me deparei com uma cena que de certo modo me deixou perplexo, uma criança, de 6-8 anos, fazendo escândalo porque queria um presente mais caro ou algo mais bonito para ela e do seu lado, a mãe, louca, quase tendo um treco dentro da loja porque seu filho não a deixava em paz. Pensei por um momento em chegar até aquela mulher e questioná-la se ela havia ensinado seu filho sobre os valores da vida e o que é essa festividade, mas achei muita intromissão da minha parte e também não é meu papel, seria um tanto quanto constrangedor para mim.
Depois desta cena ridícula que presenciei, comecei a imaginar o que se passa na cabeça de cada um e como eles adquiriram isso. Eu serei sincero que me incluo no grupo dos compradores de presente e daqueles que Natal sem presente não é Natal. Mesmo que seja uma simples lembrancinha, destas que tem baixo valor, desde que haja uma. Isso tudo tem sim um fundo de razão, vivemos uma sociedade capitalista e eu sou até um pouco hipócrita em questionar a atitude do menino, sendo que eu talvez pudesse ter feito algo parecido ou não fosse impossível eu fazer algo como aquilo mesmo depois de velho.
O que mais penso numa hora dessas é a diferença com que tratamos as coisas hoje e como eram tratadas anos atrás quando não havia tanta comercialização e a obsessão pela venda não era tão grande. Havia sim, um interesse pelo significado do Natal, famílias se uniam pelo puro prazer de estarem juntas, cantarem, louvarem e fazerem seus familiares felizes, compartilhar causos, brincar, ganhar um alfinete que seja, mas o presente nem tinha tanto valor, era mais vantajoso brincar com os primos do que ficar isolado em um brinquedo.
Infelizmente ou felizmente, depende do ponto de vista, as mentalidades mudam e hoje eu vejo uma população caótica buscando em presentes, bens materiais, saída para sua angústia e tristeza, mas é bom, porque é mais um motivo para viver, batalhar, trabalhar tanto para comprar um presente e fazer o filho feliz. Se eu não soubesse que isso foi encucado pelo sistema na cabeça das pessoas, eu estaria mais aliviado, mas que seja, o simples prazer de estar vivo para poder ver isso e poder compartilhar dessas idéias com vocês já me deixa feliz.
O que eu quero passar é que valorizem o que quiserem, não liguem para as minhas idéias malucas de socialismo se elas o deixam triste, valorem o que pode valorar você, se um presente o faz feliz, compre-o, use-o até enjoar, mas uma coisa digo, se está vivo, viva e aproveite, qualquer que seja sua idéia e sonho, pois um sonho, se perdido no céu, desaparece, mas preso no coração e nas ações, se realiza. DESEJO A TODOS UM FELIZ NATAL.

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