Autor: Augustus Nicodemus Lopes
O que é o ateísmo? A palavra “ateu” vem do grego “a” (sem) e “theos” (deus). É a negação teórica ou prática da existência de uma divindade. O sentido do termo tem variado consideravelmente na história. Até mesmo os cristãos primitivos foram considerados ateus, por não crerem nos deuses greco-romanos.
Na cultura ocidental moderna onde vivemos, predomina o monoteísmo cristão (a crença na existência de um único Deus). Portanto, ateu é quem nega a existência de uma divindade transcendente, perfeita, criador pessoal do universo, como afirmam os cristãos (e também, judeus e muçulmanos).
No mundo moderno, existem diversas formas de ateísmo que de maneiras variadas negam a existência de Deus:
Ateísmo filosófico. Pessoas de muita influência na história da humanidade têm atacado diretamente o conceito de religião em geral e do cristianismo em particular, como Marx, Freud, Feuerbach, Nietzche, Sartre. De formas diferentes, afirmam que não se pode provar racionalmente que Deus existe. Não há muitos ateus filosóficos no Brasil (menos de 2% na última pesquisa da VEJA). Entretanto, é bem maior o número daqueles que, sem se declararem ateus, acreditam em alguns dos pontos do ateísmo.
Panteísmo. Do grego “pan” (tudo) e “theos” (deus). Ensina que tudo é deus e deus é tudo. Nem todo ateu é sem religião. Budistas e taoístas (religiões orientais) não acreditam num deus pessoal, mas numa força cósmica que penetra e une todas as coisas.
Politeísmo. Do grego “poli” (muitos) e “theos” (deus). Crê na existência de muitos deuses. Rejeita o conceito de um único deus pessoal, perfeito e criador do universo.
Deísmo. Acredita num deus pessoal, perfeito e criador do universo, mas nega que ele se envolva na vida diária das pessoas e na história do mundo.
Ateísmo prático. Muitos professam crer num deus, mas vivem como se ele não existisse ou fizesse diferença.
A Bíblia tem muito a dizer sobre o ateísmo: (1) É uma tolice que tem raiz no coração depravado do homem, Sl 14.1; 53.1; (2) É um esforço do homem em negar o que sua consciência diz, Rm 1.18-23; (3) Até os animais saberiam dizer que Deus existe, Jó 12.7-10.
Existem duas grandes dificuldades com o ateísmo em geral:
É contrário à razão e à experiência humana. A história tem provado vez após vez que é impossível suprimir o desejo pelo divino que existe no coração da humanidade (de qualquer época, em qualquer lugar). O ateísmo não consegue dar descanso à mente e ao coração humano. Após um período onde o ateísmo pareceu triunfar (racionalismo) a humanidade retorna outra vez ao misticismo. A mesma história testifica que existem profundos instintos religiosos dentro do peito humano. Negar isso não é cientifico. De onde vêm esses instintos? “Seria irracional admitir a existência desses desejos e tendências e ainda assim acreditar que eles não correspondem a nada que exista fora do homem, ou que essa tendência não tenha qualquer alvo” (Reville).
Não explica a existência do homem e do universo em geral. Não se pode negar a existência do homem e do universo. Mas, de onde vieram? O ateísmo não tem respostas adequadas a essas perguntas. O evolucionismo materialista já está sendo descartado, como descartados foram antes dele outras teorias para explicar o surgimento do universo, pois não explica a evidência clara de que existe propósito, ordem e harmonia no universo.
Diante da possibilidade de encontrar pessoas assim, o cristão deve: (1) Orar sempre, pedindo sabedoria para responder (Tg 1.5); (2) Ter respostas razoáveis aos argumentos dessas pessoas (1 Pd 3.15); (3) Lembrar que somente Deus pode iluminar o entendimento das pessoas (1 Co 2.9-16).
Finalmente lembremo-nos que o pior tipo de ateísmo é aquele dos cristãos somente de nome, mencionados por Paulo: “No tocante a Deus, professam conhece-lo; entretanto, o negam por suas obras” (Tito 1:16).
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