Autor: Jornal Batista
Maria Amaro era uma piedosa senhora, piedosa e sábia, membro da Igreja Batista de Barão da Taquara. Certa vez, conforme testemunho da irmã Josefa Pereira, dona Maria Amaro assim se expressou em um culto de oração:
– Eu não quero mais ouvir as irmãs que têm filhos afastados da igreja dizerem: Criei meus filhos na igreja e agora eles estão no mundo. Igreja não é lugar para criar os filhos. Filhos, a gente cria em casa.
Tinha razão, toda razão, dona Maria Amaro. Muitos crentes acharam que levar seus filhos à igreja era suficiente para que eles se tornassem bons crentes. Terceirizaram a educação cristã das suas crianças entregando-as à responsabilidade da igreja. Não lhes ensinaram a Bíblia em casa, não os iniciaram na fé cristã pelo exemplo e pela oração, antes viviam em casa de modo oposto ao que era ensinado na igreja, não demonstraram, pela sua fidelidade na mordomia, a prioridade do Reino de Deus em suas vidas. Os filhos se afastaram da igreja por não terem conhecido, pessoalmente, em casa, o Senhor da Igreja. É impressionante o número de filhos de crentes, inclusive de líderes, diáconos e pastores que estão no mundo, não apenas fora da igreja, mas até hostis à igreja e ao próprio Cristo. As causas são sempre as mesmas. Ao contrário, os crentes que procuraram dar bom testemunho dentro do lar, que resistiram às tentações da maledicência e da murmuração, que foram leais em sua mordomia, que oraram e estudaram a Bíblia com seus pequeninos, que confiaram na graça de Jesus, hoje têm a alegria de ver seus filhos não apenas salvos, mas integrados na vida cristã e na igreja.
As influências negativas do mundo através da mídia, das más companhias e até da escola, tendem a afastar os adolescentes e os jovens da igreja. Por isso a família deve ser um refúgio, uma força moral maior que as influências de fora. É preciso que os pais convivam o máximo que puderem com seus filhos, que tenham diálogo franco e sincero com eles, que os acompanhem com suas mais fervorosas orações, que lhes ensinem a Palavra de Deus em casa desde quando eles são pequeninos.
A Bíblia diz que "a oração do justo pode muito em seus efeitos". Isso é verdade, especialmente em relação às orações dos pais pelos seus filhos. Se você está triste por ver seus filhos fora da igreja, que fazer? Será que não tem mais jeito? Tem jeito sim:
1- Dobre seus joelhos, derrame suas lágrimas diante do Trono de Deus, confiando na graça de Deus e não nas orações suas ou de outros. A graça de Deus alcançará seus filhos não importa para que terra distante tenham eles se afastado.
2- Nas suas orações, indague a Deus que mudanças Deus precisa fazer em você mesmo antes de mudar alguma coisa em seu filho. Provavelmente, haverá alguma coisa que Deus precisará mudar em você antes de ouvir suas orações por uma mudança em seu filho. Se Deus lhe mostrar que você cometeu falhas, peça perdão a Deus. Se suas falhas prejudicaram seus filhos, peça perdão também a eles. Talvez seja esta a parte mais difícil do processo, mas não desanime. Humilhe-se diante de Deus e o Senhor não deixará de responder às suas súplicas.
3- Não procure culpados pela situação dos seus filhos. Procure e ache a misericórdia de Deus por você mesmo, por seu cônjuge, por seu filho e por aqueles que você considera culpados por estarem seus filhos fora da igreja.
4- Cultive uma atitude positiva em relação à igreja e ao seu ministério. Não seja um crítico. Seja um intercessor.
5- Caso o seu cônjuge não seja crente, ou seja um crente fraco, um mau exemplo, nem por isso Deus deixará de ouvir suas súplicas. Você pode neutralizar a influência negativa desse cônjuge através do poder da sua oração.
Tome para si a promessa de 2Crônicas 7.14, entendendo que, onde o texto diz: "sararei a sua terra", você bem pode colocar "sararei a sua casa". Cumpra as condições da primeira parte da promessa e Deus fará o que ali lhe promete.