CREIO NO PERDÃO DOS PECADOS

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela
O mistério glorioso da ressurreição de Jesus
traz ao mundo o presente excepcional da paz – a saudação do ressuscitado a seus discípulos -, e o perdão dos pecados que Cristo anuncia e outorga aos Apóstolos no mesmo dia da ressurreição. São como as duas faces da mesma moeda: o perdão que gera a paz e a paz que brota do perdão dos pecados.

            O perdão dos pecados marca a missão de Cristo no mundo, pois como diz São Paulo: “se entregou por nossos pecados e ressuscitou por nossa justificação” (Romanos 4,25), com o resultado da paz que nos consegue, porque “Ele é a nossa paz” (Efésios 2,14). Jesus significa Salvador: vem salvar o povo de seus pecados. Em consonância com esta missão, o Senhor tinha exercido sua misericórdia com os pecadores, mas era imprescindível que tal poder se concedesse aos homens. Por isso quis comunicá-lo a sua Igreja, e na aparição da tarde da ressurreição disse aos Apóstolos: “Recebei o Espírito Santo: a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados” (João 20,23). Na Igreja, portanto, existe o perdão dos pecados em virtude de uma condescendência infinita de Deus para com a humanidade.

            O Símbolo dos Apóstolos professa a fé no perdão dos pecados: “Creio… no perdão dos pecados”, que no símbolo niceno-constantinopolitano se explícita dizendo: “Confesso que há um só batismo, para a remissão dos pecados”. Mais adiante se explicitará o papel do batismo na remissão do pecado e também o do sacramento da penitência.

IDÉIAS PRINCIPAIS:

1.      Somos pecadores

O homem nasce com o pecado original, herdado dos primeiros pais, Adão e Eva. Ainda

mais, ao largo da vida, todos pecamos: ofendemos a Deus porque não cumprimos o que Ele nos pede; ofendemos também a nossos irmãos e, com isso, ofendemos a Deus. O ser humano tem uma grande necessidade do perdão de Deus.

2.      Cristo perdoava os pecados

Enquanto Jesus Cristo esteve na terra, perdoava os pecados daqueles que se

arrependiam. No Evangelho se destaca este poder de Cristo, que podia exercê-lo por ser verdadeiro Deus, além de homem verdadeiro. “Tem confiança, filho, teus pecados te são perdoados” (Mateus 9,2), diz ao paralítico. E à mulher pecadora, que se apresenta na casa de Simão, lhe diz: “Teus pecados ficam perdoados” (Lucas 7,48).

3.      Cristo entrega o poder de perdoar os pecados à Igreja

Quando na tarde da ressurreição Cristo dá o Espírito Santo a seus Apóstolos, lhes deu

justamente o poder de perdoar os pecados: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (João 20,22-23). A Igreja exerce este poder sobretudo no batismo e na penitência.

4.      Há um só batismo para o perdão dos pecados

No momento da ascensão ao céu, Jesus disse a seus Apóstolos: “Ide pelo mundo inteiro

 e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado, será salvo; quem não crer, será condenado (Marcos 16,15-16). Cristo quis vincular o perdão dos pecados à fé e ao batismo. O batismo é o primeiro sacramento que perdoa os pecados e os apaga completamente, ainda que não livre o ser humano da debilidade de sua natureza nem da concupiscência.

5.      O sacramento da penitência

Sendo tão radical o efeito do batismo, caberia pensar em uma posterior inocência

definitiva; porém, a liberdade do ser humano é frágil e faz-se necessário o perdão. Cristo conhecia nossa condição e dispôs outro meio de reconciliação para os que tiverem caído depois do batismo: o sacramento da penitência que nos reconcilia com Deus e com a Igreja.

6.      A Igreja pode perdoar os pecados, em nome de Jesus

Não há nenhum pecado, por grave que seja, que a Igreja não possa perdoar. Cristo nos

remiu do pecado oferecendo sua vida pela humanidade e quis que na Igreja estivessem abertas as portas do perdão a quem se arrepende de seus pecados. Na Igreja, o poder de perdoar os pecados pelo sacramento da penitência, possuem unicamente os que receberam a potestade sacerdotal no Sacramento da Ordem, a saber: os bispos e os presbíteros (os padres).

7.      Temos de agradecer este dom de Cristo a sua Igreja

Que fácil fica dar graças a Deus por ter dado a sua Igreja o poder de perdoar os

 pecados! São João Crisóstomo dizia: “Os sacerdotes receberam um poder que Deus não deu nem aos anjos, nem aos arcanjos… Deus sanciona lá no alto tudo o que os sacerdotes façam aqui embaixo”. E Santo Agostinho: “Se na Igreja não houvesse remissão dos pecados, não existiria nenhuma esperança, nenhuma expectativa de uma vida eterna e de uma libertação eterna. Demos graças a Deus que deu à Igreja semelhante dom”.

8.      PROPÓSITOS DE VIDA CRISTÃ

·          Buscar com freqüência, e bem arrependidos, o sacramento da penitência.

·          Dar muitas graças a Deus pelo imenso dom de Cristo a sua Igreja: a missão e o poder de perdoar verdadeiramente os pecados.

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