Autor: Antonio Carlos Barro
“Tudo legal, tudo legal mesmo. Foi tudo numa boa, sem ressentimentos”, esse foi o comentário que ouvi no saguão do aeroporto. Dois amigos conversando sobre família. Fiquei pensando que se tratava de algo extraordinário. No desenrolar da conversa ficou revelado que esse “tudo legal” se referia ao divórcio que o mesmo experimentara. Informou ao amigo (que não sabia que o outro havia se divorciado) que havia inclusive ido jantar na casa do ex-sogro. Tudo era muito natural.
Ao levar o carro na oficina afirmo que vou precisar do mesmo na terça-feira. Ao sair, a pessoa que me acompanhava disse que eu não deveria falar assim. “Nunca diga a data certa, sempre um dia anterior, pois caso contrário eles não fazem o serviço”. Que coisa! Por que eu tenho que mentir? E se eu mentir vai dar certo?
“Eu enterrei a esperança” foi o que uma criança disse a uma missionária cristã. A esperança não existe quando o que se espera não se concretiza. Esperava-se por uma resposta e ela não veio. Esperava-se um dinheiro que não chegou. Um amigo que não veio. Uma promessa que não foi cumprida. Quando se enterra a esperança isso é a tragédia das tragédias.
“Olha a ——- está no hospital e parece que não é permitido visitá-la”. O que se passa lá dentro daquele hospital e principalmente dentro da cabeça do que sofre? Será que alguém lembra de mim? Sabem que eu estou aqui? Às vezes é difícil até mesmo ser solidário no mundo em que vivemos. Tem gente querendo ser, mas muitas vezes falta tempo, falta oportunidade, falta espaço. Tem que quebrar barreiras.
Estes e outros são comentários do mundo urbano. Este mundo está posto no maligno e jaz na mentira. Não se têm mais parâmetros ou referência de verdade. Tudo fica no relativismo. Está passando da hora dos cristãos mostrarem a face. Tanto evangélicos como católicos precisam revelar em suas vidas a ética, os valores de Cristo. Está ficando cada mais horrível a cara do nosso Brasil e pensar que este país é chamado de cristão.
Assim não é possível! Isso me lembra Martin Luther King Jr. quando disse: “Para muitos cristãos, o cristianismo é uma atividade dominical, que às segundas-feiras não mais lhes interessa”.
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