Coelho ou cordeiro?

Autor: Rev. Francisco Creti Neto (Frank)

Páscoa hoje é sinônimo de chocolate, coelho, “feriadão” e festa popular. Nada contra o chocolate ou a alegria das crianças com as brincadeiras próprias desta época, mas, neste mês em especial, precisamos refletir sobre o verdadeiro significado desta que é uma das mais importantes celebrações do calendário cristão para todos os que, em Cristo, tornaram-se herdeiros da verdadeira Páscoa. É nosso dever resgatar a Páscoa, não só como Igreja de Cristo, mas para toda a sociedade onde estamos inseridos.

Esta festa foi instituída por Deus em Êxodo Cap. 12:1 a 27. É uma celebração religiosa, uma festa cultual (não cultural, ou carnal) que rememora a passagem do Anjo do Senhor no meio do povo para libertá-los da morte por meio da aspersão do sangue do cordeiro, libertando-os da escravidão em que viviam no Egito. “Páscoa quer dizer “passagem”… “Passa por aqui, Senhor!”, clamava o povo em oração, esperando, com fé, salvação em Deus! Todos os hebreus deveriam imolar um cordeiro novo, sem defeito nem mácula, aspergir seu sangue nas portas umbrais de suas casas, assá-lo e comê-lo com pães asmos e ervas amargas, de pé, com roupas e bagagens prontas para saírem do Egito. As casas onde o sangue do cordeiro havia sido aspergido foram poupadas da morte na passagem do anjo, e Deus deu salvação, libertação, vida e bênçãos ao seu povo naquele dia maravilhoso!

Séculos depois esta celebração seria ampliada, em Cristo, para todos os povos. Quando Jesus instruiu seus discípulos e instituiu a Ceia, apresentou-se como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, sendo Ele mesmo o cordeiro pascal que, imolando a si mesmo como oferta de amor e sacrifício e derramando seu sangue para ser a expiação pelos pecados dos homens, poderia libertar e salvar a todos o que entendesse esta mensagem. Jesus ressignificou a Páscoa, representada agora pela Santa Ceia, como memorial aos cristãos para lembrar seu sacrifício salvífico, sua ressurreição e a nova vida liberta da escravidão do pecado. Jesus é a verdadeira Páscoa! O Cordeiro sem defeito e imolado é Jesus! O pão sem impureza é o corpo de Jesus! O sangue vertido e aspergido, que protege, liberta e salva, é o sangue de Jesus! A Páscoa agora é a passagem transformadora de Cristo, vivo e ressurreto, pelos corações dos que crêem e o aceitam como Salvador e Senhor de suas vidas!

Esta é a mensagem que a Igreja tem que proclamar e que não pode deixar se perder entre coelhinhos, ovinhos e chocolates: a celebração da verdadeira Páscoa, vivida em amor, pelos que foram libertos pelo sangue do Cordeiro, Jesus Cristo! Termino com as palavras do Apóstolo Paulo a nos lembrar: “Por isso, lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, pois para isto Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi imolado. Celebremos então a festa, não com o velho fermento da maldade e da malícia, mas com o pão da pureza e da verdade!” (I Cor. 5:7 e 8).

Deus nos abençoe, como Igreja, a vivermos dia-a-dia no espírito da Páscoa.

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