Carvalho ou cogumelo?

Autor: Josué Mello Salgado

“… Eles serão chamados carvalhos de justiça, plantio do Senhor, para manifestação da sua glória.” Isaías 61.3b
Rick Warren escreveu no seu excelente livro Uma Vida com Propósitos: “Quando Deus quer fazer um cogumelo, ele o faz da noite para o dia; mas quando quer fazer um carvalho gigante, leva cem anos”.
A compreensão de dois fatores fundamentais que são pano de fundo dessa preciosa expressão de Warren faz toda a diferença ao enfrentarmos aflições e desafios: a primeira diz respeito à presença dos sofrimentos enquanto neste mundo, a segunda fala do processo por vezes demorado de crescimento.
A nossa geração se acostumou a pensar e proclamar uma vida cristã ligth i.é., sem a presença de dificuldades, sofrimentos e dor. Ser um bom cristão significa para muitos ser alguém bem sucedido na vida, em especial materialmente falando. A doença tornou-se sinal de fraqueza de fé e falta de ousadia na oração. Com tal perspectiva fica difícil aceitar a afirmação paulina em 2 Coríntios 1:8: “Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos.” É preciso, entretanto, lembrar que o carvalho não é apenas açoitado pelas tempestades, mas também enrijecido. Ele se torna mais forte à medida que enfrenta as tempestades. O cogumelo, entretanto, mesmo tendo crescido rápido, não é tão forte assim e logo “cai” ao enfrentar a primeira tempestade.
Por outro lado, vivemos um tempo de espiritualidades “fast-food”. Basta um “encontro” de três dias para que alguém se torne um super-crente, pronto até para liderar pequenos grupos de crentes. Essa espiritualidade e santidade instantâneas fazem-nos lembrar de Constantino que em 313 d.C. proclamou o cristianismo como religião oficial do Império obrigando toda uma civilização à conversão e batismo. Os efeitos e frutos de tal conversão por decreto foi a introdução no seio da igreja de heresias como a infalibilidade papal, o primado clerical, a adoração/veneração de imagens e outras tantas que tanto prejuízo causam até hoje às mentes mais supersticiosas e incautas.
O cogumelo cresce rápido, mas não tem consistência para enfrentar as intempéries da vida; o carvalho, entretanto, enquanto cresce, fortalece-se a tal ponto de tornar-se forte o bastante para enfrentar grandes tempestades.
Crescimento processual e crescente no cadinho dos desafios e aflições sob a orientação do Espírito Santo de Deus é o melhor perfil para uma vida cristã verdadeiramente consistente. Prefira, portanto o Carvalho ao invés do Cogumelo!

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