Autor: Elvis Kleiber
Desde a antigüidade, o homem busca respostas sobre a origem da vida e seu desenvolvimento. Não obstante sua incessante investigação no campo científico, ao querer sustentar muitas de suas teorias, ele cada vez mais se aproxima de uma evidente limitação à qual passou a atribuir uma roupagem científica.
Recentemente tive o privilégio de conhecer um geólogo que questionou minhas convicções quanto aos relatos criacionistas descritos na Bíblia, afirmando que ele mesmo conseguia conciliar sua fé em Deus e a evolução. Quando o assunto parte para o cientificismo, há uma tendência em considerar os relatos bíblicos como sendo apenas “produto da fé de homens” e, portanto, desprezíveis quanto ao seu valor científico.
Embora saibamos que a Bíblia é um livro que visa produzir fé e não ciência, seus relatos são objetos do estudo antropológico em várias pesquisas científicas e seu conteúdo é submetido a rigorosos testes arqueológicos para comprovar sua autenticidade histórica e sua datação. Mas teria a ciência condições de revelar a origem da vida sem a Bíblia?
Anaximandro, filósofo pré-socrático pertencente à escola Jônica, ocupou-se em desenvolver um tratado sobre a natureza em que, segundo ele, o princípio universal que deu origem a tudo é uma substância indefinida, quantitativamente infinita, indeterminada, a que ele deu o nome de ápeiron. Ou seja, “O infinito é o princípio”.
Ele desertou sobre esta origem, estabelecendo o seguinte postulado: “Onde estiver a origem do que é aí também deve estar o seu fim, segundo o decreto do destino. Porque as coisas têm de pagar umas às outras castigo e pena, conforme a sentença do tempo”. Quando estamos diante do desafio de fundamentarmos biblicamente nossos argumentos, precisamos buscar uma unidade revelacional dos textos. Esta é uma regra básica da hermenêutica. A afirmação de Anaximandro não é novidade diante do que a Bíblia revela sobre a vida, sua origem e seu autor. No evangelho de Jo. 1:1,2, se formos parafrasear, leríamos o seguinte: “No princípio era o apeíron, e o apeíron estava com Deus e o ápeiron era Deus. O ápeiron estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. Daí, nos reportamos para a gêneses para entendermos que esse infinito presente no princípio e autor de todas as coisas chamado ápeiron é o próprio Deus.
Quando o apóstolo Paulo esteve perante grandes filósofos em Atenas, afirmou: “O Deus que fez o mundo e tudo que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas.” (At.17:24). “…Pois ele mesmo é quem dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação.” (At. 17:25b, 26). A “Origem do que é” descrito por Anaximandro é o próprio Deus revelado inicialmente através de toda criação.
Um outro aspecto é quanto ao encontro da pré-existência com a infinitude de Deus. A isso chamamos de eternidade. Segundo Paul Tillich Deus não existe, ele é. Com isso ele não nega a existência de Deus e sim reafirma a sua eternidade. A Bíblia afirma: “Não temas; eu sou o primeiro e o último.” (Apc.1:17b). “…Eu sou o Alfa e o Omega, o princípio e o fim.” (Apc. 21:6b,22:13).
Quando Anaximandro afirma que “onde estiver a origem do que é aí também deve estar o seu fim, segundo o decreto do destino”, ele não está afirmando outra coisa que não esteja revelada na Bíblia. A Bíblia é o único livro em que o autor sempre está ao lado de seus leitores, contudo, ainda há quem descreia em seu conteúdo sem ao menos imaginar a influência que ela exerce em todo mundo.
Faça um comentário