As crianças precisam de disciplina

Autor: John M. Drescher
“Jovem, obedeça sempre a seu pai; nunca deixe de seguir os conselhos de sua mãe… As ordens de seu pai e os conselhos de sua mãe são uma lâmpada para iluminar o caminho da vida. Quando pais castigavam você eles estavam querendo lhe mostrar a direção certa para uma vida feliz.”
Provérbos 6:20 ((A Bíblia Viva))     Bruno Bettelheim em seu livro Love Is Enough (”O Amor Não Basta”) diz que sentimentos de cordialidade, afeição, e amor devem ser temperados com conhecimento, compreensão, e autocontrole por parte dos pais. Todos conhecemos pais cuja filosofia é nunca dizer “não” à criança. Tais pessoas criam filhos que não se interessam pornada nem por ninguém. O editor da revista “Look” na Costa Ocidental, Leonard Gross, escreveu certa vez: “A criança que tem liberdade ilimitada se assusta: ela suspeita que não é amada.”
Um professor comprou um aquário grande e enche-o de água. Quando esta chegou à temperatura ambiente, ele colocou alguns peixes no aquário. Mas os peixes tiveram uma atitude estranha, agrupando-se no centro do aquário sem quase se movimentar. Alguns dias mais tarde ele comprou algumas pedras coloridas e depois de colocá-las no aquário, os peixes começaram a mover-se livremente. As pedras no fundo revelaram os limites da água, que os peixes até então desconheciam.
A criança que  não sabe quais são os seus limites de comportamento, sente-se também insegura e não amada. Ela encontra liberdade quando conhece com certeza esses limites. O Dr. Peter G. Crowford, psicólogo de crianças em Augusta, na Geórgia, afirma que os problemas emocionais entre os jovens não são causados pela disciplina firme, mas pela ausência dela. A juventude precisa de limites.   Um dos livros sobre disciplina mais úteis, práticos e eficazes é Ouse Disciplinar do Dr. James Dobson. O Dr. Dobson é professor-assistente de pediatria na Universidade da Califórnia em Los Angeles. “Estou convencido de que o controle adequado das crianças pode ser feito através de uma filosofia razoável, de bom senso, envolvendo cinco elementos-chave”, diz ele.     O PRIMEIRO desses PRINCÍPIOS de disciplina infantil é desenvolver respeito pelos pais. Isto não é importante por causa do ego dos pais, mas porque o relacionamento pais-filhos fornece a base para todos os futuros relacionamentos da criança.
Se quiser que seus filhos aceitem seus valores na adolescência, deverá então merecer seu respeito durante a infância”, adverte Dobson. Ele nota que a religião é uma área em que este é um fator importante a ser considerado. Se os pais não merecerem respeito, então o Deus e a moral deles também não são dignos de ser respeitados.
O Dr. Dobson aconselha o pai a determinar primeiro se um ato indesejável representa um desafio direto à autoridade. Surrar crianças de dez anos ou menos deve ficar reservado para o momento em que ela apresenta uma atitude de desafio: “Não faço” ou “Cale a boca você”. Ele afirma que, paradoxalmente, as crianças querem ser controladas, mas insistem em que os pais obtenham o direito de controlá-las.
  
O SEGUNDO PRINCÍPIO recomendado por Dobson é reconhecer que a comunicação no geral melhora depois do castigo. Depois do arejamento emocional que se segue à punição, a criança frequentemente quer expressar o seu amor abraçando os pais. O pai deve responder com os abraços abertos e aproveitar a oportunidade para comunicar amor e a razão do castigo.
 
Controle sem implicância é o TERCEIRO PRINCÍPIO do autor na disciplina infantil. É fácil cair na armadilha de mandar uma criança fazer algo que tanto pai como filho sabem ser apenas um prelúdio para vários estágios que resultam em ira. Isto torna difícil para o pai esperar obediência instantânea porque o filho também conhece o jogo e está mais do que disposto a entrar nele.
 
O Dr. Dobson sugere um QUARTO PRINCÍPIO no sentido de os pais não saturarem o filho com excessivo materialismo. Ele acha que a prisão temporária aumenta a apreciação. O escesso de materialismo diminui a alegria de receber. Diz Dobson: “Embora pareça um paradoxo, você na verdade rouba o prazer da criança quando dá coisas demais.”
 
Sua QUINTA SUGESTÃO aos pais é evitar extremos no controle e no amor. Se um pai é duro demais, a criança sofre a humilhação do controle total. Ela vive constantemente com medo e se torna incapaz de tomar suas próprias decisões. A permissividade excessiva é igualmente trágica porque a criança aprende que o mundo é seu domínio privado e desrespeita os que estão próximos.
O Dr. Dobson menciona, também, outro aspecto de nossa sociedade que fez crescer o dilema pai-filho-o lar em que a mãe e o pai representam extremos opostos. O pai tende a ser menos bondoso e mais rápido em castigar. Ele pensa no lar como um lugar onde fugir das pressões do mundo dos negócios. Gosta de poder descansar em casa e explode a toda hora com os filhos, que aprendem a sair de seu caminho. Como a mãe frequentemente não trabalha fora, ela tende a compensar demasiado a rudeza do pai, indo na direção oposta com força igual. A criança fica presa em algum ponto no meio dos dois. Ela não respeita nenhum dos pais porque cada um deles rebaixa a autoridade do outro.
As crianças não obedecem e honram os pais porque a bíblia diz que devem fazê-lo, nem porque eles fazem tudo certo. Em vez disso, elas reagem ao amor, compreensão e relacionamentos significativos com os pais no trabalho, diversões e vida diária em conjunto.

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