Ana: um exemplo a ser seguido

Autor: Aurelio Jesus Santos
Há na Bíblia muitos servos e servas cujas vidas são exemplos e desafios de fé para todos nós. Em Ana, por suas experiências, vemos características especiais, não só às mães, mas aos pais e a todos os cristãos em geral. São virtudes básicas para quem quer gerar e acompanhar os filhos, tanto carnais (naturais) como espirituais. Poderíamos dizer que Ana foi um exemplo na consolidação.

Ana era a esposa estéril de Elcana. Porque não tinha filhos, vivia triste, em oração aos pés do Senhor. Um dia, em grande aflição de alma, orou de forma especial ao Senhor pedindo-Lhe um filho varão. Nessa oração, fez um pacto com Deus em que determinou que esse filho seria nazireu, dedicado a Ele todos os dias de sua vida.
O Senhor fez a Sua parte e concedeu-lhe Samuel, um tipo de filho natural e espiritual. No tempo devido, Ana cumpre seu voto, dedicando-o ao Senhor, entregando Samuel aos cuidados do sacerdote Eli, para viver na casa do Senhor.
Sendo uma igreja celular, quando olhamos para esse episódio maravilhoso, percebemos, na vida dessa mulher, pelo menos quatro características ou qualidades que precisamos ter no que diz respeito a ganhar e consolidar filhos (naturais e espirituais).

1. PRÁTICA DA ORAÇÃO (1.10-11):
É incrível que, mesmo triste e abatida, Ana não deixava de estar na presença do Senhor em oração. Ela levava aos ouvidos do Senhor suas necessidades em oração. Precisamos aprender a gemer longamente diante de Deus, para que Ele nos conceda a bênção que buscamos (inclusive os filhos espirituais), sem nos preocuparmos com o que estão pensando de nós (1.12-14). No seu propósito de ir ao Senhor em oração pela concepção do seu filho, ela não se preocupou em ser considerada extravagante e orava com o coração. Isso pode confundir os homens, mas com certeza abre as janelas dos céus. É necessário desenvolvermos essa prática em casa, nas células e onde for necessário, porque nossos filhos na fé, bem como as bênçãos espirituais, devem ser concebidos em espírito de oração, com intercessão e súplicas. Só seremos ganhadores de almas para Jesus quando as pedirmos ao Pai com intensidade.

2. FIDELIDADE E AUTONEGAÇÃO (1.25-28):
No tempo devido, Ana foi ao templo para apresentar Samuel ao Senhor. Para muitos, isso bastaria. Mas a fidelidade de Ana exigia mais, exigia autonegação: a bênção que ela tanto queria, que tanto pediu ao Senhor, deveria ser entregue, devolvida ao Senhor. Ana não fez pacto com o Senhor só para receber a bênção. Recebeu o filho nos braços e o colocou nos braços do Senhor. É preciso consciência de que não somos donos de coisa alguma; tudo vem do Senhor e aos Seus pés deve ser depositado. Nossos filhos na fé devem ser colocados aos pés do Senhor. Como pais espirituais, somos mordomos de Deus cuja função é conduzir, através da consolidação sadia, nossos filhos (inclusive os espirituais) no caminho do Senhor, a Quem eles de fato pertencem. Nossa fidelidade a Deus sempre requererá algum nível de autonegação, de renúncia. Pais e mães (espirituais ou naturais) precisam compreender que seus filhos são do Senhor e devem ser instruídos a permanecerem na presença do Senhor todos os dias das suas vidas.

3. ESPÍRITO DE GRATIDÃO (23.1-10):
Ana não vivia somente pedindo ao Senhor; ela orava também agradecida a Ele, em louvor e adoração. Ela exaltava a soberania do Senhor através das suas orações de gratidão. Num mundo onde o mais comum é a murmuração, precisamos aprender a orar com gratidão ao Senhor. Um espírito agradecido prepara o solo para o Senhor multiplicar as bênçãos (2.20-21).

4. COBERTURA ESPIRITUAL (2.18-19):
Eis aqui uma prova de amor. Samuel era o menino-sacerdote. Sua estola sacerdotal caracterizava seu ofício, sua vocação. Mas, antes de vestir-se com a estola, ele precisava vestir-se com a túnica. A túnica vinha antes da estola. Ana a cada ano preparava-lhe uma nova túnica para vestir-lhe o corpo. Aqui, na túnica, vemos a figura da cobertura espiritual que Ana dispensava a Samuel. Não era uma preocupação esporádica, ocasional. Ana tinha preocupação constante, freqüente com a cobertura espiritual de Samuel. Ela não o largou simplesmente nas mãos de Eli. Sua entrega ao Senhor não foi inconseqüente, nem descomprometida: mesmo distante, Ana continuou empenhada em cobrir Samuel, em vesti-lo espiritualmente, conforme as necessidades dele (a cada ano uma túnica nova, para satisfazer suas novas necessidades).
Precisamos aprender com Ana o compromisso de darmos cobertura espiritual a todos os filhos e filhas que o Senhor tem nos dado. Uma das maiores exigências para os discípulos numa igreja celular, como a nossa Manancial, é o exercício da paternidade e da maternidade responsáveis, caso contrário, haverá fracasso no ganhar e, maior ainda, no consolidar os filhos espirituais que chegam. Mantenha-se comprometido com seus filhos e filhas na fé, instrua-os, encoraje-os, invista neles, pois só assim teremos uma descendência espiritual que fará diferença na sua geração.

No amor do Senhor.

Fonte: http://www.cristaoonline.com.br/

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*