Autor: Antonio Carlos Barro
O evangelista Lucas relata no segundo caítulo do seu evangelho o encontro de muitas pessoas com Jesus. Uma dessas pessoas é Ana, anciã de 84 anos e viuva. Diz o texto de Lucas (2.36-38) que Ana falava do menino a todos os que esperavam a redenção de Israel. Essa pequena menção do que fazia Ana desafiou o meu coração. Pensei sobre uma outra expressão de Jesus quando afirmou que a boca fala o de que está cheio o coração.
Assim é fácil entender porque Ana falava do menino. O seu coração estava cheio de fé e de esperança que um dia ela iria contemplar a salvação enviada por Deus. Certamente ela havia ouvido falar do Messias, da sua vinda e da redenção que ele traria. Um dia essa fé se concretiza e essa esperança se torna realidade.
Com Ana aprendi duas coisas.
A primeira é que Ana falava de Jesus porque a sua espera havia chegado ao fim.
Ela esperava Jesus e ao encontrá-lo, falava dele. Assim como é natural que alguém fale de algo que buscava e encontra. Quem busca uma casa para morar e encontra, fala da nova casa. Os que casam, falam do casamento. A mãe que dá à luz a uma criança, fala da sua criança. É natural.
Era natural, portanto, que Ana falasse dele. Sua espera havia acabado. Deus havia cumprido com todas as suas promessas da vinda do libertador e Ana havia encontrado com ele. Nós tambem tivemos um encontro com Jesus. Nossa esperança pelo sentido da vida, nossa busca por paz, nosso desejo por um amor verdadeiro tiveram fim quando encontramos Jesus. Assim sendo, é natural que falemos dele e se não falamos precisamos sondar o nosso coração, pois a presença de Jesus, como quando andou com seus discípulos no Caminho de Emaús, arde o coração. Jesus é fascinante e falar dele deve ser o nosso prazer.
O que aprendi ainda é que se Ana falava, ela falava a alguém. Ana falava de Jesus aos que esperavam a salvação. Sendo mulher, Ana não tinha acesso ao templo, portanto, ela ficava no átrio do mesmo. Nesse lugar estavam as mulheres, as crianças, os portadores de algum doença. Pessoas marginalizadas da sociedade e da religião tão pura como proclamavam os fariseus e sacerdotes do templo. Foi para essas pessoas que Ana falava do menino. Ana foi a primeira missionária do Novo Testamento e falou àqueles que como ela não tinham esperanças, mas a boa nova é que aquele menino veio para eles.
Há muitas e muitas pessoas que convivem conosco que não sabem o caminho, não sabem como encontrar paz para suas vidas cansadas. As pessoas sabem que existe e até querem algo para suas vidas, mas não imaginam que esse algo mais é Jesus. Elas estão marginalizadas mesmo pensando que não estão. Assim, nós que encontramos a salvação e temos experimentado o poder libertador de Jesus Cristo precisamos falar dele. Através da nossa fala muitos corações cansados encontrarão descanso para suas almas.
Não podemos perder a sensibilidade de amar a Jesus e não devemos adquirir vergonha de falar dele. Sei que a religião de hoje está na berlinda e muitas vezes faz mais mal do que bem. Todavia, isso não é e não deve ser um impedimento na manifestação da minha lealdade a ele que é o Jesus da minha vida e o autor da toda a minha existência.
Não existe nenhum mandamento bíblico para que falemos da igreja – ponto de discórida entre os cristãos, ou que falemos de doutrinas. Aqui a estrada se divide. Há os que vão lutar para prevalecer os seus dogmas e os estatutos de suas pequenas igrejas. Esses falarão de tudo, menos do menino. Isso não convém mais. Essa não foi e não é a nossa missão.
Desafio você a encontrar maneiras de falar Jesus: seu testemunho, seu exemplo de vida. Seja criativo, use o Orkut, facebook, twitter, blogs e emails. Seja tradicional: ore por alguém e compartilhe as mudanças em suas vidas. Seja como for, fale de Jesus.
Sem Jesus, nada podemos fazer.
Eu quero ser como Ana, que falava do menino aos que esperavam a salvação.
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