Autor: Robson Brito
Um jovem chamado Daniel, apesar dos protestos do pai e do choro da sua madrasta, fugiu do condado de York – Inglaterra – para buscar felicidade e adrenalina nos sete mares. Em uma de suas viagens, o navio em que era tripulante foi atingido por um furacão, vindo a naufragar, e o improvisado marinheiro quase morreu afogado. Naqueles momentos de angústia, em que se debatia agarrado a uma prancha de madeira, percebeu os efeitos terríveis da insensata decisão que tomara. O sentimento de culpa parecia querer matá-lo, antes de morrer afogado.
Resgatado por rústicas embarcações dos nativos, já seguro em terra firme, o jovem pensou mesmo em regressar, imediatamente, ao seu lar distante, porém, sentia-se envergonhado de revelar seu arrependimento aos familiares, temendo, ao mesmo tempo, a zombaria de que seria alvo por parte dos seus antigos companheiros.
Esse Daniel, foi o famoso Daniel Defoe, que, depois de alguns anos, publicou em 1719 a obra “Robinson Crusoé”, que o tornou célebre. No prefácio dela, escreveu que “os homens não têm precisamente vergonha da culpa gerada pelo pecado, mas o têm de um público arrependimento”.
Defoe, quando se aventurara saindo da segurança de casa, queria alegria. Todo ser humano a deseja. E esse desejo é legítimo. Entretanto, quem tem uma idéia errada de Deus, que pensa n’Ele como um Desmancha Prazer Cósmico, como um Onipotente Supercarrancudo, ou como um Acaba Festa Galáctico acha que jamais Deus aprovará a busca da alegria. Tal pensamento é totalmente oposto àquilo que a Bíblia Sagrada revela a respeito da Divindade. Mais de trezentas passagens bíblicas declaram explicitamente que Deus quer a alegria do ser humano.
Na verdade, o que o Pai anela é livrar o homem do tormento de ter uma alegria com culpa. Alegria com culpa é dolorosa. Leva a pessoa a desenvolver um horrível sentimento de auto-rejeição, resultante de um conflito entre impulso, desejo ou fantasia e a vontade íntima de agir corretamente.
Quando uma pessoa toma um porre; cai na promiscuidade; pensa besteira; fala o que não deve ou mente; necessariamente, pode não ter cometido um crime previsto no Código Penal, mas isso gera culpa. Normalmente, o que a pessoa queria era conseguir alegria ou mantê-la, todavia, ela veio acompanhada de culpa, que o corrói desgostosamente.
Em si mesmo o ser humano não consegue resolver esse problema. Carece de um Deus que seja Todo-Poderoso, mas também Todo-Bondoso e perdoador. Precisa de Cristo que veio trazer “vida e vida com abundância”, uma vida com propósito, uma vida de plena alegria.
As Escrituras apresentam as bases para a cura da culpa. Em primeiro lugar, é preciso o reconhecimento do pecado.
A segunda exigência é o arrependimento. Jesus deixou isso claro quando declarou: “Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento”; “Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”. E Salomão na sua sabedoria declarou: “O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia”.
Por fim, resolve-se a culpa com a restituição, na medida do possível, devido a danos feitos contra as outras pessoas. Do arrependimento e da fé resulta a conversão. Tudo isso somente acontece com a ajuda do Espírito, pois “o Reino de Deus é justiça, paz, e alegria no Espírito Santo”!
É pastor da Assembléia de Deus em Sarandi e professor do Sistema Nobel – prrobsonbrito@uol.com.br
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