Autor: Robson Brito
Havia dois irmãos que tinham tudo para serem mais dois camponeses anônimos da Grã Bretanha. Entretanto, ambos vieram a ser dois respeitados oficiais da Marinha de Guerra inglesa. Certo jornalista querendo descobrir como dois homens que nasceram em um ambiente tão sem recursos, em um lugarejo remoto da Inglaterra, puderam tornar-se destacados oficiais da marinha britânica.
Então, o jornalista começou a pesquisá-los, desde a infância. Indo à cidade natal dos referidos militares e à humilde casa onde foram criados percebeu que na sala daquela residência havia um imenso quadro de um navio de guerra, antigo e amarelecido pelos longos anos. O pesquisador conclui que apesar de simples, aquela tela transformou-se em visão para aqueles garotos, que cresceram desenvolvendo a perspectiva de um dia serem marinheiros militares e, assim, tiveram grande sucesso na vida.
Esse fato ilustra a realidade de que a visão domina a vida. As pessoas “de visão” são as que mudaram o mundo. Nessa linha de análise, entende-se por “visão” a maneira de compreender, de perceber as perspectivas para a própria existência e, de certa forma, também é a compreensão geral do universo e da posição nele ocupada pela pessoa que se expressa por um conjunto mais ou menos integrado de representações e que deve determinar, em última instância, a vontade e os atos de seu portador.
De uma forma mais profunda de análise, podemos dizer que ser “uma pessoa de visão” não é ter planos mirabolantes, mas saber “olhar para a direção certa”! O apóstolo Paulo disse ao Rei Agripa que não fora desobediente à visão celestial (At 26.9). Ele foi um dos seguidores de Cristo que mais realizou obras em favor do Reino de Deus. E a vida desse visionário foi marcada por três visões, as quais, também têm toda pessoa que frutifica no reino do Espírito e, por conseqüência, torna-se alguém bem sucedido, próspero, bem-aventurado. Essas mesmas visões de algum modo são reveladas a todo cristão, que faz a diferença em seu ambiente porque a visão domina a vida!
A primeira visão é a visão que nos converte. No caso de Paulo, teve-a no caminho de Damasco, quando “subitamente o cercou um resplendor de luz do céu; e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? Respondeu o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te cumpre fazer” (At 9.1-6). É uma visão que nos muda radicalmente!
Sem a experiência da conversão o homem está fadado a condenação do inferno. Muitos meios Deus têm nos dado para que experimentemos a conversão: folhetos, programas de rádio, televisão, o trabalho das igrejas evangélicas e dos cristãos individualmente. Mas, muitos continuam rejeitando a ter a revelação do Pai que nos converte. Logo, estão preferindo ter no futuro a visão do Deus que é juiz, por ocasião do Juízo Final. Nessa ocasião, não haverá misericórdia, piedade, amor, etc., pois se fará justiça, e todo aquele que não possuir o seu nome no livro da vida, será lançado no lago de fogo (Apocalipse 20:15), onde já estará a besta e o falso profeta (Satanás e seus anjos) (Ap 20:10). E para se ter o nome escrito no livro da vida, basta aceitar o Senhor Jesus Cristo como filho de Deus, abrir os olhos para ter a visão que nos converte e seguir os mandamentos do Senhor.
Nessa ocasião todos aqueles que morreram sem Cristo, sem aceitar o amor de Deus, sem rejeitar o pecado, serão julgados por tudo que fizeram, e segundo as escrituras sagradas, Deus não manda ninguém ao inferno, Deus não condena ninguém, mas as próprias pessoas escolhem seus destinos, pois a luz veio ao mundo, mas os homens rejeitaram a luz, rejeitaram a Cristo e por isso querem ir viver em trevas. Lemos em João 3:19 a 21, que quem crê em Cristo resolveu sair das trevas para viver na luz, pois não gosta das trevas e prefere a luz, mas quem rejeita a Cristo, rejeita a luz, esta satisfeita com as trevas, e por isso irá para o inferno, que é um lugar horrível.
Mas, a segunda visão que tem toda pessoa que faz a diferença onde estiver é a visão que nos vocaciona em favor de um trabalho em favor dos interesses do Reino de Deus e em favor do ser humano. Lucas, o médico escritor escreveu em Atos dos Apóstolos 16. 9-10 que “de noite apareceu a Paulo esta visão: estava ali em pé um homem da Macedônia, que lhe rogava: Passa à Macedônia e ajuda-nos. E quando ele teve esta visão, procurávamos logo partir para a Macedônia, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciarmos o evangelho”. Há alguém que de algum modo nos pedindo socorro… Mas somente poderemos ajudá-los efetivamente se tivermos experimentado a primeira visão acima.
Por fim, a pessoa que se converte, e trabalha pelo Reino de Deus e pelo próximo, remará contra a maré, ver-se-á em meio a encrencas, não entrará nos esquemas corrompidos desse mundo e, por conseqüência, sofrerá muitos perigos, ameaças e perseguições. Como elas não são, do ponto de vista do Espírito, menos importantes que Paulo, o Pai dar-lhes-á também como deu a esse grande apóstolo na agressiva cidade de Corinto uma visão que consola! Àquele que por ter se convertido à Verdade, estar vivendo n’Ela; por estar trabalhando pelo Reino de Deus e pelo ser humano; àquele que, muitas vezes, ao invés de receber apoio leva pedradas o Senhor mostra o mesmo que revelou ao Apóstolo aos gentios: “E de noite disse o Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas fala e não te cales; porque eu estou contigo e ninguém te acometerá para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade!” (At 18.9-10).
O autor é pastor da Assembléia de Deus em Sarandi e Professor em Maringá. Mestrando na FTSA. (www.ftsa.com.br).
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