A vida conjugal

Autor: Antônio Carlos Dias

Texto: “Honrado seja entre vós todos o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os julgará” (Hebreus 13:4).
Conforme já havíamos falado em outros cultos, nos estudos subseqüentes da “VIDA FAMILIAR CRISTÔ, iremos falar da vida sexual do casal, que poucos pastores e pregadores têm coragem de abordar. Naturalmente vamos tratar do assunto com muito respeito e seriedade. Trata-se da vida sexual dos cônjuges cristãos. Eu disse cônjuges cristãos, porque somente o casal crente é que pode, pela força e orientação do Espírito Santo, viver uma vida sexual sem mácula diante de Deus.
Não devemos ter medo de falar sobre o sexo. A Bíblia, que é a Palavra viva de Deus, largamente discorre sobre o assunto. Quando Deus criou o homem e, mais tarde, observou que “…não era bom que o homem estivesse só…” (Gênesis 2:18); imediatamente Ele tomou providências para suprir a solidão do homem. Deus tirou uma das costelas de Adão e fez uma mulher que tivesse a capacidade de ajudar o seu companheiro, pois ela tinha os mesmos sentimentos e afeições do seu parceiro. Afinal, ela tinha saído das mais profundas entranhas daquele com quem devia devotar sua vida para sempre. Ao acordar do seu sono profundo, Adão exclamou assim: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão fora tomada. Portanto deixará o homem seu a pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne” (Gênesis 2:23-24).
Deus criou macho e fêmea, de acordo com o original hebraico (Gênesis 1:27). Deus não criou dois machos para que se envolvessem sexualmente, e muito menos criou duas fêmeas para este fim. Não devemos esquecer que o Senhor Deus jamais perdoará aqueles que desobedecem esse plano divino para a raça humana. A não ser que se arrependam de seus pecados hediondos.  Mas se não houver um genuíno arrependimento, os tais sofrerão uma terrível condenação.  Veja o que Deus diz em sua Palavra: “Não te deitarás com varão, como se fosse mulher; é abominação” (Levítico 18:22). Deus ainda diz: “Se um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos terão praticados abominação; certamente serão mortos; o seu sangue será sobre eles” (Levítico 20:13). No livro de Romanos, no primeiro capítulo, podemos ver um retrato horrendo da situação do homem neste aspecto, Romanos 1:18-32. Os chamados gays e lésbicas vão se apresentar um dia diante de Deus para prestarem contas de seus atos abomináveis. Eis o que a Bíblia diz a respeito: “…Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Deus. Porque está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda a língua louvará a Deus. Assim pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Romanos 14:10-12). “Porque é necessário que todos nós sejamos manifestos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que fez por meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal” (II Coríntios 5:10).
No último capítulo da carta aos Hebreus, o escritor diz que o matrimônio (vida conjugal) deve ser honrado. O escritor fala do leito sem mácula. Creio que o autor se refere à certas aberrações sexuais que os pervertidos praticam. No mundo não cristão, o sexo é praticado nas mais diversas modalidades. É como disse Paulo em sua carta aos Romanos: “…Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário à natureza; semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa de seu erro” (Romanos 1:26-27). Quando uma pessoa aceita Jesus em seu coração, por mais dissoluta que tenha sido a sua vida no passado, experimentará uma mudança profunda em toda a área de sua personalidade. “Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (II Coríntios 5:17). Deus promete perdão ao pior pecador do mundo e de todos os tempos, se, porém, esse pecador se arrepender de seus pecados e confiar no sacrifício expiatório de Jesus Cristo. I Timóteo 1:15-16.
Ainda o escritor diz que Deus julgará os devassos e adúlteros. Sim, Deus não pode ignorar o pecado do homem. O pecador que não aceita o pagamento de seus pecados pelo precioso sangue de Cristo, será punido rigorosamente pela justiça divina. Jesus mesmo disse esta verdade: “Quem crê Nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus” (João 3:18). Veja também João 3:36. Como crentes em Cristo, devemos evitar todo o tipo de imoralidade no casamento. O escritor diz que o matrimônio deve ser honrado (literalmente significa respeitado). O esposo deve respeitar a sua companheira em seus relacionamentos sexuais. Igualmente as esposas devem fazer o mesmo. Em relação a esse aspecto, a Bíblia é bem clara quando diz: “Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o seu vaso (esposa) em santidade e honra, não na paixão da concupiscência, como os gentios que não conhecem a Deus…” (I Tessalonicenses 4:3-5). Creio que não se precisa de mais clareza. Paulo está dizendo que a vida sexual do casal crente deve ser pura. A passagem em foco dá a entender que até mesmo dentro do matrimônio, as paixões carnais pode dominar os cônjuges, se não tiverem o devido cuidado.

A VIDA SEXUAL DO CASAL CRENTE.
Primeiramente, o sexo é restrito ao relacionamento do casamento. Vivemos numa época em que tudo parece ser liberal. Em matéria de sexo, as coisas se complicam. O Diabo tem usado os diversos meios de comunicação para difundir o pecado sexual. É difícil viver hoje em dia fora da influência do sexo. Nos cartazes de paredes e muros; pelas propagandas, aparentemente ingênuas na televisão; nas ruas, onde as “mulheradas” usam roupas apelativas; e até mesmo, infelizmente, nas igrejas mais santas, o sexo é mostrado. Aquilo que foi criado para ser uma bênção se transformou numa maldição que tem levado milhões à perdição eterna.
Os moços são taxados de tolos por nunca terem tido relações sexuais. Coitados dos nossos irmãos jovens que lutam pela fidelidade da pureza cristã!!! Eu bem sei o que eles sofrem por parte dos incrédulos, pois até recentemente, antes do meu casamento, eu sofria as mais impiedosas críticas dos defensores do chamado sexo livre. O Diabo se tem servido de homens e mulheres para atacar as pessoas castas. O inimigo dá a entender que todos os que não cariam em prostituição e adultério, são ingênuos, insensatos e bobos. Eu sofri esse ataque quando era jovem. Sei que a tática do Satanás continua a mesma. O nosso adversário continua implacável em seus ataques. Mas os jovens, moços e moças, podem vencê-lo pelo poder da Palavra de Deus. “Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o de acordo com a Tua Palavra” (Salmos 119:9). “Escondi a Tua Palavra em meu coração, para não pecar contra Ti” (Salmos 119:11).
Com referência ao casal crente, a Bíblia tem lições preciosas em relação ao assunto. Paulo tinha que usar uma franqueza a respeito da questão, que não é encontrada em nenhuma outra parte das Escrituras. No capítulo sete de sua primeira carta aos Coríntios, o apóstolo diz, aos que sofrem tentação sexual, que a saída para não cair no pecado da prostituição ou do adultério é o casamento. Vamos ver então o que ele diz a respeito disso: “Ora, quanto às coisas de que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher; mas por causa da prostituição, tenha cada homem sua própria mulher e cada mulher o seu próprio marido” (I Coríntios 7:1-2). É importante observar que Paulo recebeu carta por parte dos Coríntios, perguntando sobre a questão da vida sexual. Paulo, respondendo, disse que seria bom se o homem não fosse casado, porém, se for para viver em adultério e prostituição, seria muito melhor que casasse. Prova evidente que o sexo está restrito aos casados e não aos solteiros.
Antes de prosseguir, é bom considerar que Paulo não era contra o casamento quando diz: “…bom seria que o homem não tocasse em mulher…” (I Coríntios 7:1) As Escrituras Sagradas não pregam o celibato em nenhuma de suas porções, seja no Velho Testamento, seja no Novo Testamento. Muito menos o apóstolo Paulo seria a favor do celibato, isto é, que as pessoas não casassem. Paulo conhecia muito bem a passagem que diz: “…Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora (esposa) que lhe seja idônea” (Gênesis 2:18). Paulo mesmo explica o porquê ele queria que o homem não tocasse em mulher. Vejamos a explicação: “Acho, pois, que é bom, por causa da instante necessidade, que a pessoa fique como está” (I Coríntios 7:26). O apóstolo está falando de um período difícil que o mundo daquela época estava vivendo. Era uma época extremamente difícil na vida dos casados. Talvez o mundo de então estaria passando por uma forte recessão. Sabemos que, de acordo com os registros bíblicos, o mundo, no tempo apostólico, sofreu uma grande fome, quando Cláudio foi Imperador de Roma (Atos 11:28). Conforme a história, essa fome foi tão severa que muitos acreditavam que era punição divina. Talvez, quando Paulo diz da instante necessidade, está se referindo a este tempo de fome que assolou o mundo. Sabemos que numa época de fome e de inflação, fica extremamente difícil para um esposo cuidar de sua família, principalmente se tiver muitos filhos. Paulo, pensando nisso, estaria querendo ajudar os não casados a evitarem sofrimentos futuros.
Às respostas, aos casais que vinham tendo dificuldades em seus relacionamentos sexuais, ele foi bastante enfático quando disse: “A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido; e também da mesma sorte o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. Não vos negueis um ao outro, senão de comum acordo por algum tempo, a fim de vos aplicardes à oração e depois ajuntardes outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência” (I Coríntios 7: 4-5). Creio que a resposta dada pelo apóstolo, resolve muitos problemas que casais (principalmente os não convertidos), têm sofrido em seus relacionamentos conjugais.

CADA CÔNJUGE PERTENCE AO OUTRO.
No versículo quatro, Paulo explicitamente diz dos deveres sexuais de cada cônjuge. E essa verdade é declarada tão enfaticamente, que somos informados que nenhum dos dois cônjuges exerce direito sobre o seu próprio corpo, mas, antes, o corpo de cada qual pertence ao outro cônjuge. Em outras palavras, a mulher não pode negar o seu corpo ao seu marido, pois ele tem total direito de usá-lo para satisfazer suas necessidades sexuais. Igualmente, o marido não pode negar o seu corpo à esposa, pois ela também tem pleno direito de usá-lo para sua satisfação sexual. É uma questão de dívida, ou seja, o marido tem esse crédito da parte da mulher, e a mulher semelhantemente tem crédito da parte do marido. Ainda entendemos por esse versículo que o contrato matrimonial confere pleno direito de relação sexual. No versículo três, essa verdade é melhor demonstrada no ensino de Paulo. “O marido pague à mulher o que lhe é devido, e do mesmo modo a mulher (pague} ao marido” (I Coríntios 7:3). Já fiquei sabendo de vários casamentos que foram à deriva devido a falta de entendimento neste aspecto. Quando a esposa nega o seu corpo ao seu companheiro, ela está cometendo uma das maiores loucuras em relação ao seu casamento. Ela esquece que seu “maridinho” trabalha em algum escritório, fábrica, comércio ou seja lá onde for, rodeado de mulheres bonitas, que muitas vezes tem sido uma tentação para ele. Muitos maridos têm se conservado fiéis às suas esposas, não porque são de “ferro”, mas porque tem encontrado na sua amada um companheirismo e afetividade tal, que dispensa qualquer tentação externa. A mulher pode resistir galanteios por parte dos homens “malandros”; porém, o marido, como homem, é mais vulnerável aos galanteios ou charmes de uma mulher “malandra”. Mas, se o marido for fiel ao Senhor, e encontrar em sua esposa uma colaboração em sua vida sexual, é impossível cair nos braços de estranhas. Contudo, não esqueçamos que por outro lado, a mulher também tem os seus pontos fracos. Se o seu marido não cumpre o seu papel em relação ao sexo; tem tratado sua companheira com aspereza, e a tem considerada como um simples objeto de seus caprichos, a esposa pode também cair nos braços de algum homem que se apresenta como alguém que “solidariza” com a situação. De maneira que aprendemos nas Escrituras Sagradas que o casamento não é somente um “conto de fadas”, mas cada qual dos cônjuges tem deveres morais, espirituais e físicos para com o outro.

OS PROBLEMAS RELACIONADOS AO SEXO.
Biológica e emocionalmente a mulher é diferente do homem, e consequentemente tem muitos problemas que o homem não tem. O corpo da mulher é diferente do corpo do homem. Em razão disso, o marido deve entendê-la quanto ao relacionamento sexual. Devido dos muitos problemas que a mulher sofre, em razão da complexidade de seu corpo, muitas vezes ela não encontra ânimo para ter um relacionamento sexual com seu marido. Sim, ela tem seus momentos críticos em relação ao seu corpo e emoções. O marido deve entendê-la e ser solidário com ela neste aspecto. Numa ocasião desta, o marido nunca deve forçá-la. Ele deve compreender que não é “pirraça” de sua esposa. A Bíblia diz que o esposo deve viver com sua esposa com entendimento, pois ela é fraca em muitos pontos. Vamos ler sobre isso na primeira carta de Pedro: “Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra (respeito ou dignidade) à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações” (I Pedro 3:7). O que fazer quando surgirem as dificuldades sexuais? Será que deve “declarar guerra” um ao outro? Não, Paulo diz que o casal deve entrar em acordo e abster-se do sexo por algum tempo, para orar a Deus (até que o problema desapareça) e, então se ajuntarem (em ato sexual) para não cair na armadinha de Satanás. (I Coríntios 7:5). Eu entendo por meio desta passagem que muitos atritos conjugais seriam facilmente resolvidos se o casal crente buscar ajuda do Criador. Por outro lado, já presenciei muitos casamentos que estavam à beira do desastre devido ao marido não compreender sua esposa.
Portanto, é até compreensível a abstinência sexual dos cônjuges, quando alguns problemas surgem e impedem um envolvimento satisfatório, Quando isso acontece, nada melhor do que um diálogo entre o casal e a oração a Deus, pedindo ajuda para solução do problema.
Mas a esposa não deve cair em erros de apresentar problemas ao esposo, quando realmente não os têm, só como mero pretexto para não servi-lo. Pois, além de estar pecando contra o marido, também está pecando contra Deus.
Deve haver cooperação mútua entre ambos. Ou seja, o marido deve compreender sua esposa, mas também, a esposa tem por obrigação compreender seu marido. Deve haver reciprocidade entre ambos.
Eis aqui mais um conselho da Bíblia: “Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor” (Efésios 5:22). “Vós, maridos, amai a vossas esposas, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5:25).
Se a ordem acima for obedecida à risca, o casamento pode ser um sucesso na vida dos cônjuges.

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