A pregação e o exame das Escrituras

Autor: Oslei do Nascimento
O evangelista Lucas, médico amado e companheiro do apóstolo Paulo em
suas viagens missionárias, elogiou os crentes de Beréia, considerando-os “mais
nobres do que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez,
examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim”
(Atos 17:11). O comentarista bíblico Orlando Boyer escreveu: “As Escrituras se
abrem mais e mais para os que assim as estudam”.
Enquanto Paulo lhes anunciava o Evangelho, os bereanos comparavam seus
ensinos com a Palavra escrita de Deus, estabelecendo assim um bom exemplo para
toda a Igreja através da história. Fazendo isto, os bereanos não demonstravam
arrogância ou presunção, nem se consideravam superiores ao apóstolo. E certamente
Paulo não se sentiu ultrajado quando os viu submeter sua pregação à joeira das
Sagradas Escrituras.
Quem ministra a Palavra deve pregar a sã doutrina. Quem ouve a Palavra
deve atendê-la com diligência, preparação e oração. Quem ministra a Palavra o faz
zelosamente e com amor a Deus. Quem ouve a Palavra recebe a verdade com fé,
amor, mansidão e prontidão de espírito. Quem ministra a Palavra procura converter,
edificar e salvar almas. Quem ouve a Palavra medita nela com profundidade e fala
apaixonadamente dela e sobre ela às outras pessoas.
Hodiernamente, em que tantos ensinos heréticos têm sido veiculados, cabe a
nós atentar para o modelo bereano. Com este acareamento salutar, não ofendemos os
verdadeiros ministros da Palavra, pois estes a amam e a respeitam. Com esta
confrontação defensória honramos o nome do Senhor da Palavra.
O reformador francês João Calvino escreveu que o próprio Deus “manifesta
sua verdade e patenteia seu poder somente onde a Palavra é recebida com a devida
reverência e honra”. Que haja em nós, portanto, a mesma disposição do salmista
quando declarou: “Quanto amo a tua lei! É a minha meditação todo o dia!” (Salmo
119:97). Ou quando ele orou: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as
maravilhas da tua lei” (Salmo 119:18).

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