Autor: Josué Mello Salgado
Que desafios são esses? Ou ainda, qual o maior desafio que as famílias têm a enfrentar neste tempo? Pensando aqui na família enquanto célula nuclear de esposa, esposo e filhos…
Dissolução, desunião, separação, divórcio! Esse talvez seja o maior desafio colocado às famílias nesse tempo novo em que vivemos. Tempo de relativização de valores, tempo de perda de referenciais de autoridade, tempo de perda de absolutos, mas, sobretudo, tempo de quebra de relacionamentos interpessoais!
Há no que diz respeito à dolorosa experiência do divórcio duas atitudes que julgo inadequadas e desafiadoras.
A primeira é uma certa “demonização” do divorciado. A Bíblia é categórica quanto ao propósito e à vontade divina para o relacionamento conjugal: indissolubilidade! O profeta fala como porta-voz do Senhor: “eu odeio o divórcio” (Malaquias 2.16). Isto significa que estava fora dos planos de Deus que um casal que se dispõe a entrar em um relacionamento matrimonial chegasse à experiência de dissolução e separação. Não foi este o plano de Deus e se a lei mosaica permitiu o divórcio, o fez como concessão devido a nossa enfermidade crônica da esclerocardia (endurecimento de coração), como Jesus afirma em Mateus 19.8. Entretanto, conquanto Deus aborreça o divórcio, segue amando o divorciado. Se Deus nos amou quando éramos pecadores, deixaria de nos amar por causa de nosso coração duro que nos leva à desunião, à separação uns dos outros? O divorciado não está fora do alcance da Graça divina, portanto, deve ser ele alvo também da nossa compaixão, misericórdia e amor.
A segunda atitude que julgo inadequada é uma certa banalização do divórcio. Há muitos que tratam o divórcio como um mero trocar de roupas. Perdemos a noção das seríssimas implicações negativas de um divórcio. Perdemos a percepção de que Deus de fato odeia o divórcio. Que o divórcio é pecado na medida em que significa errar o alvo de Deus para as nossas vidas (pecado significa errar o alvo!). Que ao praticarmos o divórcio, ainda que nos julguemos vítimas, estamos penetrando numa concessão que implica no reconhecimento de que somos duros de coração para entender e viver a vontade de Deus. Há que haver de nossa parte temor e vigilância para não incorrermos em tal pecado. A fuga da monotonia do relacionamento pela constante atitude de conquista e de cultivo do amor, do romantismo, do carinho, da comunicação adequada, bem como a vigilância quanto às investidas da infidelidade, são ações preventivas fundamentais.
Nem a “demonização” do divorciado e nem a banalização do divórcio fazem jus aos propósitos de Deus para as famílias cristãs. Que abandonemos tais caminhos e persigamos o imperativo de Jesus: “o que Deus ajuntou não o separe o homem!”
Faça um comentário