Autor: Oswaldo Chirov
“Visto que não se executa a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal” – Eclesiastes 8:11.
“Os pecados de alguns homens são notórios e levam a juízo, ao passo que os de outros, só mais tarde se manifestam” – I Timóteo 5:24
Um dos aspectos mais intrigantes da natureza humana é o fenômeno da dor. A dor sinaliza problemas no nosso organismo, é um sinal de que alguma coisa não vai bem. A dor nos avisa que está na hora de marcarmos uma consulta com o dentista, o médico, ou, no mínimo, uma passadinha pela farmácia. Como regra geral, enquanto a dor não aparece não há disposição em sairmos da inércia, em tomarmos alguma atitude preventiva.
Caim é um exemplo acabado disso. Ao ser confrontado por Deus sobre o paradeiro de seu irmão limitou-se a desconversar: “Acaso sou eu guardador do meu irmão?”. Entretanto, quando foi amaldiçoado por Deus, sentiu o problema na carne: “É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo, quem comigo se encontrar me matará”.
Mesmo assim jamais chegou a se arrepender, apenas teve medo do castigo, fato comprovado por, simplesmente, ter se retirado da presença do Senhor (Gen. 4:8-16).
Infelizmente muitas pessoas deixam para tomar certas atitudes somente quando sentem dor.
No contexto da igreja, nos tornamos dizimistas quando a nossa situação financeira torna-se crítica; oramos e jejuamos quando os problemas saíram do nosso controle, deixamos para buscar a Deus quando a água já está pelo pescoço.
No dia a dia obedecemos às regras de trânsito quando as multas doem no bolso, deixamos de lado a preguiça e o sono quando nosso emprego está ameaçado por chegarmos constantemente atrasados ao serviço, começamos a estudar quando percebemos que o salário nunca irá melhorar com o nível de estudo que temos.
No contexto do mundo o homem natural extrapola na corrupção, no roubo e na mentira na certeza de que jamais será apanhado, de que nenhuma conseqüência o alcançará. Exagera no sexo desordenado, na infidelidade, esperando que a AIDS ou qualquer outra doença não o atingirá.
Quando aparecem as conseqüências, na maioria das vezes, a exemplo de Caim, fica com medo do castigo, não chegando realmente ao arrependimento e a mudança de atitudes.
O Rei Davi passou por essa experiência e depois de toda a dor que sofreu nos deixa a lição:
“Bem aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniqüidade e em cujo espírito não há engano” – Salmo 32:2.
Feliz o homem que já deixou para trás o nível do medo do castigo de Deus e age preventivamente, anda retamente na presença do Senhor, a ele não é atribuída iniqüidade, no seu espírito não há engano. Age por amor a Deus, sabendo que o pecado o ofende e não por medo de ser castigado. Age por comissão e não por obrigação. A sua forma de agir diante dos outros é a mesma de quando está sozinho, pois sabe que o Espírito Santo está presente, não é possível fugir Dele. Tem o discernimento claro que certos tipos de dor ele não precisa provar pois Jesus já as experimentou em seu lugar:
“Certamente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele e pelas suas pisaduras fomos sarados” – Isaías 53:5-6.
Faça um comentário