Autor: Eli Fernandes de Oliveira
A Teologia da Libertação é, para seus protagonistas, a resposta às desigualdades. Quando queremos saber onde a liberdade tem sido negada, a resposta é dada na base do chavão "a humanidade assenta-se na desigualdade".
É como se desigualdade fosse, necessariamente, sinônimo de opressão, e igualdade sinônimo de liberdade.De dois anos para cá, especialmente, a Teologia da Libertação inicio um processo de revisão de seus meios: a preferência pela palavra "socialismo" ou "marxismo", em vez do termo "comunismo", pela constatação desoladora da natureza opressiva exercida pelo poderio de Moscou. O feitiço caiu sobre o feiticeiro. Liberdade debaixo da força, não é liberdade. A verdadeira liberdade não pode ser obtida sobre qualquer forma de comunismo. Reedição dos muros de Berlim, arames farpados, metralhadoras impedindo a livre locomoção, campo de concentração, com trabalhos forçados, nunca mais! Por outro lado, a completa igualdade de economia não é o preceito Bíblico de justiça social e nunca acontecerá em sociedades livres verdadeiramente democráticas. Nessas, o indivíduo progride estribado em sua própria escolha, trabalho, responsabilidade, iniciativa e mérito. Este é o conceito bíblico de justiça social. Enquanto que na Teologia de Libertação o ponto inicial é "pobre", na teologia bíblica o ponto de partida é Deus. Diz Gutierrez: "Para que a libertação seja completa e autêntica, tem que ser compreendida pela gente oprimida". Com essa análise somente os pobres são o povo escolhido de Deus. Assim, a idéia do Reino de Deus nunca chegará a se concretizar, por causa do aguardo de uma sociedade utópica, que está sempre no futuro. Um exemplo da aplicação do princípio marxista na interpretação das escrituras sagradas é observado na maneira como consideram o êxodo de Israel, do Egito. "Deixa meu povo ir…" (Êxodo 8.1) é um constante refrão dos liberacionistas que citam equivocadamente a Bíblia. "A libertação de Israel é uma opção política" (do livro "A teologia da Libertação, Política, História e salvação", pg. 155).
Em nossa observação, a conclusão acima se constitui num abuso das Escrituras, porquanto o tratamento energético dessa passagem não apresenta a conclusão do que foi dito por Deus a Moisés: "Deixa meu povo ir, PARA QUE ME SIRVA". A natureza e o propósito da libertação do povo foram, primeiramente, teológicos e espirituais, enquanto o aspecto político foi meramente secundário. Israel, contrariamente à exegese dos liberacionistas da Bíblia, foi um povo escolhido não porque estava cativo no Egito e sim por causa da vontade e graça soberana de Deus, revelada desde a chamada de Abraão narrada no capítulo 12 no livro de Gênesis. Não há nada, na experiência de Israel depois de sua libertação do Egito, que justifique a imposição de um sistema econômico marxista para qualquer nação da atualidade.
Ao contrário, Israel usufruiu a liberdade, do direito à propriedade privada e da prosperidade sob uma teocracia onde obediência e confiança nas promessas de Deus eram irrevogáveis.
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