Existe uma crise instalada na família brasileira.
Sejam elas cristãs ou não.
Uma crise de valores, princípios e dos papéis a serem desempenhados por cada um nesse núcleo chamado família.
Os valores familiares vêm sendo deteriorados, não de agora. Mas já há bastante tempo. Talvez possamos dizer que nas duas últimas décadas ou até mais que isso. A razão é bastante simples. Estas mudanças não ocorrem de forma brusca.
Elas são lentas e bastante sutís. Assim, elas vão ocupando espaço sem fazer alarde ou muito barulho. E muitos acabam sendo envolvidos no velho discurso de que os tempos mudaram e não se pode mais tratar as coisas com antes.
É fato que a forma, as estratégias de ação podem e devem ser mudadas, alteradas ou até mesmo novas formas devem ser colocadas em prática.
Mesmo porque vivemos em uma sociedade que se transforma rapidamente.
Em alguns setores rápido demais até… mal dando tempo para que possamos nos adaptar a algumas coisas…
E se não conseguimos a adaptação a elas, quanto mais incorporá-las em nosso viver diário! Vamos nos tornando ultrapassados não mais após alguns anos, mas após alguns dias…
É nesse contexto que temos a responsabilidade de termos a consciência e exercitarmos nossos papéis familiares: marido, esposa, pai, mãe e filhos.
Infelizmente, na maioria das famílias a consciência dos papéis a serem desempenhados, bem como sua importância foi e está totalmente desfigurado.
Os homens sequer conseguem distinguir, e muito menos agir, de acordo com as funções de líderes em seus lares. Simplesmente abdicam desse papel e criam um vácuo familiar que não pode ser preenchido por mais ninguém.
Muitos transferem toda, ou quase toda a responsabilidade para suas esposas e ainda as cobram e responsabilizam quando as coisas não acontecem a contento. Há muito a ser dito sobre este assunto e espero poder abordá-lo em outro artigo.
O fato é que se faz necessário que os homens reassumam seu papel de líder e mentor de suas famílias. Que voltem a orientar suas esposas, seus filhos.
Que voltem a exercer o sacerdócio familiar, transmitindo os princípios e valores bíblicos de forma contextualizada. Conduzindo assim, toda a família ao centro da vontade de Deus. Aproveitando todas as oportunidades apresentadas pela vida para inserir um princípio eterno que passo a passo vá formando o caráter cristão em si mesmo e nos que o cercam.
As mulheres, na ânsia de ‘cobrirem os buracos’ deixados pelos homens estão assumindo papéis para as quais não foram designadas por Deus. Assim vivem esgotadas e sobrecarregadas. Perderam o foco do papel que devem desempenhar de forma primordial. A mentalidade equivocada que se instalou é a de que “se eu não fizer ninguém vai fazer” (ninguém = marido).
É indiscutível as capacidades e habilidades que as mulheres têm. Afinal elas conseguem realizar diversas atividades de forma simultânea, enquanto nós, homens, sofremos para fazer duas!
Estes crescem sem um referencial seguro e confiável. Assim, vivem uma busca constante e inatingível para ter alguém em quem se espelhar, a quem imitar e até mesmo o ser igual. Correm incessantemente atrás de alguém que possa lhes trazer um pouco de segurança, conforto e que lhes aponte o caminho a seguir. Nesta busca acabam tenho seus corações confundidos e feridos. Seus objetivos não são claros e mudam de forma rápida. Tão rápida com o avanço tecnológico que nos cerca.
Eles não sabem mais qual é o seu papel na família. E muito menos sua importância. E eles também formaram suas famílias e reproduziram exatamente o que viveram em seus lares de origem e mais uma geração estará comprometida.
Redefinir os papéis e as funções é imprescindível para a reorganização da família, pois somente assim será possível interromper este processo de deterioração familiar que estamos experimentando em nossa realidade. Este processo não ocorre em um passe de mágica e nem mesmo através de um curso (e muitos são excelentes para despertar nossa consciência) de final de semana. É um processo diário e contínuo, que requer de nós atenção e dedicação.
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