Autor:
Abaixo você terá a oportunidade de ler em forma resumida ou em pinceladas os principais eventos históricos do desenvolvimento da igreja. Você poderá, a partir desse resumo, fazer novas pesquisas de aprofundamento do tema.
SÉCULO II
A maioria das igrejas cristãs se opõe à igualdade entre homens e mulheres.
Tertuliano – A filosofia é supérflua e perigosa. A fé é suficiente para o cristão. A aceitação da fé cristã importa na renúncia ao direito de examiná-la livremente. A fé é um fato objetivo e, por isso, não admite progresso.
Alguns autores sustentam que a famosa expressão creio porque é absurdo (credo quia absurdum) jamais por utilizada por Tertuliano.
SÉCULO IV
Gregório de Nissa – As seqüelas do pecado são a sexualidade e a morte, porque faziam parte do plano original da criação a imortalidade e a multiplicação da espécie humana por um modo puramente espiritual.
O Concílio de Nicéia, em 325, condena a gnose e suas diversas escolas.
SÉCULO V
A Igreja estimula o celibato e tolera o casamento em relação àqueles que não se podem controlar. A vida sexual ativa, mesmo dentro casamento, é considerada pecaminosa, pois a finalidade da relação sexual, segundo Igreja, não é o prazer, mas a procriação. Por isso, São Jerônimo adverte que um homem ardente prostitui a esposa.
Em 425, o concílio Nicéia veda aos eunucos o acesso eclesiástico. O concílio de Arles, no seu cânone 7º, confirma essa proibição.
O concílio de Toledo, em 446, reafirma a existência do diabo.
O arcebispo Proclus, em 428, declara que a Virgem Maria foi fecundada pelo ouvido e também por ele deu à luz.
O Pseudo-Dionísio fixa a hierarquia angélica. Posteriormente, estes seres espirituais ficaram ligados às esferas das estrelas para mantê-las em movimento. Os serafins giravam o Primum Móbile; os querubins, a esfera das estrelas fixas; os tronos, a esfera de Saturno; as dominações, virtudes e potestades, as esferas de Júpiter, de Marte e do Sol; os principados e arcanjos, as de Vênus e Mercúrio; os anjos, a da Lua.
Agostinho – No estado original, o homem era completamente livre, podendo escolher entre o bem e o mal. Com a queda, porém, ele perdeu a liberdade de escolher o bem, tornando-se propenso a pecar. A sua anterior possibilidade não pecar (posse non peccare) se converteu, atualmente, na impossibilidade de não pecar (non posse non peccare) , ou seja, na necessidade de pecar (necessitas peccandi). O homem, no entanto, pode praticar atos meritórios. Este, porém, não modificam sua natureza vocacionada para o mal. E essa natureza essencialmente má é transmissível hereditariamente. Esta culpa herdada, embora removida pelo batismo na qualidade de pecados original, permanece como perversão da vontade, impedindo o homem de ser essencialmente bom, e, assim, livre para escolher o bem.
SÉCULO VI
Os concílios de Agde (506) e de Yene (517 proíbem os abades de emanciparem os escravos dos domínios recebidos por doação de particulares.
Em 547, a Igreja afirma oficialmente a existência do inferno e dos demônios e, em 593, institui o purgatório.
O sínodo de Mâcom, em 585, torna obrigatório o pagamento do dízimo, até então facultativo, sob pena de excomunhão.
SÉCULO VIII
A Igreja cria os rituais de sagração real para ungir os reis, afirmando a autoridade sacra da realeza.
Em 754, o papa também se torna soberano temporal e, em 756, nasce o Estado da Igreja.
A Igreja institui a prática da confissão secreta. E os monges adquirem o direito de ouvir as confissões dos fiéis, então prerrogativa exclusiva dos bispos e seus penitencieiros.
SÉCULO IX
O papa Leão IV repete a advertência do papa Gregório I, o Grande, que recomendava aos cristãos obedecer a vontade armada da igreja.
SÉCULO XI
O concílio de Reims condena a simonia, o casamento clerical, a venda de ordens e proíbe a cobrança de emolumentos para Eucaristia, os funerais e os serviços a doentes.
Os judeus começam ser marginalizados nas sociedades cristãs. São encerrados em guetos, marcados com sinais distintivos da estrela amarela e do chapéu pontudo. E passam a ser considerados como responsáveis por todas as catástrofes na condição de bode expiatório. Essa situação se prolongará até o século XVII.
É motivo de escândalo, entre os cristãos, a opulência do clero em contraste com a miséria do povo. Isso provocará uma reação violenta contra a hierarquia eclesiática com a pregação das virtudes da indigência, cujo exemplo maior será Francisco de Assis, no século XIII.
A prática das doações pias chega ao apogeu. O moribundo negocia seus bens terrenos em troca da salvação de sua alma.
Papa Urbano II (? – 1099)
Em 1095, autoriza a primeira cruzada. As cruzadas prosseguirão até 1204.
Informa Norman Cohn (Na Senda do Milênio) que Urbano II “oferecia recompensas impressionantes àqueles que participassem na Cruzada. Um cavaleiro que em boas intenções o fizesse obtinha remissão das penas temporais de todos os pecados; e se morresse a lutar, todos pecados lhe seriam perdoados. E também não faltavam recompensas materiais”.
Papa Gregório VII (1100-1187)
Distingue-se por seu combate à investidura leiga dos cargos eclesiásticos. Isto é, a investidura de bispo por determinação de príncipes. Foi mais além: afirmou que ao papa assiste o direito de depor imperadores.
Desencadeia a chamada “Reforma Gregoriana”, ou “Questão da Investidura”, quebrando a antiga tradição, mediante a qual o poder temporal, representando pelo monarca, decidia sobre a nomeação dos bispos. Com a reforma, somente o papa passou a ter essa prerrogativa.
Em 1075, proclama que só ele pode dispor das insígnias imperiais. E determina que o papa é o único cujos pés devem ser beijados por todos príncipes e não pode ser julgado por ninguém. É a afirmação do ideal teocrático da Igreja, o qual, no século seguinte, será reforçado pela doutrina dos dois gládios, de São Bernardo. Proclama, ainda, soberanos e os decretos papais e considera o papado superior a qualquer poder temporal. Impõe o celibato clerical e unifica a liturgia.
No seu pontificado, a Igreja alcança o auge de seu poder no Ocidente.
SÉCULO XII
Culto prestado a Satã se expande, principalmente na Alemanha e na Áustria.
Em 1170, a Santa Sé se reserva o direito de canonizar santos.
A Igreja começa a caça aos legados e às doações pias. O papa Alexandre III decreta que nenhum testamento será válido se não for feito na presença de um padre.
A Igreja alcança o mais alto grau de unidade interna e de influência externa. Estabelece os sete sacramentos. E inicia a perseguição contra a heresia com emprego de torturas.
A partir de 1184, começa a organizar-se a Inquisição.
A santidade, até então considerada como resultado da predestinação, passa também a ser conseqüência do ascetismo e da caridade.
A autoflagelação é admitida como forma de penitência.
Surge a crença nos pactos com o diabo, o qual marcava os seus fiéis. Essa crença vai até o século XVII.
Muda a concepção do além ou da vida no além, com a separação da alma do corpo.
Surge a idéia da ressurreição coletiva.
Em 1152, Bernardo lança a doutrina dos dois gládios, insinuando que o gládio material e o gládio espiritual pertencem à Igreja: o primeiro deve ser manejado a favor da Igreja e o segundo, pela Igreja.
João de Salisburg afirma que, se um príncipe interfere na autoridade da Igreja, ele é um tirano e, nesse caso, se não houver outra solução, o seu assassínio é justificado.
SÉCULO XIII
Um edito (1259) proíbe os banqueiros de Florença de usar os algarismos árabes, considerados símbolos “infiéis”.
É instituído o sacramento do matrimônio.
O papado se mundaniza. Os papas se tornam, principalmente, administradores e estadistas, criando uma burocracia invejável. Negociam com banqueiros e monarcas. Promovem guerras e alianças. O papado é uma réplica da corte. É o século mais fértil de toda a história da Igreja, não só no campo teológico, mas também político. Por isso, é considerado o século teológico por excelência.
Começa a expansão da Cristandade romana.
O Juízo Final é tido como o dia da vingança dos pobres.
O testamento se torna o meio de uma pessoa exprimir os seus pensamentos e fazer disposições finais. Os funerais passam a ser cada vez mais religiosos e cada vez menos civis. O testamento se torna religioso.
Surge a idéia do inferno, ofuscando o batismo, o julgamento final e a ressurreição dos mortos.
A Igreja proíbe os fieis de ler a Bíblia sem autorização.
Um pregador franciscano estima probabilidade de o homem se salvar na proporção de 1 em 1.000.
O concílio de Rouen (1231) proíbe danças no cemitério ou na igreja, sob pena de excomunhão.
O papa Inocêncio IV, em 1252, na bula “ad extirpanda” autoriza a Inquisição a usar a tortura. Em 1274, ocorre a primeira condenação à morte pelo Tribunal da Inquisição.
Começa a ser utilizada a palavra sobrenatural.
Dada a dificuldade de se estabelecer uma distinção entre milagre de origem divina e feitiçaria, a Igreja, em 1215, resolve abolir a prática do ordálio, o famoso “juizo de Deus”, como prova jurídica.
A autoflagelação que, no século passado, constituía uma forma de penitência, passa a ter um valor escatológico, assegurando não só a salvação do flagelado, mas de toda humanidade.
Iniciam-se as flagelações públicas coletivas.
Na Itália, em 1260, surge o movimento dos flagelantes, uma paranóia mística que procura resgatar pecados, infringindo castigos físicos ao corpo, considerado instrumento pecaminoso.
A Inquisição esmaga o Catarismo. Montségur, o último bastião cátaro, é destruído em 1295.
O IV concílio Laterano, em 1215, prescreve que a confissão deve ser feita, no mínimo, uma vez por ano.
A crença no diabo e nas bruxas se torna canônica.
Concílio de Latrão
Sanciona a doutrina da transubstanciação.
Torna obrigatória a confissão uma vez por ano.
Proíbe aos médicos, sob pena de excomunhão, de empreender tratamento médico sem a solicitação prévia de conselho eclesiástico.
Proibe, com punição, os heréticos e judeus, de exercer emprego público, ter criados cristãos, obrigando-os a usar roupa especial ou uma faixa também especial a fim de que possam ser distinguidos de outras pessoas.
Autoriza os padres a receberem a confissão anual.
Obriga os bispos a perseguir e a punir, em sua diocese, todos heréticos.
Em 1231, o papa Gregório IX entrega direção da Inquisição aos dominicanos, porque estavam mais diretamente envolvidos na luta contra as heresias.
Em 1235, o papa Gregório IX e São Luís ordenam, após o concílio da Narbonne, que todo testamento feito sem assistência de um padre será nulo e o testador, assim como o notário, excomungados. A Igreja, com essa medida, começa a aumentar o seu patrimônio material.
Gregório IX promulga os exorcismos.
Tomás de Aquino defende o estatuto da escravidão: “a escravidão entre os homens é natural”.
Na sua “Suma contra Gentiles”, assevera que a influência dos astros se limita ao corpo, mas pode influir indiretamente sobre o psiquismo.
Alberto Magno. O seu espírito científico se revela no seu discernimento em relação à natureza dos fenômenos paranormais, então tidos como milagrosos. Por isso, afirmou: “Todas as maravilhas que o povo atribui ao demônio, ou são falsidades ou são fenômenos naturais. Há homens que, pelo poder da vontade, podem produzir os fenômenos e as curas mais maravilhosas.”
SÉCULO XIV
Os concílios de Ravena (1311) e, no século seguinte, o de Paris (1429) proíbem a presença de médicos no quarto do doente, se este, anteriormente e, não tiver recebido a visita do seu confessor. Advertem, também, aos médicos que não forneçam qualquer medicação aos moribundos que tenham recusado a presença de um padre para assisti-los.
Começa a obsessão pela ação demoníaca no mundo.
Surgem a “missa negra” e a missa de corpo presente.
Difunde-se o movimento dos flagelantes.
Surge a seita dos dançantes (1374), maníacos religiosos que dançavam loucamente nas ruas até a exaustão. Diziam que, no seu êxtase, viam, no céu, Jesus Cristo sentado ao lado da Virgem Maria.
Desenvolve-se a crença de que as boas ações praticadas pelos homens formam uma reserva de virtudes, ou tesouro espiritual, de propriedade da comunidade cristã e administrada pela Igreja. A crença neste tesouro é oficialmente reconhecida em 1343. Os monges passam a ser considerados importantes acumuladores de virtudes, gerando-se o costume de lhes serem doados bens de toda natureza para a salvação dos doadores, mediante orações intercessórias. Com isso, a Igreja se torna a distribuidora destes bens aos necessitados e merecedores.
O mosteiro de Cluny se beneficia com essa prática e desenvolve toda uma liturgia fúnebre com a cristianização da festa pagã dos mortos. Segundo os monges cluniacenses, as orações em intenção dos mortos abreviam o tempo de seu castigo. Em virtude disso, a Ordem passa a receber doações, como retribuição por esses serviços.
O papa Clemente V dirige carta ao rei Eduardo II e a todos os bispos da Inglaterra, protestando contra o pouco uso da tortura por parte dos inquisidores. Alega que tal fato constitui uma grave ofensa à lei eclesiástica. Em 28 de abril de 1311, o rei recomenda abertamente o emprego da tortura.
SÉCULO XV
Exacerba-se a idéia do inferno.
Começa, na Alemanha, a caça às feiticeiras.
A visionária Joana D’Arc (1431) é queimada viva por ordem da Inquisição.
O papa Inocêncio VII expede uma bula (1484), legalizando a perseguição às feiticeiras. E recomenda aos inquisidores o uso de tortura para obter as confissões.
Sprenger e Kramer publicam o livro “Malleus Maleficarum” ou o “Martelo das Feiticeiras”, espécie de manual para os inquisidores.
Nos últimos anos do século, o Apocalipse se torna preocupação dominante na Europa.
O dominicano Torquemada, judeu cristão, manda queimar cerca de 2.000 pessoas na Espanha.
Inocêncio VIII expede, em 1484, uma bula onde justifica os métodos utilizados pelos dominicanos na Inquisição, como também a cremação das bruxas.
Em Florença, os abusos da maquilagem leva o clero a exortar a Deus para que lance ao inferno as mulheres que usam este artifício.
SÉCULO XVI
O fanatismo religioso chega ao auge na célebre “Noite de São Bartolomeu” (24 de agosto de 1572), com o massacre de mais de 3.000 protestantes em Paris. Quase no fim do século (1598) o Edito de Nantes decreta a liberdade religiosa em França. Essa perseguição aos huguenotes começou em 1562.
O bispo de Yucatan, Diego de Landa, manda incinerar publicamente, em 1562, na cidade de Mani, todos os livros maias existentes. Os três que foram poupados contêm apenas figurações sobre astronomia e religião.
Por volta de 1550, surgem os convulsionários. Essa epidemia européia ataca preferentemente as freiras.
A perseguição às feiticeiras alcança o seu apogeu.
Jean Wier calcula, em 1564, que existe 7.409.127 demônios, sob o comando de 79 príncipes infernais.
O anti-judaísmo chega ao auge, sob o pontificado de Paulo IV (1555-1559) e Pio V (1566- 1572).
A Inquisição (1553) faz queimar publicamente o Talmude, com a aprovação do papa Júlio III, na bula “Cum Sicut Nuper”.
Em 1557, a Inquisição proíbe que os judeus possuam outros livros religiosos além da Bíblia.
Em 1559, o Talmude é incluído no Índex.
Lutero, em seus “Colóquios”, afirma que a criança gerada por um súcubo não vive mais de sete anos.
Para a Igreja, o grande inimigo do padre é a mulher. São Carlos Borromeu, nas suas “Instruções aos Confessores”, aconselha que, num conflito conjugal, o confessor jamais reconheça o erro do marido diante de sua esposa, ainda que ele seja o único culpado.
O Calvinismo introduz a pena de morte para o adultério, a heresia e a blasfêmia.
Constitui como crime trabalhar no domingo e estabelece o dever de todos ir à igreja.
Proíbe a observância do Natal e por ser dia santo do Catolicismo.
O teatro é condenado.
E recomenda às mulheres que sejam vergonhosas e tímidas.
O Concílio de Trento reativa o Tribunal da Inquisição e, na Espanha, o Santo Ofício alcança a sua maior virulência.
A Igreja se mundaniza. O papa disputa com os monarcas o controle do poder temporal. Forma alianças políticas com príncipes e imperadores. Guerreia. Mantém uma corte luxuosa a custa das contribuições dos fieis. Protege os artistas.
As eleições para o cargo de papa provocam sérios conflitos políticos entre as famílias italianas.
O papado negocia a salvação e, com isso, acelera a Reforma Protestante. As indulgências são vendidas com a intermediação de estabelecimentos bancários e os lucros repartidos com os banqueiros financiadores da construção da basílica de São Pedro, em Roma. A venda das indulgências é o maior escândalo religioso do século. Banqueiros como os Fuggers, de Augsburgo, recebem comissão de 1/3 do valor das vendas realizadas. Leão X foi um grande papa comerciante, negociando as indulgências e os cargos eclesiásticos, auferindo lucros extraordinários.
Recrudescem os movimentos milenaristas, destacando-se a figura de Thomas Muntzer e culminando com a revolta dos camponeses e em 1524.
A Igreja endurece o seu combate à feitiçaria.
A Igreja reage à Reforma: faz de Ignácio de Loyola o seu defensor e se apóia nas resoluções do Concílio de Trento.
Concílio de Trento (1545-1563)
É um dos mais importantes concílios da Igreja em todos os tempos.
Estabelece que a fonte do cristianismo não é só a Bíblia, mas a tradição da Igreja e só esta tem o poder de interpretar os livros sagrados.
Afirma a existência do purgatório.
Recomenda a veneração dos santos.
Regulamenta o casamento religioso e o considera acima do Estado. Consagra a sua indissolubilidade e condena o concubinato.
Torna obrigatório o celibato clerical.
Adota, oficialmente, a Vulgata como texto autêntico da Bíblia latina.
Reafirma todos dogmas atacados pela Reforma.
Declara que a lei sobre as boas e a fé são necessárias à salvação e que os sacramentos são meios indispensáveis para a obtenção da graça.
Mantém a supremacia papal, sugerindo que a sua autoridade transcende até a do próprio concílio da Igreja.
Proíbe a venda das indulgências e suspende, temporariamente, a sua concessão.
Prescreve que, em cada diocese, seja fundado um seminário de teologia como solução contra a ignorância do clero.
Equipara a curiosidade científica ao pecado original de estabelecer censura dos livros para coibir as heresias.
Um ano após o concílio (1564), é publicada, por indicação de uma comissão nomeada para esse fim, uma lista de obras de leitura proibida pela Igreja, o que resultou na instituição formal do Índex dos Livros Proibidos.
No auge da perseguição às feiticeiras, os conventos são avassalados por possessões demoníacas como decorrência da histeria, de fundo sexual, das freiras.
Aumenta a virulência da sífilis e as doenças venéreas são atribuídas ao pecado.
SÉCULO XVII
Os teólogos protestantes acreditam que, em 1616, ocorrerá o fim do mundo. Afirmam, também, que o papa é o Anticristo.
Acusado de enfeitiçar as freiras ursulinas de Loudun, perto de Poitiers, o padre Urban Grandier, apesar de protestar inocência, é queimado vivo em praça pública em 18 de agosto de 1634. Começa, a partir daí, uma verdadeira epidemia de “possessões demoníacas”.
O jurista alemão Benedikt Carpzov, principalmente com fundamento na Bíblia, assina sentenças de morte contra 20.000 bruxas.
Generaliza-se o ato de celebrar missas para a salvação dos mortos. E começam as orações pelas almas do purgatório.
A Igreja reprova a familiaridade com os mortos e ameaça construir muros ao redor dos cemitérios, os quais deixam de ser o centro da vida social.
A Igreja divide a pobreza em duas categorias: a pobreza submissa e a pobreza insubmissa. Ambos os casos, porém, constituem motivo de internação, seja a título de benefício ou de punição.
SÉCULO XVIII
Papa Clemente XII, grande incentivador das ciências e das artes, decreta, em 1738, a primeira condenação da Maçonaria.
Os papas Clemente XIII (1738) e Bento XIV (1751) proíbem o ingresso dos católicos nas lojas maçônicas sob pena de excomunhão.
SÉCULO XIX
O concílio Vaticano I proclama a infalibilidade doutrinária do papa.
SÉCULO XX
Pio XII proclama, em 1950, o dogma da Assunção de Maria.
Faça um comentário