Autor: Celso Manuel Machado
Quase sempre os discursos dos cristãos em suas comunidades abordam o tema relacionamento com Deus. E podemos perceber com freqüência a existência de certo tom místico em torno desta proposta. Algumas pessoas acabam desenvolvendo fórmulas “mágicas” com o objetivo de produzir um relacionamento concreto, íntimo e verdadeiro com Deus, mas na maioria das vezes estas fórmulas e regras criadas por homens acabam por complicar a simplicidade do evangelho do Reino.
As expectativas produzidas por estas propostas não refletem a verdade e a frustração se torna o fruto de todo o esforço. Isso porque a expectativa gerada a respeito de um relacionamento sério com Deus aponta na direção de nos tornarmos algo semelhante a “super homens” e “mulheres maravilha” da fé. Ou seja, vida com Deus acaba sendo sinônimo de uma vida sobrenatural, insensível, totalmente à parte do mundo e da história. Aí está o grande equívoco.
Na verdade, quanto mais nos aproximamos de Deus e estreitamos o relacionamento com ele, nos tornamos mais humanos. Mais humanos no sentido de reconhecer nossas limitações e fragilidades a ponto de solidificarmos uma relação de dependência com nosso Deus. Mais humanos no sentido de entendermos que não somos melhores que nenhum outro ser humano e que isso nos leva a não excluir os diferentes, mas a agregarmos o máximo possível em torno do Senhor. Mais humanos no sentido de que frente a frente com as nossas limitações, sejamos mais misericordioso com nosso próximo.
Desde a queda Deus trabalha na restauração do relacionamento do homem consigo e seu objetivo não é nos tornar pequenos deuses, e sim, humanos melhores vivendo em um mundo conturbado – mas fazendo diferença tal qual o sal e a luz.
Vivendo assim, caminhando em direção à plenitude da estatura de Cristo que nos aguarda na eternidade junto ao Pai, não tenha medo de ser humano, pois esta será sempre uma evidência em sua vida de um relacionamento íntimo com Deus.
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