Há lugar para Jesus no seu coração?

Autor: Paulo Cesar Ramalho
Esta noite eu tive um sonho. Sonhei que estava andando pelas ruas de uma  cidade desconhecida, numa madrugada muito fria. As ruas estavam desertas, mas dentro das casas havia sinais de festas e alegria. Estava cansado, com frio e com fome. Ia de um lado para o outro, mas não encontrava ninguém com quem conversar. Decidi bater numa casa e logo alguém veio me atender.  Quando lhe contei minha situação, a pessoa logo disse que estava ocupado atendendo seus convidados e que não tinha tempo para gastar com um vagabundo qualquer. Fiquei parado por um bom tempo ali, sem ter coragem de dar um passo sequer. Eu não era um vagabundo, não era um explorador. Estava apenas cansado, com frio e com fome.
Após algum tempo, decidi andar mais um pouco para me aquecer e ver se encontrava alguém que me ajudasse. Passei por uma pessoa na rua, mas assim que ela me viu afastou-se às pressas sem dar tempo para que eu pudesse lhe falar qualquer coisa. Caminhei mais um pouco até que comecei a ouvir uma música muito conhecida. Parei para ver de onde vinha aquele som e percebi que do outro lado da rua havia uma Igreja. Fui até lá e comecei a olhar para dentro. O povo estava alegre, bem vestido e cantando uma canção que tantas vezes cantara também: “Vencendo vem Jesus”.
Sem pensar duas vezes, fui até a porta e, como estava com frio, resolvi me assentar no último banco. Mas ao entrar, logo vi que muitas pessoas pararam de cantar para cochichar com as outras. Olhavam para mim dos pés à cabeça e viravam as costas. Quando me assentei, algumas pessoas que estavam no banco se levantaram e foram sentar-se em outros lugares.
De repente, alguém tocou nos meus ombros. Era a primeira vez naquela noite que alguém me tocava. Fiquei feliz, pensando que seria bem recebido, que me dariam as boas vindas. Mas quando me virei, sorrindo pelo fato de estarem me dando atenção vi um homem atrás de mim, com a expressão muito brava, convidando-me a ir com ele até uma sala que havia no fundo do templo. Ao entrar ali percebi que outros homens estavam ali. Nenhum deles me estendeu as mãos, apesar de eu ter estendido as minhas para eles. Abaixei a mão quando um deles começou a dizer que minha presença estava incomodando as pessoas. Eu estava mal vestido, com uma aparência nada boa e isso estava atrapalhando o clima de festa daquela celebração. Perguntaram se eu queria algum dinheiro e disseram que iriam me levar para onde eu quisesse ir, desde que saísse imediatamente daquele lugar.
Triste por ser tratado daquela forma, pedi desculpas por ter atrapalhado a alegria deles. Recusei o dinheiro que me ofereciam e dispensei a “carona”. Abaixei minha cabeça e saí dali, para alívio de todos os presentes, que agora cantavam alegremente o hino “Qual é o adorno desta vida? É o amor”.
Ao chegar novamente do outro lado da rua encontrei um homem sentado na sarjeta. Ele também tinha um olhar triste. Quando me aproximei Ele me perguntou se não havia sido bem recebido ali e lhe contei tudo o que acontecera. Ele tocou no meu ombro, abraçou-me e disse-me: “Filho, não fique triste. Eu também tentei entrar lá mas eles estavam tão preocupados com a sua “festa” que também não deram atenção para mim e me colocaram para fora. Pensaram que eu queria apenas o seu dinheiro e não pararam para pensar que o que eu queria era seus corações”.
Nesta hora percebi que quem falava comigo era o próprio Jesus. Quando me virei para falar com Ele eu acordei e vi que tudo não passara de um sonho.
Agora, acordado e pensando em tudo fico a questionar: quantas pessoas estão preocupadas em  preparar as festas de Natal e os trabalhos especiais na Igreja que estão se esquecendo de dar atenção ao personagem principal da festa? Quantas Igrejas não deixarão Jesus para fora neste Natal por não perceberem que Ele pode se apresentar a elas como um mendigo, como um menor carente ou como um jovem drogado? Enfeitam os templos com luzes e árvores, mas não dão atenção àqueles que estão ali buscando um pouco de luz em seus corações.
O Natal só será verdadeiramente Natal se você permitir que Jesus nasça dentro de você e o use para abençoar outros. Caso contrário, ele será apenas mais uma festa humana, por mais que você tente dar a ela um colorido especial.

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