Autor: Igreja Batista do Calvário
Não é a minha palavra fogo, diz o Senhor, e martelo que esmiúça a penha? (Jeremias 23.29).
Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes (Hebreus 4.12).
Podemos comprender e aceitar o que os versículos acima expressam? A palavra de Deus é fogo que queima e arde? Ela é martelo que esmiúça a pedra? Ela é espada de dois gumes que corta, fere e faz sangrar?
Ontem ouvimos uma palavra suave e doce. Vimos que Deus tem um amor incondicional pelo homem. Que ele se volta ao perdido e lhe renova a vida. Será que Deus é tão inconstante ao ponto de, hoje, nos assustar com uma palavra de juízo? Será que Deus algumas vezes nos ama e outras vezes não? Será que ele só nos concede a sua graça quando está bem-humorado? Ou, será que a palavra ardente, esmiuçadora e cortante não pode ser também uma palavra de amor? O reformador Martim Lutero afirma que a palavra de Deus é promessa e ameaça, mas, em nenhum caso, deixa de ser boa nova de amor. Deus nos ama e por isso promete e ameaça, mas, em nenhum caso, deixa de ser boa nova de amor. A ameaça faz com que o homem se firme mais na esperança da promessa.
Para compreendermos melhor o que isso quer significar, usemos um exemplo da vida: O pequeno Jonathan sabe ser muito querido, mas sabe também ser um péssimo menino. Ele sabe, de fato, ser maroto e “cri-cri”, às vezes. E, nestes momentos, não adiantam palavras doces e suaves. Os seus pais precisam apelar para a ameaça, com varinha ou palavras duras. Mas, mesmo assim, não deixam de amá-lo. Parece-me que toda criança precisa ser educada também com ameaças. Pois a ameaça lhe serve como uma espécie de obstáculo, que não se consegue colocar apenas com palavras de conselho.
Assim Deus parece agir com o ser humano. Deus promete, mas também ameaça, visando sempre uma só coisa: a obediência.
De fato, a palavra de Jesus Cristo é fogo, é martelo e é espada de dois gumes. A palavra de Jesus nos queima e nos inquieta. Ela despedaça o velho homem pecador e nos transforma Ela nos corta o coração e nos faz sangrar pelo irmão. Ela nos derruba do pedestal que construímos para nós mesmos e nos coloca lá embaixo, na humildade do irmão que sofre. A palavra de Deus é viva e eficaz para nos transformar em verdadeiros cristãos. O que éramos antes é queimado, esmiuçado e cortado. O instrumento é a palavra de Deus que se fez carne em Jesus Cristo.
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