Autor: Onilda Peixoto
“Brota ó poço! Entoai-lhe cânticos! Poço, que os príncipes cavaram, que os nobres do povo abriram, com o cetro, com os seus bordões .”
(Nm 21.17,18)
Os israelitas, na sua jornada através do deserto, tinham durante o dia uma nuvem que os guiava mostrando o trajeto para chegar à Terra Prometida. Olhando para a nuvem, eles caminhavam seguros. Porém, o caminhar para essa Terra não os isentava de passar por caminhos difíceis, muitas vezes ressequidos pela falta de água.
Ao chegarem a Arnon, termo de Moabe, deram uma parada. Haviam caminhado sobre um chão árido sem nenhuma água à vista. A certa altura eles pararam, porque Deus falara a Moisés: “ajunta o povo e lhe darei água” (v.16). O povo, então, começou a cantar a Canção do Poço.
“Brota ó Poço…” – Eles obedeceram a ordem divina e, apesar de sedentos, não houve murmuração, apenas louvor. Certamente rodearam o poço, ainda sem água na superfície, e, na areia quente, começaram a cantar. Esses cânticos serviam também para encorajar os que cavavam
“… Entoai-lhe cânticos!…” – Não é fácil entoar cânticos antes de ver a água brotar. Mas foi isso que o povo de Deus fez no deserto. Eles entoaram o cântico da fé. O louvor ainda hoje pode abrir verdadeiros “poços” em corações desesperançados. É importante louvar a Deus mesmo que as circunstâncias sejam adversas e hostis, pois o louvor faz jorrar a esperança que muitas vezes nos falta.
“ Poço, que os príncipes cavaram, que os nobres do povo abriram…” – Eles trabalharam, cantaram e a água brotou. Como eles, devemos cavar poços, retirar cada obstáculo que impede o fluir das bênçãos do Espírito Santo em nossas vidas; desenterrar o orgulho, fragmentos de vaidade, críticas destrutivas. Enfim, tudo aquilo que impede o “brotar das Águas”.
…com o cetro, com os seus bordões…” – O cetro é símbolo de autoridade. O Próprio Senhor Jesus nos revestiu de Sua Autoridade. Esta Autoridade não nos foi dada de enfeite, ela é o nosso instrumento de trabalho. Temos Autoridade para ser testemunhas da obra que Ele mesmo operou em cada um de nós. Antes de conhecê-Lo éramos como deserto árido, sem esperança de transformação. Mas Ele, Ele mesmo fez brotar em nós poços de Água Viva. Portanto, precisamos dia a dia perfurar as áreas do coração que estiverem endurecidas pela amargura, pela raiva, pela ingratidão. Porque, mesmo o cristão mais experiente necessita da intervenção do Deus vivo.
Louvemos ao Senhor!
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