Autor: Autor Desconhecido
(I) Definição de Graça
Segundo o Aurélio Graça significa: 1. Favor dispensado ou recebido, mercê, benefício. 2. Ato de clemência do poder público, que favorece um condenado; mercê. 3. Beleza, elegância. 4. Dito ou ato espirituoso; gracejo, chiste. 5. O nome de batismo. 6. Favor ou mercê concedida a alguém por Deus de graça. Gratuitamente.
(II) O que é a graça de Deus na perspectiva bíblica
No Antigo Testamento Deus já se revelou como o Deus da graça e misericórdia demonstrando isto para com o seu povo no cumprimento das promessas a Abraão, Isaque e Jacó mesmo que estes não tenham sido plenamente merecedores.
A maior prova da graça de Deus se mostra através de Jesus que morreu por aqueles que não mereciam. (ver João 3.16, 17).
(III) Deus concede-nos graça para não vivermos mais na Lei.
– Imagine se Jesus não tivesse vindo, como estaríamos hoje?
– Pela graça de Deus podemos ser libertos do pecado. (ver Romanos 6.14-22)
Imagine você, cidadão do dito século da modernidade fazendo sacrifícios uma vez por ano para expiar seus pecados! E você só poderia fazer isto se fosse de descendências judia ou se você se convertesse ao judaísmo, e no caso de conversão ao judaísmo você ainda seria discriminado pelos judeus legítimos.
Devemos então primeiramente ser gratos pela graça de Deus e como pessoas que foram alcançadas por esta graça devemos buscar mais e mais a mesma seguindo a determinação bíblica de Hebreus 4.16
(IV) É nossa tarefa sermos dispensadores da graça
O mundo pode imitar a igreja em tudo: estrutura familiar, estudos, esportes, lazer, etc, mas existe uma coisa que o mundo não pode imitar: a graça.
A graça tem que ser obrigatoriamente uma característica da igreja: “Onde está Deus quando sofremos?”, tenho perguntado com freqüência. A resposta é outra pergunta: “Onde está à igreja quando alguém sofre?”.
Vivemos num mundo sem graça, pois às vezes, penso onde está a graça de Deus quando ouço o noticiário da noite. Um mundo marcado por guerras, violência, opressão econômica, lutas religiosas, processos e desmembramentos de famílias claramente ainda não alcançou a graça.
Infelizmente também penso onde está a graça quando vejo determinadas igrejas. Como excelente vinho derramado em um jarro de água, a maravilhosa mensagem da graça de Jesus fica diluída no vaso da igreja. “Pois a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”, escreveu o apóstolo João no capítulo 1 versículo 17 do seu livro.
A graça é o melhor presente do cristianismo ao mundo.
Ela é uma boa nova espiritual no nosso meio exercendo uma força maior do que a vingança, mais forte do que o racismo, mais forte do que o ódio. É triste dizer, mas, infelizmente, para um mundo carente, a igreja às vezes apresenta mais uma forma de carência de graça. Somos freqüentemente carrancudos ao invés de estamparmos sorrisos de seja bem vindo. Comumente nós ficamos preocupados com que vai tocar no louvor, qual será o estilo da música, como será a mensagem, etc, e não nos atentamos a cumprimentar os visitantes que muitas vezes entram e vão embora sem serem percebidos.
Não podemos e nem devemos amar o pecado, mas num ato de graça devemos amar o pecador. De certa maneira, a graça resolveu um dilema de Deus. Não é preciso ler muito da Bíblia para detectar uma tensão subjacente em como Deus se sente a respeito da humanidade. De um lado, nos ama; do outro, nosso comportamento o enoja. Deus anseia por ver nas pessoas algo de sua própria imagem refletida; quando muito, vê fragmentos esparsos dessa imagem. Mesmo assim, Deus não pode – ou não vai – desistir.
Uma passagem de Isaías é freqüentemente citada como prova da distância e do poder de Deus: Pois os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais latos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos. Isaías 55:8,9.
No contexto, entretanto, Deus está descrevendo sua ansiedade em perdoar. O mesmo Deus que criou os céus e a terra tem o poder de criar uma ponte sobre o abismo que separa de suas criaturas. Ele vai trazer reconciliação e perdoar, não importa que obstáculos seus filhos pródigos coloquem no caminho. Como o profeta Miquéias diz: “O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia”. (Miquéias 7:18)
Quando leio a Bíblia observo que a graça é algo maravilhoso que é algo que de fato não mereço. A graça surge de tantas formas diferentes que tenho dificuldade em defini-la. Estou pronto, contudo a tentar alguma coisa como uma definição da graça divina. Graça significa que não há nada que possamos fazer para Deus nos amar mais – nenhuma quantidade de renúncia, nenhuma quantidade de conhecimento recebido em seminários e faculdades de teologia, nenhuma quantidade de cruzadas em benefício de causas justas. E a graça significa que não há nada que possamos fazer para Deus nos amar menos – nenhuma quantidade racismo ou orgulho, pornografia ou adultério, ou até mesmo homicídio. A graça significa que Deus já nos ama tanto quanto é possível um Deus infinito nos amar.
Mas infelizmente vivemos num mundo sem graça. Num mundo governado pela ausência de graça tudo depende do que eu faço. Tenho que fazer pontos para ser vitorioso. O reino de Jesus nos chama para trilharmos outro caminho, um caminho que não depende de nossas realizações, mas, sim, da realização dEle. Nós não temos de realizar, mas apenas seguir. Ele já ganhou para nós a preciosa vitória da aceitação de Deus.
De fato, o reino de Deus crescerá na terra quando a igreja criar uma sociedade alternativa, demonstrando o que o mundo não é, mas um dia será: uma sociedade que recebe pessoas de todas as raças e de todas as classes sociais que se caracteriza pelo amor e não pelo interesse e egoísmo. De fato este mundo só existirá na nova Jerusalém descrita em Apocalipse.
(V) Rompendo o Ciclo da Falta de Graça Com o Perdão.
O que nos ensina Efésios 4.31-32?
Para romper com o ciclo da falta de graça só há uma solução: O PERDÃO.
Quando você perdoa alguém, você secciona o erro da pessoa que o cometeu. Você separa essa pessoa do ato ruim. Você a recria. Em um momento você a identifica radicalmente como a pessoa que errou contra você. No outro, você muda a identidade dela. Ela é refeita em suas lembranças.
Você não pensa nela agora como a pessoa que o feriu, mas sim, como a pessoa que precisa de você. Você não a sente agora como a pessoa que alienou de você, mas, sim, como a pessoa que pertence a você. Antes você a considerava como uma pessoa poderosa do mal, mas agora você a vê como fraca em suas necessidades. Você recriou o passado dela refazendo-a numa pessoa cujo erro tornou o seu passado doloroso.
Como é difícil lembrar que o reino de Deus nos ensina que devemos nos sacrificar, ou seja, negue-se a si mesmo, tome a cruz – acaba sendo um investimento inteligente, seu resultado não é o remorso, mas a alegria além de qualquer palavra. Perdoar significa muitas vezes pegar a cruz e seguir a Cristo.
Finalmente devemos entender em uma última análise que o perdão é um ato de fé. Perdoando outra pessoa, estou confiando que Deus é um juiz melhor do que eu. Perdoando, abandono meus próprios direitos de me vingar e deixo a questão nas mãos divinas.
(VI) Concluindo
Tudo o que tenho não é porque mereço, mas sim porque Deus me ama e por sua infinita graça, merecia morte, mas Deus me deu vida.
Será que poderei falar igual a Paulo em 1 Coríntios 15.10. ? A graça de Deus não foi vã em sua vida? O cristianismo tem um princípio: “Odeie o pecado, mas ame o pecador”, que é mais facilmente pregado do que praticado. Se os cristãos pudessem simplesmente recuperar essa prática, tão preciosamente modelada por Jesus, avançaríamos bastante no cumprimento de nossa vocação como despenseiros da graça de Deus.
Adaptado por Alexandre Guedes Viana dos livros
“O Jesus Que Eu Nunca Conheci” e “Maravilhosa Graça”, ambos escritos por Philip Yancey e publicados pela Editora Vida
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