Dons do Espírito Santo

Autor: Cláudio Ely Dietrich Espíndola
“A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes”. 1 Co. 12:1

Dons do Espírito Santo é tema fascinante para meditarmos neste mês de julho. Todo cristão precisa conhecer esse palpitante assunto, bem como saber claramente qual é o seu dom dado pelo Senhor Jesus para se expressar em seu corpo (A Igreja).

O apóstolo Paulo faz uma afirmação bastante simples e clara, feita em I Coríntios 12:1, equivalendo na verdade a uma ordem bíblica: “A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes”. Ignorância não é desculpa. Paulo é enfático e está dizendo: “Prestem atenção! Tomem nota!”. A ênfase nos dons é dramática e crucial para uma compreensão adequada da igreja e de nosso papel no corpo de Cristo.

Na qualidade de pai espiritual do jovem Timóteo, Paulo escreve: “Não desprezes o dom que há em ti” (I Tm. 4:14). Ele faria tal afirmação se a negligência não fosse uma possibilidade? Infelizmente, tal negligência acontece todos os dias. Há crentes que receberam um dom espiritual e não o estão usando segundo seus propósitos originais. Em alguns casos, eles são ignorantes. Em outros, é a desobediência que impede que os dons espirituais sejam usados nos ministérios para os quais foram criados.

O Novo Testamento descreve a igreja como um corpo. Uma perna que não é exercitada, ao longo do tempo, atrofia-se e assume uma aparência deformada. O resto do corpo tem então de compensar e carregar o “peso morto”. Essa compensação parece antinatural, e certamente não é a maneira de funcionar para a qual o corpo foi originalmente projetado.

Da mesma forma, alguns membros do corpo de Cristo não estão exercitando seus dons espirituais. Isto significa que o restante do corpo precisa trabalhar muito mais para compensar a ausência dessa contribuição. Homens e mulheres com excesso de obrigações acabam estressados, sobrecarregados e exaustos. E se todo crente estivesse usando seus dons espirituais? Haveria maior alegria, comprometimento e um serviço mais vigoroso. O corpo de Cristo funcionaria de forma correta e seria um local saudável de adoração e ministério, atingindo a parcela pervertida do mundo.

Na verdade, somos despenseiros (administradores), e seremos cobrados pelo uso ou não dos dons recebidos do Senhor Jesus. O apóstolo Pedro escreve a todos os que têm ouvidos para ouvir: “Servi uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (I Pe. 4:10).

Dons espirituais são literalmente “dons da graça”. Uma parcela da graça que recebemos de Deus veio na forma desses dons e devemos gerenciá-los sabiamente, ou agir como administradores dessa graça.

O criador sabe a necessidade que temos de ser necessários aos outros. Ele nos idealizou com o anseio de criar laços de união. Ao satisfazer as necessidades dos outros, encontramos a gratificação de estar ligados a eles. Nosso senso de relação é validado pelo ministério mútuo dos distribuidores de graças (aqueles capazes de satisfazer uma necessidade) e dos receptores de graças (aqueles que podem ter uma necessidade satisfeita).

Nossas dádivas divinas, ou dons espirituais, não nos são dadas para que as retenhamos conosco. São nossas para que as usemos no sentido de promover o reino de Deus no mundo presente. Não há melhor ilustração disso do que a história contada por Jesus em Mateus 25:14-30, sobre um patrão generoso que partiu para uma longa viagem. Deu a três de seus empregados algum dinheiro para que usassem enquanto ele estivesse longe. Um recebeu dez mil reais, outro, cinco mil reais, e o outro, mil reais.

Quando o patrão retornou, chamou os três e quis saber o que tinham feito. O primeiro trouxe vinte mil reais, dizendo que havia administrado uma carteira de investimentos e duplicado o valor inicial. O patrão ficou satisfeito ao ver a competência com que ele havia trabalhado, e expressou ao empregado o quanto estava orgulhoso.

O segundo contou praticamente a mesma história. Despejou na mesa a quantia original de cinco mil reais, e mais cinco mil que havia obtido de lucro líquido numa grande transação de terras. A alegria do patrão se refletia em seu rosto e também em suas palavras de elogio e gratidão. Ele também havia feito um bom trabalho.

A essa altura, o terceiro empregado estava um pouco constrangido. Havia uma mistura de medo e orgulho em sua voz ao explicar como havia tomado os mil reais e guardado a quantia num lugar seguro. Com um sorriso tímido e um pouco de apreensão, contou ao patrão que havia escondido o dinheiro onde ninguém o encontraria. Então entregou ao patrão os mesmos mil reais.

Houve um embaraçoso momento de silêncio que pareceu durar horas. O patrão estava visivelmente surpreso e desapontado. Olhando com firmeza nos olhos do empregado, expressou condignamente sua frustração diante das ações irresponsáveis do homem.

Em sua defesa, o empregado disse ter pensado que o patrão ficaria irritado se perdesse o dinheiro. Sendo isso verdade, o patrão não entendia por que o empregado não havia ao menos aplicado o dinheiro para render juros. O empregado foi demitido por não ser capaz de gerenciar e administrar recursos importantes.

Essa versão de uma história que Jesus contou há tanto tempo enfatiza a verdade de que Deus espera um retorno de seu investimento. Um dia vamos prestar conta dos recursos cuja administração Ele nos confiou. Devemos ser administradores de nossos dons espirituais de um modo que glorifique a Deus e edifique os outros. Os dons dados pelo Senhor Jesus não são nossos é de Deus e um dia teremos que devolvê-los.

Qual tem sido seu desempenho como administrador daquilo que você tem recebido de Deus? Você está usando os dons para a glória de Deus e para servir aos outros? Onde estão seus dons: na prateleira, no arquivo morto ou na expressão da vontade e propósito de Deus? Exercite os dons do Espírito Santo que está em você para a glória de Deus e você será o mais abençoado.

(Adaptado de Uma Introdução à Rede Ministerial)

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