Autor: Leif Arthur Ekström
Texto Base: Salmo 119:97-112
Introdução
Milhões de pessoas lêem a Bíblia – algumas diariamente, outras esporadicamente. Outros milhões gostariam de saber como ler a Bíblia. Existe uma sede insaciável por esta coleção antiga de escritos que tem uma mensagem poderosa para os nossos dias.
Por que queremos ler a Bíblia? Se a única razão for a de adquirir conhecimento sobre acontecimentos e pessoas – tornar-se um especialista em fatos históricos – estamos perdendo algo essencial. Os autores da Bíblia tinham uma intenção mais profunda que apenas aumentar o conhecimento de seus leitores. Eles pretendiam que aqueles que lessem suas obras tivessem suas vidas transformadas.
Algumas perguntas precisam ser feitas e respondidas. O que significa a Bíblia para nós? Qual o lugar que ela tem em minha e em sua vida? Quando comparada a outras autoridades e textos ditos sagrados, onde colocamos a nossa Bíblia?
Um Livro dado por Deus
Em primeiro lugar, cremos que a Bíblia tem origem divina. Não da mesma forma que os muçulmanos, que dizem que o seu Alcorão veio diretamente do céu, ou como os mórmons, que dizem que o seu livro foi traduzido de placas de ouro por um anjo.
Nós sabemos que a Bíblia foi escrita dentro de um contexto histórico, por homens que viveram numa determinada época dirigindo-se a um povo de um certo momento histórico. Ou seja, a Bíblia foi escrita por homens assim como você e eu. Eles não eram super nem sobre-humanos. Mesmo assim, cremos que a Bíblia foi inspirada por Deus, que os homens que a escreveram eram guiados por Deus, e por isso, a Bíblia é o livro de Deus para nós (2 Pedro 1:21).
O cristão crê que toda a Bíblia foi inspirada por Deus. não apenas parte dela. É claro que algumas partes revelam. mais do que outras, sobre quem Deus é e sua maneira de agir. Compare, por exemplo, o Evangelho segundo João e o livro de Números. Ambos, certamente, são inspirados mas, sem dúvida, o evangelho segundo João nos mostra mais sobre Deus e o plano da salvação do que Números. Mesmo assim, ambos são vitais para entendermos melhor o projeto divino.
Podemos confiar no texto bíblico porque o Espírito Santo orientou os autores humanos a escreverem a história verdadeira sobre o que Deus fez na história e qual é a Sua vontade. A Declaração de Fé da CIBI afirma: “CREMOS na Bíblia como Palavra de Deus, escrita por homens vocacionados e preparados por Deus, os quais sob a inspiração do Espírito Santo expressaram a mensagem divina, que pode ser transmitida a povos de qualquer raça e cultura.”
Reflexão:
1. Como se deu a inspiração dos autores bíblicos? Cite exemplos da Bíblia.
2. Por que é importante entender que a Bíblia foi escrita em um contexto histórico e não “caiu do céu”?
3. Por que é importante crer que a Bíblia toda, e não apenas parte dela, é de inspiração divina?
Uma Mensagem Atual
Em segundo lugar, também cremos que a Bíblia tem uma mensagem que é, diretamente, pertinente a nós. Ou seja, cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus também para nós hoje. É verdade que ela foi escrita para um certo contexto, mas sua mensagem também transcende a história, chegando até nós e além. A Bíblia sempre será a Palavra de Deus, tanto naquela época em que foi escrita, como nos dias de hoje e no futuro (2 Timóteo 3:16-17).
É claro que, para entendermos tudo que a Bíblia quer dizer e ensinar, precisamos conhecer a história da época em que ela foi escrita, conhecer um pouco dos homens que a escreveram, e para quem escreveram. Esta é uma das grandes tarefas de nossas Escolas Dominicais e, hoje, principalmente de nossos seminários. Precisamos entender o que Deus queria dizer àqueles que primeiro receberam a mensagem divina, depois transcrita na Bíblia, para entendermos melhor o que Deus quer nos dizer hoje.
Reflexão:
1 Como a Bíblia pode se tornar um livro para os dias de hoje?
2. Qual é a melhor forma de ensinar e estudar a Bíblia no contexto da sua vida pessoal e na igreja?
3. Por que conhecer a história da Bíblia e o seu contexto histórico é importante para o estudante da Bíblia?
Única regra de Fé e Prática
Em terceiro lugar, afirmamos que a Bíblia é nossa única regra de fé e prática. O que significa isso? Significa que tudo o que eu creio, toda a minha ideologia, tudo o que vou fazer ou dizer, se baseia naquilo que a Bíblia ensina. Significa que nenhuma outra autoridade, além da Bíblia, pode servir de base para a minha fé e para a minha vida cristã. Significa, como Paulo diz aos Gálatas, que qualquer um que proclamar outro evangelho que não seja o da Bíblia deve ser maldito (Gálatas 1:6-9). Jamais poderemos dar ouvido a qualquer tipo de inspiração, mesmo que tenha uma roupagem piedosa ou religiosa.
Com isto não estamos dizendo que a Bíblia tem resposta para todas as questões humanas. Ela não é algum tipo de manual do escoteiro ou panacéia para todos os males do mundo. Em muitas áreas do conhecimento humano, a ciência tem avançado de tal forma que novas perguntas e novos questionamentos têm surgido que a Bíblia sequer menciona ou trata. O que podemos afirmar é que, até hoje, nenhuma ciência, história ou conhecimento humano tem encontrado ou provado alguma inverdade no texto bíblico.
O que podemos afirmar é que a Bíblia responde às questões fundamentais do ser humano: como se relacionar com Deus; como obter a salvação; como conviver com os outros seres humanos. A Bíblia é nossa única regra de fé e prática justamente nas questões de fé e vida cristã.
“A Bíblia é a única base para a fé salvadora. A maior necessidade do homem é achar o caminho que conduz à salvação do pecado. Esta é a maior desgraça da humanidade, pois tem conseqüências funestas, levando o homem à perdição eterna. A Bíblia, o livro de Deus, é o guia infalível a uma fé salvadora (Romanos 10:17; 1 Tessalonicenses 2:13; 2 Pedro 1:20-21). Uma palavra simplesmente humana não serve de base para a nossa fé. A Palavra de Deus, porém, é perfeita como diz o salmista: “A lei do Senhor é perfeita… o testemunho do Senhor é fiel… o mandamento do Senhor é puro’ (Salmo 19:7-8).”
Reflexão:
1. Afirmamos que a Bíblia é nossa única regra de fé e prática. Se isto é verdade, como devemos encarar a autoridade de nossos pastores e líderes? E a profecia?
2. Criticamos a Igreja Católica Romana por colocar em pé de igualdade as Escrituras, a Tradição e a Palavra do Papa. Será que não corremos o risco de incorrer nos mesmos erros em nosso meio evangélico?
3. Qual a resposta da Bíblia quando tratamos de questões polêmicas como manipulação genética, clonagem, globalização, etc.?
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