Autor: Autor Desconhecido
1º.outubro/2002 – Brasil – Uma investigação realizada pelo Ministério Lar Cristão e publicada pela revista evangélica Eclesia, revela que mais da metade dos jovens evangélicos brasileiros praticam o sexo antes do casamento. Segundo a investigação, realizada com cinco mil adolescentes de 22 denominações cristãs e que foi realizada entre 1994 e 2000, 52% dos jovens evangélicos, tanto homens como mulheres, criados na igreja, não obedecem ao ensinamento que recebem de seus pastores de que devem abster-se de praticar o sexo antes do casamento.
A pesquisa revelou que a metade desses jovens tem vida sexual ativa com um ou mais parceiros. 17% das adolescentes entrevistadas ficaram grávidas pelo menos uma vez, e quatro de cada 100 optaram pelo aborto. Segundo a investigação, os rapazes evangélicos se iniciam sexualmente, em média, aos 14 anos de idade e as meninas aos 16.
O escritor e pastor batista Jaime Kemp, presidente do Ministério Lar Cristão Kemp, coordenador da pesquisa, declarou que os resultados da investigação são preocupantes.
“É um grande erro, iniciar a educação sexual somente na adolescência. As crianças já estão expostas a um mundo altamente erotizado. Se não há uma preparação desde a infância, quando a igreja se dá conta pode ser demasiado tarde”, argumentou o psicólogo Ageu Heringer Lisboa, do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos Eirene.
A informação também foi comentada em Quito, Equador, pelo médico Eduardo Campaña, responsável pelo Programa de Saúde do Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI). Para ele, a informação deveria ser utilizada em oficinas de sexualidade nas igrejas. Campaña anotou que a realidade brasileira não se difere do resto da América Latina. Há uns anos, indicou, houve uma pesquisa no Equador e os resultados foram de que a vida sexual ativa entre os jovens das igrejas evangélicas era maior que na população não evangélica ou católica. Está claro que as conseqüências das relações sexuais entre jovens são mais negativas que positivas. 50% das 16 mil pessoas que adquirem o vírus da AIDS a cada dia são jovens entre 15 e 24 anos de idade. Quantos serão evangélicos?, perguntou.
“A gravidez em adolescentes traz conseqüências familiares, sociais, econômicas, emocionais e orgânicas. As jovens não estão preparadas para viver esta experiência. Seu corpo pode conceber, mas não está pronto para isso. E se produz uma série de conseqüências para a mãe e para a criança”, ressaltou Campaña.
Campaña indicou que a “Cada ano, há sessenta milhões de abortos no mundo e 25% deles são praticados por jovens entre 15 e 19 anos de idade. Não se pode esquecer o papel dos mitos que circulam em nossas sociedades. Existem prejuízos tradicionais sobre a mulher, o homem e o matrimônio. Crenças que nos encadeiam e nos conduzem a comportamentos inadequados e prejudiciais para as relações interpessoais.”
Tudo isto nos fala da necessidade premente de que a igreja deve ser um espaço onde se fale da sexualidade abertamente, como criação de Deus, de uma forma natural, para as crianças ainda pequenas e em todos os níveis. E não se centrar na predicação do pecado, que apenas provoca mais sofrimento.
O temor que se infunde de que ter relações sexuais antes do casamento é pecado funciona até certo ponto, até que se vence esse temor e as jovens de fato se relacionam. Isto está comprovado, especialmente com a experiência sobre o HIV/AIDS, “o medo muda atitudes temporariamente”, concluiu Campaña.
Fonte: http://www.adital.org.br/
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