Autor: Jackson Santos
Sim, a visão que temos dos muitos povos sem Jesus e sem esperança deve ser motivo suficiente para tomarmos uma posição de obediência à ordem dada por Jesus de ir a todos e pregar o evangelho.
Hoje, há no mundo cerca de 3000 línguas que não têm nem um tipo de programa de tradução da Bíblia. E, se nós, a Igreja do Senhor Jesus Cristo continuarmos esperando uma chamada de Deus para fazer o nome de Cristo conhecido em todo o mundo, levaremos cerca de 150 anos para atingir essas 3000 línguas.
A partir do momento em que a Igreja assumir de fato, a responsabilidade de levar o evangelho integral para todas as etnias, chegaremos no ano 2025 com o resultado positivo de termos levado a cada povo que carece das escrituras sagradas, pelo menos o início de um programa de tradução das escrituras a todos os povos ao redor do mundo, que ainda não têm acesso à Palavra de Deus.
Bem próximo de nós, aqui no Brasil, temos um contingente de cidadãos de 22 milhões que não sabem ler e muito menos escrever. São analfabetos. Nós a Igreja, precisamos nos conscientizar que esta parcela de excluídos da nossa sociedade do consumo literário anseia por conhecer mais de perto que o Grande e Eterno Deus é poliglota e têm um real interesse que eles também tenham, como nós, acesso às Palavras de Vida Eterna, pronunciadas por meio dos anjos, profetas, apóstolos e pelo próprio Salvador e Senhor Jesus Cristo.
O número tão alto de analfabetos num país em fase de desenvolvimento é resultado de se crer que o analfabetismo não é uma doença contagiosa e sendo assim pouco se faz na direção desses que também são criaturas feitas à imagem e semelhança de Deus. Espera-se que o projeto do governo federal de erradicar o analfabetismo no país tenha bons resultados.
Mas, há muito o que fazer…
Na minha recente viagem ao rio Xingu, no sudeste do Pará, numa extensão de 150 km descendo o rio, eu vi dezenas de comunidades de ribeirinhos, algumas delas eu tive a oportunidade de visitar, falar do amor de Deus e constatar uma triste realidade.
Todos com quem mantive contato não sabem ler; e conseqüentemente sabem pouquíssimo do maravilhoso plano de Deus para a humanidade na pessoa de Jesus. Homens, mulheres, jovens e crianças, que vivem à beira do rio Xingu, bem próximos de nós, necessitados de todo o tipo de assistência. Eu voltei, mas eles continuam lá à espera de alguém que vá até eles contar da poderosa e real história do Calvário.
Visitando uma família, mantive o seguinte diálogo com um morador:
– Sr., Você tem a Bíblia em sua casa?
– Não, eu nem sei ler e como vou ter a Bíblia. Aqui em minha casa, eu, a minha mulher e os meus 7 filhos não sabemos ler.
– Você e a sua família querem aprender a ler?
– Sim, queremos! Mas, quem vai nos ensinar? E eu quero aprender a ler para poder ler os mandamentos de Jesus na Bíblia. Eu ouço os programas pelo rádio e fico com muita vontade de ler a Bíblia.
Ouvir isso foi demais para mim. Eu chorei! E orei ao Senhor:
– “Ó Deus, levante os olhos da tua Igreja para vê esses campos aqui, que estão brancos para a ceifa e atender este chamado, antes que seja tarde demais.”
Tenho encontrado muitos discípulos de Jesus que dizem: “ Eu tenho uma chamada para um determinado campo; e estão há muito tempo aguardando o momento de irem, mas, o tempo vai passando e muitos desses não vão a lugar nenhum, por várias razões.
E muitos desses não questionam a sua chamada. Que chamada é essa? Quem está chamando quem? E para fazer o que? O DONO da obra, quando chama de fato, Ele prepara, equipa, envia e sustenta o servo que diz: “Eis-me aqui Senhor, envia-me a mim.”
Ao contemplar os ribeirinhos que vivem em toda a extensão do rio Xingu, lembro-me do poema que cantamos: … “ diante da necessidade, acenda uma Luz, na escuridão!” As palavras do apóstolo Paulo em Romanos 10.14 são bem claras: “ Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?
Diante de tudo isso resta-nos tomar uma decisão séria de compromisso e obediência ao Senhor. Eu já tomei a minha. Eu estou pronto para ir. E você, qual a sua decisão?
miapibr@bol.com.br
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