Benny Hinn X Mahatma Gandhi – Quem é o cristão?

Autor: Vitor Pereira
Ontem à noite eu assisti a um documentário sobre a vida de Mahatma Gandhi. Mahatma significa “grande alma”, e pelo exemplo de sua vida, vemos que esse pequeno homem de 1,60m e 50kg, realmente tinha uma grande alma. Para quem não está familiarizado com a vida deste homem, ele foi simplesmente um dos maiores exemplos do “líder-servo”, esse homem libertou a Índia do Império Britânico em 1947 sem usar força ou um centavo sequer e, como se não bastasse, conquistou também a paz entre hindus e muçulmanos com um simples jejum. Vendo esse exemplo é inevitável, para mim, parar e refletir sobre o mundo evangélico de hoje em dia. O que impera, e eu tenho ouvido muito ultimamente (infelizmente), é a ‘bendita’ teologia da prosperidade. Deus te quer rico, com televisões de plasma, BMWs, mansões etc… Sem isso, afirmam os teólogos da prosperidade, você não dá testemunho da Glória de Deus, e o povo é levado por essas heresias por ser fraco mentalmente e não conhecer as escrituras (exatamente como disse Jesus aos Saduceus em Mt 22.29).
Quem será que dá testemunho da glória de Deus, o rico pregador do evangelho no seu carro importado indiferente a miséria que o rodeia, ou o pobre ‘Mahatma’? Quem é o Cristão? Pensemos no que a Bíblia mostra: um João Batista que se vestia de roupas de pelo de camelos, em contraste com as vestes pomposas dos religiosos fariseus; um Jesus que não tinha onde reclinar a cabeça (Mt 8.20); Apóstolos que mal tinham dinheiro para comer. E ainda querem enfiar na nossa cabeça essa ‘maldita’ teologia da prosperidade? Compare os Apóstolos de ontem com os ‘Apóstolos’ de hoje quem será que fez/faz diferença realmente neste mundo? Compare a Igreja de Atos ontem com a Igreja de hoje, quem será que faz realmente diferença nesse mundo? É do DINHEIRO que Deus precisa? Eu respondo: NÃO, Deus precisa de homens dispostos a abrir mão do ego, dispostos a colocá-lo acima de mamom, dispostos a fazer diferença pelo fruto do espírito que nada tem a ver com dinheiro, dispostos a servir como Ele serviu, dispostos a ter seu caráter transformado.
Bem-aventurados os humildes de Espírito! Bem-aventurados os que choram! Bem-aventurados os mansos! Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça! Bem-aventurados os misericordiosos! Bem-aventurados os limpos de coração! Bem-aventurados os pacificadores!. É disso que Deus precisa, Jesus não usou um centavo, Ele deixou sua marca no mundo pelo seu caráter, pelas suas atitudes. A Igreja de hoje faz o mesmo, deixa sua marca pela (falta de) caráter, pelas suas (péssimas) atitudes, e assim seguimos nós! Não é com o seu exterior que Deus se preocupa, quem se preocupava com o exterior eram os fariseus, Ele se preocupa com seu interior, medite nas palavras dos Evangelhos e verás. Não é a toa que Nietzsche afirmou “O último cristão morreu há 2000 anos atrás”. Entristeço-me porque esse argumento não é falso. Não vivemos o evangelho pregado por Jesus, vivemos uma religião, como milhares de outras. Gandhi disse “O Cristo deles eu conheço, mas Deus que me aparte dos cristãos”. Concordo com ele. Vamos olhar para o exemplo do mestre e refletir sobre nossas vidas, será que somos cristãos? Sou o primeiro a dizer que não.

“Não ajunteis para vós tesouros na terra” Mt 6.19

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