Uma geração órfã

uma geração orfã

Um dos comentários mais comuns no cenário familiar atual é a falta de responsabilidade demonstrada pela geração de homens e mulheres jovens e também de adolescentes presentes na sociedade.
Agressões nas escolas, vandalismo das mais variadas formas, falta de respeito para com os mais velhos, desinteresse pelas instituições sociais e políticas, individualismo exacerbado, educação e preocupação (e ocupação) com o futuro pessoal colocados em segundo plano. Creio que esta lista pode ir se estendendo das mais variadas formas e conteúdos, assim deixa para você leitor a missão de completa-la de acordo com sua realidade.
Mesmo porque meu objetivo hoje é induzir você (e a mim mesmo) a uma reflexão sobre essa situação por um prisma mais pessoal e às vezes mais difícil de ser feito de forma aleatória.
Todas as reclamações ou afirmações acima não passam de sintomas de um problema maior e pouco valorizado ou mencionado: a ausência da paternidade!
Temos em nossas mãos uma geração órfã!
Órfã de referenciais. Órfã de modelos.
Essa orfandade, em minha opinião, nasce dentro de nossos próprios lares!
Uma orfandade com pais presentes.
Presentes ao acordar e ao se deitar. Sim! Acordar, quase que ao mesmo horário e saem quase todos juntos. Cada um com destino próprio, com atividades próprias e por sua própria conta. E depois, presentes ao se deitar; embora neste momento cada um já esteja em seu próprio quarto com as portas fechadas e fechados em seus próprios afazeres ou lazer.
Qual seria então a verdadeira enfermidade a ser enfrentada?
Uma paternidade ausente. E por favor, entenda paternidade como a responsabilidade que cabe tanto a pais e as mães!
Vivemos um tempo de terceirização da paternidade, camuflada pelo investimento em atividades capacitadoras para o futuro dos mais novos.
Investe-se em cursos de línguas, atividades esportivas e extra-curriculares…
Esclareço algo bem rápido, para não gerar dúvidas: não sou contra nenhuma destas ações. Até porque elas realmente devem ser feitas. O que questiono e me posiciono de forma contrária é a maneira como elas são feitas e muitas vezes as motivações escondidas por trás delas.
É muito mais comum do que pensamos um incentivo a diversas atividades com vistas a preencher o tempo das crianças, adolescentes e jovens, permitindo assim que os pais tenham um tempo maior para si mesmos e suas atividades profissionais e também pessoais. (Ah! Respeito esse direito também ok!).
O questionamento a ser respondido é: todas estas atividades não têm roubado o precioso e insubstituível tempo de comunhão entre pais e filhos?
Afirmo sem medo de errar que a maioria dos jovens e adolescente e também as crianças desejariam e trocariam algumas de suas atividades por algumas horas na companhia de seus pais.
Deitar em seus colos, conversar sobre banalidades, sentimentos, sonhos, medos ou apenas receber um afago.
A ausência deste tempo tem gerado uma geração órfã! Uma geração que não tem para quem olhar e por esse motivo “olha” para si mesma ou estão à procura de alguém para olhar, admirar e seguir!
Quem eles estão encontrando? Responda a partir de sua própria realidade.
Observe antes de responder! Responda com sinceridade para si mesmo!
As respostas existem. Podem até não nos agradar de início, mas estas respostas dadas com sinceridade podem salvar nossos filhos e uma geração toda!

Caio Baraldi

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